Cachorro quente é opção de renda em Osasco

Agência Mural

Por Paulo Talarico

Norberto Bastos, 76, está casado há 54 anos com Lourdes Bastos, também com 76. O casal, que sempre viveu em Osasco, cidade da Grande São Paulo, está aposentado, mas o dinheiro da pensão não é o suficiente para se manter.

A alternativa que eles encontraram foi vender cachorros quentes, para ter uma renda melhor. “Fazer o quê? Temos que gostar, só com a aposentadoria não dá nem para comer”, explica o marido. Apesar de tudo, eles levam bem a necessidade e estão dia sim dia não por ali, juntos, no trabalho.

Ao lado deles, cerca de 30 carrinhos podem ser vistos com o lanche em uma única via. Quem anda pelo calçadão da rua Antônio Agu, no centro de Osasco, procura lojas para comprar roupas, aparelhos eletrônicos e todo tipo de comércio. Em meio às pessoas que aproveitam às compras, é impossível não se encontrar com um vendedor de hot dog.

São trabalhadores que, como Norberto, buscam alternativas para sobreviver. Muitos são aposentados, outros têm alguma deficiência ou estavam sem emprego. A atividade é regulamentada pela prefeitura.

Calçadão da rua Antonio Agu, principal centro de compras da cidade, tem muitos vendedores

A vida dos vendedores não é fácil. Maria de Lourdes trabalha com cachorros quentes há 18 anos, porém está preocupada. Desde que seu ponto mudou, por conta da reforma da estação de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ela não tem conseguido vender bem os lanches.

“O meu ponto era bom, ficava no Largo de Osasco, mas saí depois das obras e vim para cá. Aqui é muito parado”, explica se referindo ao início da Antônio Agu.

Além da rua Antônio Agu, diversas vias do centro têm vendedores, inclusive, durante a noite. Os pontos são cadastrados e eles costumam fazer revezamento de lugar e de períodos de trabalho.

Mary Moreira do Nascimento, 65, trabalha no calçadão desde 1995. Ela relembra que a situação de sua vida estava difícil quando encontrou essa chance. “Eu estava passando por muita luta, mas Deus abriu essa oportunidade. Não estava dando para me sustentar”, conta.

Família Hot Dog - No calçadão, mais de 30 ambulantes vendem a iguaria

Ela mora em Osasco desde 1971 e acredita que, embora seja difícil, o importante é seguir em frente. “A gente tem que fazer com amor, porque olha eu, com 65 anos, ainda estou trabalhando e é difícil, pois dá dor nas pernas ficar em pé o dia todo”.

Um grupo da iniciativa privada criou o “Festival do Cachorro Quente de Osasco”. O objetivo é divulgar o município como capital nacional do lanche e premiar esses ambulantes. “Os jurados vão avaliar a qualidade, o atendimento, o sabor, para classificá-los para a final”, explica Marcos Mello, coordenador do festival.

O resultado acontece no início de março e o prêmio para o melhor cachorro quente da cidade é de R$ 3.000.

Paulo Talarico, 21, é correspondente comunitário de Osasco.
@PauloTalarico
paulotalarico.mural@gmail.com

Comentários

  1. Só os carrinhos de Osasco tem:

    toalhinhas de crochê

    tudo limpinho

    molho com pimentão

    opção de pão francês…

    purê de batata de verdade,

    hummmmmmmmmmmmm

  2. COMER EM LOCAL TOTALMENTE EM ABERTO, É O MESMO QUE VOLTAR, AOS TEMPOS MEDIEVAIS, ESTE FESTIVAL MOSTRA O QUANTO ÉS A INCOMPETENTE , A GESTÃO DO PT EM OSASCO, PERMITINDO E ARRECADANDO TAXAS EM CIMA DE PESSOAS QUE PROCURAM DEFENDER O PÃO DE CADA DIA, MAIS UMA VEZ PROVADO QUE TIRAR DINHEIRO DO POVO É FACIL PARA O PT………. UMA VERGONHA *

    1. Querida, você precisa se informar mais sobre algum tema antes de dar sua opinião. Apesar do carinho ser totalmente aberto, as condições de higiene são nota 10, e tem fiscalização durante todo o dia, quem não trabalhar dentro das normas pode até perder a licença. E quando fala sobre arrecadação, o que exatamente você quer dizer? Ninguém paga para trabalhar em Osasco, a única exigência é que o ambulante trabalhe dentro das condições exigidas respeitando a cidade e os consumidores.

      1. realmente as condições de higiene são precárias, muitos pombos na área devido ao lixo conter restos de alimentos, enfim, as fezes dos pombos que são espalhadas com o vento são uma de minhas preocupações.
        vendedores de lanches sem mascara e toca no manuseio de alimentos. não lava as mãos após pegar em dinheiro.

        a saúde e de cada um, cada um cuida da sua!

    2. Quanto a questão do governo do PT, os vendedores atuam na região há muitas gestões, desde que o PSDB também estava no poder.

      Não é uma questão partidária, é uma característica boa da cidade, algo de Osasco, ter cachorros quentes no centro. E isso é mais valioso do que qualquer questão eleitoral.

      Por mais que seja difícil, o comércio ambulante mais auxilia do que atrapalha na conquista de condições de vida por pessoas de baixa renda.

    3. Tempos medievais? Huahua Nova York também está nos tempos medievais então né? Que comentário sem noção… O único que concordo é que a gestão do PT em Osasco realmente deixa MUITO a desejar.

  3. Parabéns Marcos, tenho certeza que agora é a hora.

    Conte comigo, em que eu puder nesta realidade.

    Abçs.

  4. Tenho 34 anos e moro em Osasco desde que nasci. Ainda quando criança, na faixa dos meus 7,8 anos, os carrinhos de cachorro quente de Osasco já eram conhecidos. Isso faz parte da minha infância e só de falar parece que sinto o sabor daqueles lanches deliciosos. Hoje, eu diria que são tradicionais na cidade e teria sido um crime enquadra-los entre os camelôs que foram retirados com a última reurbanização do centro. Não gosto da atual administração da cidade, mas sobre isso não tenho nada a falar, ou melhor: todos os carrinhos são padronizados, higiêne de primeira e que não se vê nem em fast foods conhecidos, são saborosos e seguem um padrão de ingredientes que só vi em Osasco até hoje. Para quem tá com a grana curta, é um almoço e é tão bom que nos pontos noturnos como os da AV. Maria Campos, vem gente de outros municipios comer! Ah! Pode até ser difícil e trabalhoso para alguns vendedores, mas pelo volume que vejo vendendo tenho certeza que cada carrinho nada mais é do que uma micro empresa bem rentável..

  5. Muito bonito e de bom gosto os vendedores de cachorro quente do calçadão com os carrinhos todos forrados com toalhas feitas em crochê parabéns para quem organizou. Digno de mais divulgação!

  6. Acho muito bom sim e é sem sombras de dúvidas a melhor opção para o calçadão e largo de Osasco para as pessoas que transitam por lá sempre com pressa.O cachorro quente é muito gostoso e sempre limpinho..essa Sandra do comentário lá em cima não esta com nada.

  7. Pelo menos esta senhora esta trabalhando dignamente, ganhando o seu pão de cada dia..parabéns….a senhora merece ..
    ANGELINA DE OLIVEIRA..com certeza deves ser sem trabalho para se desfazer de um trabalho tão honesto e digno desta senhora…sou de FLORIANOPOLIS, COM ORGULHO,E AS PESSOAS AQUI TRABALHAM AO AR LIVRE COM MUITA HIGIENE…

  8. parabéns a prefeitura de Osasco,por ter essa iniciativa deixar as pessoas a trabalhar pois precisam de comer e dar aos seus filhos

    quanto a taxa concordo por que o custo de um funcionario (GARI) materiais de limpesa em geral precisam ser pagos aos fornecedores prefeitura de Osasco nota 10

    1. Infelizmente, não posso parabenizar a prefeitura de Osasco. Porquê é injusta com os seus cidadãos uma vez que não dar oportunidade para aqueles que desejam trabalhar com cachorro quente. No calçadão de Osasco tem ambulantes trabalhando a mais de 20 anos e não são realizadas novas inscrições para quem deseja iniciar no ramo de cachorro quente.
      Acredito que os ambulantes deveria ter um contrato por tempo determinado, ou seja deveria no máximo 5 anos para dar oportunidade a quem realmente precisa.
      Porque esses ambulantes que já estão há mais de 20 anos não precisam mais, já conquistaram muitas coisas, sendo fundamental dar oportunidades a outras pessoas.

Comments are closed.