‘Ópera periférica’ atrai dobro do público esperado na Cidade Patriarca
Por Lívia Lima
Mesmo sem as poltronas confortáveis e a temperatura agradável de uma sala de teatro, um público de até 300 pessoas tem se concentrado na área livre do Clube da Comunidade (CDC) Patriarca, zona leste de São Paulo, para assistir “A saga do menino diamante – uma ópera periférica”, do Coletivo Dolores Boca Aberta.
A apresentação acontece todos os sábados às 22h, de 14/7 a 4/8.. “Nem dá para divulgar muito, já estamos no limite da ocupação do espaço”, afirma Luciano Carvalho, 37, integrante do coletivo e diretor da produção.
“Quando se fala em teatro a céu aberto, na periferia e de graça, não dá para imaginar uma grande produção, mas foi um espetáculo de qualidade”, afirma Mariana Martins, 29, pedagoga e moradora da região.
Criada a partir de pesquisa realizada em grupos de trabalho no coletivo, “A saga” foi vencedora na categoria especial do Prêmio Shell de Teatro em 2011. O coletivo Dolores já está na 4ª temporada de apresentação este ano.
Durante 1h40, 32 atores e músicos encenam a narrativa sobre experiências sociais inseridas nos processos de construção e ocupação das grandes cidades.
“Nosso protagonista não é a favela, mas todo o movimento de construção e destruição delas, os interesses econômicos, a especulação imobiliária, a construção de grandes rodovias, a Copa do Mundo. É a estruturação da cidade para valorizar o valor”, explica Luciano.
O Coletivo Dolores Boca Aberta se define como “trabalhadores que fazem arte”. Oscilando entre momentos em que arranca risos e em que provoca inquietação e reflexão na plateia, a peça fala especialmente sobre a classe trabalhadora.
“Muitos pensam que teatro é coisa de gente ‘culta’, que frequenta o Teatro Municipal. Quando o espetáculo está mais próximo, é mais estimulante para participar”, afirma a moradora Suely Borges, 28.
Mais informações:
A saga do menino diamante – uma ópera periférica
Coletivo Dolores Boca Aberta
De 14/7 a 4/8, a partir das 22h
CDC Patriarca: Rua Frederico Brotero, 60, Cidade Patriarca.
Lívia Lima, 24, correspondente de Artur Alvim.
@livialimasilva
livia.mural@gmail.com
Legal saber que temos oportunidade de acesso a cultura de boa qualidade e ainda de graça….
Muito bom saber que artistas levam diversão com o teatro de graça para a população.
Lívia, ótimo texto e artigo. Sucesso sempre!
Muito interessante e construtivo pra toda a comunidade, parabéns!!!!
Lívia.
Parabéns pela matéria, precisamos de divulgações em diversão para a população, onde vejo que quase ninguém frequenta o teatro pelo preço.
Sucesso!!!
Teatro com qualidade e de graça, muito bom mesmo!!!