Com poucas áreas verdes, moradores do centro de SP brigam por parque

Agência Mural

Por Tatiane Ribeiro

Em uma cidade como São Paulo, com mais de 1,5 mi de quilômetros quadrados de extensão, sem praia e repleta de prédios, os parques são uma das poucas opções que o paulistano tem de contato com a natureza.

Mas onde estão as áreas verdes de São Paulo? Como a maioria dos índices de uma cidade de crescimento desordenado, esse também não conta com boa distribuição.

A região central tem apenas 6,18 metros quadrados de áreas verdes por habitante, segundo dados da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente. Paralheiros, na zona sul, tem 2655 metros quadrados, o que equivale a 26 campos de futebol para cada habitante.

O menor índice pertence ao Itaim Paulista, na zona leste, com 2,11 metros por habitante.

O site Folha SP Dados postou nesta segunda-feira um mapa que demonstra essas diferenças.

“Não tenho onde levar minha filha para ficar um pouco ao ar livre. Sentamos nas muretas de uma pequena praça sem bancos em frente ao prédio onde moro, porque nem sempre tenho como levá-la ao Ibirapuera”, conta Antônia Auricélia, 34, moradora do centro.

Moradores da região central querem que terreno particular vire parque público

O crescimento dos imóveis, excesso de carros e asfalto, além da falta de vegetação, formam uma combinação com consequências bastante perceptíveis à população. “O ar nas ruas fica abafado. A sensação de calor aumenta e para todos os lados que se olha só tem concreto”, diz Diego Santana, 30, também morador dos arredores.

Para ajudar a modificar a situação, há sete anos foi criado o movimento SOS Parque Augusta, que luta para que a área verde localizada na esquina da rua Caio Prado com a Augusta seja transformada em parque.

“O projeto de lei esteve para ser votado diversas vezes em junho, mas não houve quórum para nenhuma votação nesse período”, afirma Sérgio Carrera, idealizador do movimento.

“Com a criação do parque, ficaria mais fácil práticas de recreação como andar de bicicleta, caminhar ao ar livre. Coisas simples, mas que fazem toda diferença para descarregar um pouco o estresse semanal”, diz Natália Gaibin, que trabalha e mora no centro.

Para Carrera, a pressão exercida por parte dos empreendimentos imobiliários na área atrapalha ações que priorizem a qualidade de vida dos moradores.

“Mas não vamos desistir. Nossa ação agora é procurar os novos candidatos para que se comprometam desde já com a criação do parque”, finaliza.

 

Tatiane Ribeiro, 26, é correspondente da Bela Vista.

@TaTyaa

tatiribeiro.mural@gmail.com

Comentários

  1. Conheço esse local, seria bom que ele fosse transformado em um parque, porque os parques mais próximos dessa região estão lá para cima na Av Paulista: o parque Trianon e o parque Mário Covas

  2. A moradora diz que precisa ir até o Ibirapuera para desfrutar de alguns momentos de lazer. Vai de carro, claro.

    Áreas verdes deveriam existir em cada bairro, a cada Ha². Isto deveria der lei.

    Porém, o tão festejado Plano Diretor é omisso em relação à questão. Precisamos criar a lei Cidade Verde e chamar os arquitetos paisagistas para construir uma nova cidade. Sem abrir um só saco de cimento.

  3. E como não bastasse a falta de áreas verdes, a Pref de São Paulo não conseguindo resolver os Sem Teto e Drogados, resolveu cercar áreas verdes centrais para os infelizes não poderem utilizar. Ineficiencia e elitismo em alto grau, que esquece que essas áreas se chamam”areas livres de uso público” e não s´dos comportados

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