Osasco faz 50 anos com pensamento no futuro
Por Paulo Talarico
Uma região afastada do centro da capital, sem pavimentação nas vias, com falta de transporte, sem água encanada e nem energia elétrica. Essa era a Vila Osasco, na voz dos moradores da época, antes de se tornar uma cidade.
Neste domingo, os osasquenses comemoraram 50 anos da emancipação política e administrativa da capital paulista e pensam no que esperam para melhorar no futuro.
“É preciso ampliar a educação e a cultura, e nessa área estamos caminhando bem”, acredita José Geraldo Setter, 76, presidente da Ordem dos Emancipadores de Osasco, entidade antes denominada Sociedade dos Amigos de Osasco (SADO), fundada em 1947 e que foi responsável pela luta da emancipação.
Atualmente, a ordem possui 300 membros. Muitos deles se reúnem toda a semana para preservar a história, discutir os problemas da cidade e reivindicar melhorias das autoridades.
“Eu tenho muita preocupação, por uma coisa: a densidade demográfica da cidade [hoje são mais de 10 mil habitantes por quilômetro quadrado]. Por conta do poder das imobiliárias, os desafios são grandes quanto ao trânsito e a mobilidade. No lado econômico, é preciso saber investir, saber trabalhar”, afirma José Geraldo Tonato, 73, diretor cultural da entidade.
A cidade cresceu desordenadamente, como muitas outras. Hoje são 677 mil habitantes, dos quais mais de 80 mil vivem em favelas, segundo o Censo 2010 do IBGE.
O adensamento da população fez com que o município seja o quarto maior em densidade demográfica na Grande São Paulo, logo, falta espaço para crescer e para a construção de espaços de recriação.
“Osasco poderia ser mais bonita, ter uma praça para se sentar, mais parques para andar”, afirma Armando Matias Braz, 83, membro da entidade sobre a falta de parques públicos no município.
Tendo em vista a chegada do cinquentenário, a Prefeitura criou o projeto Osasco 50 anos, que, com a participação da sociedade civil, serviu para estipular metas em diversas áreas como economia, saúde e habitação para este ano. “Muitas das reivindicações eram nossas”, relembra Setter.
A prefeitura estima que 80% das metas foram cumpridas. No entanto, há muitos aspectos que ainda esperam melhorias. A iniciativa pretende criar outras diretrizes que visem a sequência de projetos. “É preciso dar perspectivas a longo prazo para Osasco”, conclui Tonato.
Paulo Talarico, 21, é correspondente de Osasco.
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