Mural https://mural.blogfolha.uol.com.br Os bastidores do jornalismo nas periferias de SP Mon, 27 Dec 2021 13:12:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Serra fala de suas propostas para a periferia https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/serra-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/serra-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/#comments Fri, 05 Oct 2012 15:38:03 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1413 Por Flavio Munhoz

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Nesta sexta-feira é a vez de José Serra (PSDB), que respondeu por e-mail.

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

José Serra – Em parceria com o governo do Estado, vamos implantar cinco polos culturais na cidade – um em cada macrorregião – composto de um CCJ (Centro Cultural de Juventude) e o conjunto de uma Casa de Cultura por distrito. Também vamos criar mais três bibliotecas nos moldes da Biblioteca de São Paulo, que tem equipamentos e instalações que permitem o acesso à leitura a deficientes físicos, em especial os deficientes visuais. Além disso, pretendemos expandir os Pontos de Leitura, minibibliotecas, os Bosques de Leitura e ampliar a frota de Ônibus-Biblioteca. Outra iniciativa será fortalecer o programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), apoiando grupos artísticos e de comunidades que organizam atividades culturais.

 

Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?

Investir fortemente para ajudar o governo do Estado na expansão do transporte sobre trilhos. Nesse aspecto, merecem destaque duas linhas de monotrilho. A primeira, já em andamento, faz parte do Expresso Tiradentes e, partindo da Vila Prudente, vai chegar a Cidade Tiradentes, conectando a zona leste à linha 2 do metrô. A outra vai sair do Jardim Ângela e conectar o bairro à linha 5, que, por sua vez, será estendida até se conectar às linhas 1 e 2. Também pretendemos melhorar a estrutura viária, por exemplo, com a extensão da Radial Leste até Guaianases e o prolongamento da Marginal Pinheiros, a partir da ponte Transamérica, até a ponte Vitorino Goulart.

Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida?

Nosso objetivo é reduzir consideravelmente as áreas de risco. Essa operação é casada entre as secretarias de Habitação, de Meio Ambiente e as subprefeituras. Ela consiste em construções de muros, retaludamento [mudança de inclinação das encostas] e obras de drenagem em geral. Vamos 200 favelas em bairros, avançando no programa de urbanização de favelas, com ênfase nas regiões de mananciais. Ainda na área da habitação, pretendemos concluir o Programa de Urbanização do Complexo Paraisópolis e o projeto Heliópolis, além de avançar na regularização fundiária de áreas de ocupação irregular.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Vamos melhorar e agilizar o atendimento. Para isso, vamos criar o gerente de saúde, um profissional que não é médico nem enfermeiro, cuja missão será resolver, no local, problemas como demora em consultas e exames. Também vamos criar mais 30 AMAs 24 horas. Outra medida é integrar as redes de saúde da prefeitura e do governo do Estado, pois muitas vezes existe condição para prestar um determinado serviço, mas não naquela unidade específica. Também vamos criar um sistema de diagnóstico por imagem, interligado com toda a rede. Quanto aos hospitais, já está prevista a inauguração de mais três hospitais municipais: um na Capela do Socorro, outro no Carrão e um terceiro na Freguesia do Ó.

Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

O serviço de zeladoria é fundamental, pois é ele que mantém a infraestrutura já existente na cidade. As subprefeituras são responsáveis por esse trabalho e pela identificação de novas demandas nessa área. Mas elas são e precisam ser muito mais que isso. Vamos modernizar as subprefeituras e introduzir nelas mecanismos do estilo Poupatempo, desburocratizando os processos e dando mais rapidez ao atendimento dos cidadãos. Também vamos criar uma sala de monitoramento em cada uma das 31 subprefeituras, equipada com tecnologia para acompanhar os acontecimentos da região.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

Um dos principais legados da realização de jogos da Copa na cidade são as obras viárias, como a extensão da Radial Leste até Guainases, a instalação do polo institucional e industrial de Itaquera, que contará com unidades da PM e do Corpo de Bombeiros, um fórum, uma Escola Técnica estadual e uma Faculdade de Tecnologia (Fatec), além das empresas atraídas pelos incentivos. Além disso, as linhas do metrô e da CPTM que servem a região de Itaquera estão recebendo investimentos que vão elevar a capacidade de transporte do sistema para 120 mil passageiros por hora.

O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?

A melhoria do sistema de transporte público tem de se dar em várias frentes. Uma delas é manter os investimentos da prefeitura no metrô. Nesse quesito, são prioridades as linhas de monotrilho até Guaianazes e até o Jardim Ângela. Outra é o investimento em corredores de ônibus. Vamos ampliá-los em, pelo menos, 60%. Entre os prioritários estão o do M’Boi Mirim, indo do Jardim Ângela até Santo Amaro, e a conclusão do corredor da zona leste, na Radial. Planejamos ainda construir três terminais urbanos e avançar na renovação da frota, optando por veículos com maior capacidade de passageiros e mais confortáveis. Outra frente é atuar na melhoria da malha viária, com a duplicação de avenidas.

Para ler as outras entrevistas, clique aqui.

 

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Flavio Munhoz, 34, é correspondente do Grajaú.
@flaviomunhoz
flaviomunhoz.mural@gmail.com

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Soninha fala de seus projetos para a periferia https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/04/soninha-fala-de-seus-projetos-para-a-periferia/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/04/soninha-fala-de-seus-projetos-para-a-periferia/#comments Thu, 04 Oct 2012 17:40:53 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1402 Por Dalton Assis e Marina Lopes

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Nesta quinta-feira, é a vez de Soninha Francine (PPS).

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Soninha Francine – A gente tem até bons modelos de equipamentos culturais na periferia, desde os CEUs, que têm instalações muito boas, como teatro e cinema de qualidade, até o CCJ [Centro Cultual da Juventude] de Cachoeirinha e, mais recentemente, as fábricas de cultura. Só que isso é pouco. Temos também que garantir que os jovens da periferia desfrutem de equipamentos culturais  no centro. Tem muita coisa bacana e gratuita, como o Centro Cultural Banco do Brasil e o Centro Cultural Vergueiro. Tem gente que nunca pisou lá e que nunca teve essa oportunidade, porque não sabe onde ficam, como chegar e nem que tem direito. Também tem que ter oportunidade na periferia para desfrutar de arte e cultura, produzir e compartilhar. Não apenas assistir a um show: é poder ter uma banda, um lugar para ensaiar e gravar.

Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?

Mesmo que às vezes a gente não goste da atuação dos marronzinhos, eles são muito importantes, desde que sejam bem orientados. Eles são agentes de segurança, de saúde pública, porque o trânsito mata. O efetivo da CET é ridiculamente insuficiente. Você precisa, para começar, ter mais agente de trânsitos presentes na periferia. Tem que ter em todo lugar, mas, como na periferia o poder público falta de muitas maneiras, virou um “salve-se quem puder”. Então, você vê muito mais motoqueiros sem capacete na periferia do que em outros lugares, você vê as pessoas implorando por uma lombada eletrônica por causa dos abusos de velocidade dos automóveis. Tem que ter calçada, sinalização, faixa de pedestre, transporte coletivo melhor.

Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida?

Temos que garantir o encaminhamento correto para cada um. Se é uma família muito numerosa, que mora em uma casa de quatro pavimentos, você não vai colocá-la em um apartamento Cohab de dois dormitórios. Se as pessoas têm uma vida ali naquela região, emprego, escola, amigos, você não pode querer que ela mude dali para um local longe. E se não for possível arrumar um lugar definitivo para essas pessoas, não pode dar R$ 400 de bolsa aluguel, que não dá para alugar nada. Não vale pagar R$ 5 mil de indenização e falar se vira. Tem que haver mesmo uma solução emergencial transitória decente.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Tem lugar que falta hospital mesmo. Se você ver a relação de quantidade de leitos por habitantes, é absolutamente insuficiente. A gente precisa construir novos hospitais. Mas, se a gente melhorar o atendimento básico, não vai precisar de tantos leitos em hospitais, porque se há uma demora na primeira consulta, para fazer o exame, para levar o resultado para o médico, e não tem o remédio, as pessoas vão ficar cada vez mais doentes e precisam cada vez mais de um tratamento de alta complexidade.

 Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Não é só uma limitação de atuação, de atribuições, é uma limitação de recursos também. Tem ter recursos maiores, não só para cuidar das coisas, mas também para equipamentos novos, para fazer investimentos em melhorias e transformação. Tem que ter muita participação da comunidade, porque 31 subprefeituras é pouco. Há 96 distritos na cidade: eles são enormes e muito diferentes entre si. Por mais que o subprefeito conheça a região, ele não vive todos os dias, todos os distritos, todas as diferenças. Em cada distrito você tem que ter vários conselhos temáticos, como cultura, juventude, meio ambiente etc.

 Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

Acho um absurdo fazer um estádio com recursos públicos como indutor do desenvolvimento. Se um time quer fazer um estádio particular é direito dele. O dinheiro público investido em preparação para a Copa tinha que ser em infraestrutura pública. Agora que o erro já foi feito, o que a gente tem a gora é que realmente garantir que a mobilidade melhore para depois. Também precisamos ter cuidado para que os preços em Itaquera não aumentem ao ponto em que uma pessoa que hoje mora lá não tenha mais condições de se manter depois da Copa.

O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?

Começando pelo que não tem: tem linha de ônibus que não circula nos fins de semana, o que é um absurdo. Não tem ônibus à noite toda. O transporte público tem que ser 24 horas. Agora, durante o dia, durante a semana, uma coisa urgente é melhorar a operação do corredor de ônibus, porque quando você só cria uma faixa exclusiva e junta todos os ônibus nessa faixa, sem fazer uma remodelação, o corredor de ônibus vira um congestionamento de ônibus.

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Dalton Assis, 24, é correspondente do Capão Redondo.
@daltonassis
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Marina Lopes, 20, é correspondente da Penha.
@marina_lopesmf
marinalopes.mural@gmail.com

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Em entrevista, Haddad fala de suas propostas para a periferia https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/03/em-entrevista-haddad-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/03/em-entrevista-haddad-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/#comments Wed, 03 Oct 2012 16:20:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1385 Por Leandro Machado e Thiago Baltazar

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Nesta quarta-feira, é a vez de Fernando Haddad (PT).

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Fernando Haddad – Fui um dos formuladores, na gestão da Marta Suplicy, do CEU [Centro de Educação Unificada].  Uma das características do CEU é justamente acoplar uma unidade de ensino, equipamentos de esporte, cultura e lazer, oferecendo para distritos da cidade que nunca tiveram acesso a um equipamento de primeira categoria.  Esse projeto foi, em certa medida, interrompido. Vou retomar a construção dos CEUs  e vou, também, apresentar uma proposta de novos centros culturais. Parece que a cidade parou de construir centros culturais.

Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?

Infelizmente, a CET está muito sucateada, não está fazendo nem o dever de casa no centro expandido, quanto mais nos bairros periféricos. A CET é uma companhia de excelência. Ela tem muita inteligência acumulada ao longo de décadas; engenheiros, gestores que são muito especializados em gestão em engenharia de trânsito.  Nós precisamos recuperar essa capacidade da CET, valorizá-la e levá-la para os bairros, porque os fluxos precisam ser medidos, a cidade precisa ser remapeada. Não estão fazendo as obras viárias na cidade há muitos anos. Então, algumas propostas antigas de duplicação de vias, duplicação de ruas não saíram do papel. Nós temos que retomar algumas obras importantes da cidade.

Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida?

Você sabe que nós temos o pior momento de produção de moradias da história recente de São Paulo. A proposta é aderir imediatamente ao Minha Casa, Minha Vida. Nós lançamos a meta de construir 55 mil unidades habitacionais em quatro anos. Vai ser o maior programa habitacional da história de São Paulo. Além disso, vamos regularizar 200 mil habitações, regularização fundiária e urbanizar favelas para atender 70 mil famílias.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Vamos requalificar as UBSs, inclusive entregar mais 43, em alguns bairros da cidade que não têm atendimento básico. Vamos entregar mil novos leitos e os três hospitais prometidos que não foram sequer licitados. Esses hospitais devem gerar alguma coisa em torno de 600 e700 leitos e o complemento vai ser por ampliação de hospitais municipais existentes.

Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Vou retomar o processo de descentralização administrativa da cidade que foi revertida pela atual administração, sobretudo com o esvaziamento das subprefeituras e a nomeação de subprefeitos sem perfil de gestão. Nós vamos descentralizar com os cuidados devidos. Quais são? Primeiro: controle social na ponta. Você precisa descentralizar o recurso, mas garantir que lá na ponta tenha o controle da sociedade sobre o gasto público. Outra proposta: criação da Controladoria Geral do Município nos moldes da Controladoria Geral da União para que haja alguém com status de secretário que possa investigar.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

Na verdade, temos que pensar para além da Copa, temos que pensar na descentralização econômica da cidade. A cidade está muito concentrada. Vamos apresentar um planejamento urbano que rompe com essa visão da cidade: todo mundo trabalhando nas mesmas cinco regiões e morando em 31 regiões.

O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?

Basicamente, o transporte público é: bilhete único mensal que é uma proposta nossa. O pessoal paga uma tarifa mensal e usa o quanto quiser. Para o estudante isso vai ser uma maravilha. Também faremos 150 quilômetros de corredores de ônibus.

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Leandro Machado, 23, é correspondente de Ferraz de Vanconcelos.
@machadoleandro
lmachado.mural@gmail.com

Thiago Baltazar, 23, é correspondente do Butantã.
@thi_baltazar
thiagobaltazar.mural@gmail.com

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Giannazi fala de seus planos para a periferia de São Paulo https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/02/giannazi-fala-de-seus-planos-para-a-periferia-de-sao-paulo/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/02/giannazi-fala-de-seus-planos-para-a-periferia-de-sao-paulo/#comments Tue, 02 Oct 2012 16:21:31 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1368 Por Leonardo Brito e Lívia Lima

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Nesta terça-feira, é a vez do candidato Carlos Giannazi (PSOL).

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Carlos Giannazi – Na verdade, sempre que tinha a aprovação do orçamento, quando eu era vereador, fazia isso do ponto de vista municipal, mas agora, como deputado estadual, sempre apresento emendas e proposta justamente para construção de equipamentos de cultura, lazer, esporte na área de educação nas periferias. Para que haja essa descentralização. Eu mexo no orçamento diretamente.

Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?

A proposta que nós defendemos e que tanto lutamos é para que haja transporte sobre trilhos, que tenha um choque de investimento na construção de estações de metrô e de trem. As grandes cidades do mundo amenizaram o problema dos engarrafamentos com aumento da oferta do transporte sobre trilhos. Depois, vem outras opções importantes como os corredores para ônibus, para bicicleta. No entanto, se não houver esse primeiro investimento, não tem outra saída para São Paulo, não tem fórmula mágica.

Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida nessa situação?

Primeiramente, quem está em área de risco tem que sair de lá. As pessoas devem ter acesso a uma moradia digna. Já as pessoas que estão em moradia sub-humana, sem infraestrutura mínima, devem ter direito a uma reurbanização dessas áreas. O poder público tem que investir na reurbanização. As pessoas trabalham nessa região, os filhos estudam nas escolas próximas. Deslocar essas pessoas causa um prejuízo e um transtorno social irreparável.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Cnstruindo mais hospitais e postos de saúde na periferia. Ao mesmo tempo, abrindo concurso público de prova e títulos para contratar médicos, enfermeiros, pessoas técnicas da área da saúde e implantando um plano de carreira que valorize esses profissionais. Pagando salários dignos. É levar bons médicos para onde eles são mais necessários, que são as periferias. E valorizar ainda mais os médicos que trabalhem nas regiões mais distantes: quanto mais longe seu local de trabalho, maior será seu salário.

Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Vamos implantar a eleição direta para subprefeito. Nada de coronel, ex-prefeito de outras cidades na subprefeitura. Nós queremos eleições diretas. A  pessoa tem que morar e militar na região. Ela vai ser eleita pela população. Vamos implantar o que já está na lei, que é o conselho de representantes. A ideia e democratizar e dar autonomia para a subprefeitura.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

Primeiramente fiscalizando, porque tanto a prefeitura como os estádios estão investindo milhões de reais que são oriundos dos orçamentos públicos. Assim sendo, temos que ter um controle social desses equipamentos. Queremos saber se teremos um retorno. Não podemos repetir o que aconteceu na África do Sul e em tantos outros países que realizaram Copa e Olimpíada e depois deixaram esses equipamentos abandonados. Eles foram elefantes brancos sem destinação social. Temos que pensar que antes desse investimento, temos que controlar socialmente, se não corremos o grande risco de desperdiçar todo esse dinheiro público.

O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?

Uma fiscalização mais rigorosa pela SPTrans, pois a secretaria de transporte não fiscaliza de verdade. As empresas de ônibus mandam no governo, porque elas financiam as campanhas de prefeito, de vereadores, tendo uma forte influência política e econômica na prefeitura. Esse é um ponto estratégico. Ao mesmo tempo, temos que reorganizar as linhas de ônibus. Eu defendo uma reorganização, mas uma que ela seja feita com consulta popular. Os usuários serão ouvidos para apontar qual é a melhor forma de reorganizar os ônibus. Vamos melhorar os corredores e aumentar a frota, que, em minha opinião, é pequena.

Leia as entrevistas com Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT) e Celso Russomanno (PRB).

 

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Leonardo Brito, 24, é correspondente do Jardim Monte Azul.
@misterbrito
leonardobrito.mural@gmail.com

Lívia Lima, 24, é correspondente de Artur Alvim.
@livialimasilva
livia.mural@gmail.com

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Em entrevista, Russomanno fala de suas propostas para a periferia https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/01/em-entrevista-russomanno-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/10/01/em-entrevista-russomanno-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/#comments Mon, 01 Oct 2012 15:26:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1362 Por Flavio Munhoz e Mônica Oliveira

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Nesta segunda-feira, é a vez de Celso Russomanno (PRB).

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Celso Russomanno – Nos finais de semana, vamos entregar as escolas às comunidades, às associações de bairro, ou seja, à sociedade organizada. E teremos peças teatrais, bibliotecas, esporte, bailes para terceira idade, cursos dos mais variados, inclusive de artesanato. Com isso, nós evitamos que aos finais de semana, as crianças e os adolescentes pulem o muro, destruam as escolas e usem drogas lá dentro. Quando os professores chegarem com a diretora, não vão encontrar a escola totalmente destruída. Além disso, através da Secretaria de Cultura, nós vamos buscar mais espaços. Nós temos em nosso projeto a construção de 30 CEUs.

Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?

A nossa proposta é descentralizar a cidade, gerando empregos nas periferias. Com isso, você vai gerar economia local, diversão local, lazer. E você evita uma movimentação imensa de carros que todos os dias saem de três pontos da cidade: zona norte, zona leste e zona sul, para o centro da cidade. Quanto mais você diminui o deslocamento, melhora mais o trânsito. Além disso, nós vamos incentivar o uso da bicicleta, fazer transporte coletivo de qualidade, principalmente nas periferias. Se a gente melhora o transporte coletivo, a gente agrega também valor, as pessoas deixam seus veículos em casa.

Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida nessa situação?

Primeiro vamos criar um exército de pessoas para a Defesa Civil. Aqui, em São Paulo, ela é muito desestruturada. E está desmotivada. Você não encontra nas subprefeituras pessoas treinadas para agir num momento em que a cidade tem algum tipo de catástrofe. Então nós queremos fazer o que os outros países fazem, que é ter o agente da defesa civil voluntário. Vamos criar um exército para isso. Nas áreas de risco nós vamos trabalhar com a Cohab para a construção de habitações e vamos remover essas pessoas dessas localidades evitando antecipadamente os acidentes.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Nossa prioridade é desafogar o sistema. E vamos trabalhar com prevenção. Quando você trata o paciente na prevenção, você evita o congestionamento no pronto-socorro, na UTI, na internação. Na primeira etapa, que terá 90 dias, vamos fazer um mutirão de consultas e exames. Depois, vamos reaparelhar os hospitais, as unidades da AMA e as UBS. Vamos retomar alguns hospitais que estão desativados, como o Hospital Sorocabana, na Lapa [zona oeste]. A partir daí, identificado a necessidade de leitos, nós vamos construir outros hospitais.

Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Da seguinte forma: a sociedade organizada, clube dos lojistas, Rotary, associações de bairro, vão fazer uma lista tríplice com três pessoas competentes que morem no bairro há pelo menos 10 anos, que tenham currículo, que tenham ficha limpa. E aí nós vamos decidir entre os três quem é o melhor para exercer o cargo. As subprefeituras vão voltar a ter orçamento. E quero que esse orçamento tenha participação da sociedade civil. Ou seja, vamos analisar o que é mais importante, o que a sociedade quer de mais urgente e vamos fazer as obras e as políticas públicas necessárias.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

Uma forma de trabalhar essa população local é capacitar esse pessoal, treiná-lo, dar cursos de inglês e de espanhol para aproveitar essas pessoas e depois usá-las no projeto que a gente tem na cidade, que é torná-la a capital mundial dos eventos. Aí vamos aproveitar essa mão de obra para a segunda etapa, que é gerar empregos através da maior indústria de empregos do mundo, que é a do turismo.

O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?

Vamos trabalhar em cima dos corredores, com semáforos inteligentes, mas também melhorar a qualidade do ônibus, ou seja, eles serão montados em monobloco: motor atrás, com ar-condicionado, com piso baixo, porque o piso alto é o maior inimigo dos deficientes e das pessoas idosas. Se a gente mostrar que o corredor funciona e que o ônibus tem velocidade, que as pessoas não perdem todo o tempo para chegar em casa ou para sair para o trabalho, as pessoas começam a abandonar os seus carros e andar no transporte coletivo.

Leia as entrevistas com Paulinho da Força (PDT) e Gabriel Chalita (PMDB).

 

Quer ser um correspondente comunitário do blog Mural? Saiba como clicando aqui.

Flavio Munhoz, 34, é correspondente do Grajaú.
@flaviomunhoz
flaviomunhoz.mural@gmail.com

Mônica Oliveira, 47, é correspondente de Carapicuíba.
@idmonica
monicaoliveira.mural@gmail.com

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Em entrevista, Paulinho fala de suas propostas para a periferia https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/09/30/em-entrevista-ao-mural-paulinho-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/09/30/em-entrevista-ao-mural-paulinho-fala-de-suas-propostas-para-a-periferia/#comments Sun, 30 Sep 2012 15:00:05 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1352 Por Flavio Munhoz

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Neste domingo, é a vez do candidato Paulinho da Força (PDT), entrevistado por email.

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central de São Paulo. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Paulinho – Vou promover e estimular manifestações culturais aproveitando equipamentos e espaços públicos, como bibliotecas, Casa de Cultura, teatros, CEUs, centros culturais e escolas nos fins de semana. Em parceria com o governo do Estado, vou ampliar os espaços e as ações  culturais na cidade.

Com o crescimento do número de carros na cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar este problema?

A questão do trânsito está diretamente relacionada com a qualidade do transporte público e no planejamento urbano sustentável da cidade. Realmente há uma enorme diferença no trânsito entre determinadas regiões e horários. Por isso, vamos levar o emprego para perto da casas das pessoas, com incentivo de ISS e IPTU para as empresas que estiverem ou se mudarem para a periferia. Com isso, vamos levar dois milhões que hoje estão no centro para a periferia. Vamos também construir corredores de ônibus nas marginais, melhorando o trânsito.

Qual é sua proposta de política habitacional para moradores em áreas de risco? Qual vai ser a primeira medida?

Minha primeira medida será a de começar a legalizar as moradias irregulares, dando de preferência, o título para a mulher. Vamos também promover um programa habitacional a ser desenvolvido nos pequenos e médios terrenos ainda disponíveis em São Paulo, espalhando as moradias populares de forma homogênea por toda a cidade.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Vou contratar da rede hospitalar privada até três mil leitos que, somados aos existentes, totalizarão 5.700. Isto equivale a 15 novos hospitais de médio porte. Quanto ao atendimento básico, se dará preferencialmente por meio de programa Saúde da Família. Para tanto, vou contratar 1.200 equipes que somadas às existentes darão cobertura a praticamente toda a população SUS dependente de São Paulo.

Na atual administração, as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram, basicamente, com serviços de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Vou, após o primeiro de ano de governo, eleger os subprefeitos pelo voto direto da população de cada subprefeitura. Vou implantar a gestão de desenvolvimento local integrado e sustentável em cada subprefeitura, com os recursos necessários para executar o programa regional estratégico de cada subprefeitura.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?
A população que receberá o melhor legado da Copa de 2014 em São Paulo será da zona leste. A prefeitura deve aproveitar e integrar ao estádio de Itaquera à implantação da operação urbana Rio Verde Jacu, que promoverá o desenvolvimento de toda zona leste. É preciso também incentivar as empresas e indústrias da região, gerando emprego e renda.

O transporte público é uma das granes reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a lotação. Quais as suas propostas para melhorar a situação?

A cada cinco anos a frota de ônibus deverá ser renovada com ônibus que utilizem combustíveis de fonte renováveis. Vou implantar 200 quilômetros de corredores de ônibus, sendo que os articulados e biarticulados deverão circular em corredores exclusivos, com semáforos inteligentes e interativos com os ônibus, que  permitirão passagens pelos cruzamentos de ruas sem obstáculos.

 

Para ler a entrevista com Gabriel Chalita (PMDB), clique aqui.

Flavio Munhoz, 34, é correspondente do Grajaú.
@flaviomunhoz
flaviomunhoz.mural@gmail.com

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“O percurso de Itaquera à Sé será de 30 minutos”, diz Chalita https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/09/29/o-percurso-de-itaquera-a-se-sera-de-30-minutos-diz-chalita/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/09/29/o-percurso-de-itaquera-a-se-sera-de-30-minutos-diz-chalita/#comments Sat, 29 Sep 2012 13:37:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=1349 Por Flavio Munhoz

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

A ordem dos posts foi definida por sorteio. Neste sábado, é a vez de Gabriel Chalita (PMDB), que respondeu as perguntas no dia 24/9, por email.

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central de São Paulo. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Gabriel Chalita – Sim. Todo o programa de governo é baseado no estudo do mapa das desigualdades de São Paulo, o que permitirá levar estrutura municipal completa para cada um dos 96 distritos da cidade, com escolas, creches, unidades de saúde, bibliotecas, centros de cultura e esportes. Haverá investimento na economia criativa com a criação de polos de cinema, moda e design, entre outras áreas, além de incentivo a práticas artísticas e esportivas no contexto da escola em tempo integral e da Escola da Família.

Com o crescimento do número de carros na cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar este problema?

O plano de governo contempla uma série de ações de melhoria do transporte público, realização de obras viárias e investimento em inteligência, tecnologia e recursos humanos. Para evitar passagens desnecessárias pelo centro expandido da cidade, serão construídas ligações circulares entre bairros. Também pretendemos criar novos centros regionais, que reúnam emprego, lazer, educação e serviços de saúde perto da casa das pessoas, reduzindo a necessidade de deslocamento diário das periferias para o centro e vice-versa. Haverá, também, um investimento em inteligência de trânsito, com a instalação de semáforos inteligentes, equipados com nobreak, para evitar que entrem em pane em dias de chuva.

Qual é sua proposta de política habitacional para moradores em áreas de risco? Qual vai ser a primeira medida?

O objetivo é construir 30 mil unidades habitacionais em parceria com o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e também a CDHU, do governo estadual. Uma das propostas é trocar parte da dívida de São Paulo com a União por investimentos sociais, principalmente na área habitacional.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

A meta é implantar definitivamente o SUS em toda a cidade, melhorando os serviços oferecidos à população e instalando novas unidades onde for necessário. Vamos informatizar o atendimento para reduzir filas e organizar a oferta de vagas, criar o Cartão do Paulistano, que reunirá todas as informações do paciente, construir quatro hospitais e 57 UBSs, criar centros de referência para mulheres e idosos e trazer as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], programa do governo federal, para São Paulo. Logo no início, faremos uma análise criteriosa de todos os contratos assinados não só na saúde, mas em todos os setores da administração. Honraremos os contratos, mas denunciaremos aqueles que contiverem irregularidades ou não resultarem em bons serviços para a população.

Na atual administração, as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram, basicamente, com serviços de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Nosso plano de governo propõe o fortalecimento das subprefeituras, que serão administradas por líderes locais com profundo conhecimento da região e capacidade administrativa. Uma vez por semana, o prefeito despachará de uma das 31 subprefeituras, acompanhado de secretários e assessores, em sistema de rodízio. Com isso, serão reforçadas todas as ações de zeladoria, no sentido de cuidar da cidade dia após dia. Também haverá um grupo executivo de controle dos serviços e projetos municipais em andamento na subprefeitura. Esse grupo terá um correspondente coordenador no gabinete do prefeito.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

O Expresso Zona Leste, sem dúvida, será um legado importante que beneficiará 3,9 milhões de pessoas que moram na região. Trata-se de um corredor de ônibus que fará a conexão direta, sem paradas, entre vários bairros da zona leste e do centro. O percurso de Itaquera à Sé será de 30 minutos. Os ônibus serão articulados, só levarão passageiros sentados e terão um sistema inteligente para só pegar semáforos verdes.

O transporte público é uma das granes reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a lotação. Quais as suas propostas para melhorar a situação?

Para melhorar o transporte público, será necessário redesenhar o sistema de ônibus com base em pesquisas do fluxo de veículos e passageiros, dados de GPS e do Bilhete Único. Também será criada uma faixa reversível na zona sul, de acordo com a demanda nos horários de pico, para resolver emergencialmente o problema de transporte na região. Estão previstas a ampliação dos corredores de ônibus já existentes, incluindo áreas de ultrapassagem, plataformas de embarque acessíveis e outras melhorias, e a construção de novos corredores.

 

Flavio Munhoz, 34, é correspondente do Grajaú.
@flaviomunhoz
flaviomunhoz.mural@gmail.com

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