Imigrantes protestam por trabalho decente em São Paulo
Um grupo de cerca mil imigrantes, de várias nacionalidades, marchou no centro de São Paulo neste domingo (2), para reivindicar cidadania universal e trabalho decente.
Os manifestantes saíram da praça da República, pararam em frente à Câmara Municipal e seguiram até a praça da Sé, onde foi realizado um ato ecumênico.
Após a bênção dos religiosos, Roque Patussi, 49, coordenador do CAMI (Centro de Apoio ao Migrante), gritou palavras de ordem em um carro de som e convidou lideranças de movimentos sociais para comentarem o tema da marcha.
De acordo com Patussi, o trabalho decente foi escolhido como foco porque há um grande número de imigrantes que chegam ao Brasil em busca de oportunidades de emprego e acabam caindo nas mãos de exploradores.
O coordenador explicou que estas pessoas têm jornadas de trabalho excessivas, ganham pouco e têm os documentos retidos.
Por esta razão, segundo ele, existe a necessidade de conscientizar as vítimas de seus direitos.
Verônica Quispe Yujra, 33, dentista boliviana, aproveitou o protesto para relembrar outros problemas enfrentados pelos imigrantes.
Ela criticou um acordo bilateral entre o Brasil e a Bolívia que foi criado para facilitar a residência de imigrantes em ambos os países, mas que, segundo ela, esbarra na burocracia.
A dentista reclamou das taxas cobradas pela Polícia Federal e dos maus tratos sofridos pelos imigrantes ao solicitar residência.
“Queremos uma Secretaria de Imigração para que a nossa transição seja mais tranquila.”
Dentre as reivindicações, ela também destacou a habitação. “Não é só o direito de morar, mas morar em condições dignas”.
A sexta edição da Marcha do Imigrante chegou ao fim com apresentações de grupo folclóricos da Bolívia e do Paraguai em frente à Catedral da Sé.
Thiago Baltazar, 23, é correspondente do Butantã.
@thi_baltazar
thiagobaltazar.mural@gmail.com
Vai um brasileiro na Argentina, Bolívia, paraguai ou qulquer outro País da AL fazer isso.É preso e escurraçado de lá.Só aqui mesmo.
Bom dia Thiago.
É a escravidão dos tempos modernos.