Secretaria quer eliminar demora para enterrar mortos em SP, que chega a 18 horas
A prefeitura pretende exercer maior controle sobre o processo de velórios e enterros em cemitérios municipais. O secretário de Serviços, Simão Pedro Chiovetti, disse em entrevista ao Mural que uma família leva até 18 horas para conseguir enterrar um cidadão por conta da burocracia entre IML, atestado do legista, a Secretária da Segurança Pública e o cemitério. A situação é mais demorada em caso de morte violenta.
“A Procuradoria e a Secretária de Negócios Jurídicos estão nos ajudando a entrar em acordo com o IML”, disse Chiovetti. Segundo ele, a prefeitura quer também acabar com a ação de empresas funerárias que cobram valores elevados para fornecer caixões, coroas de flores e outros materiais necessários para o sepultamento.
“Iremos credenciar empresas para fornecer esses serviços — flores, velas e caixão — para as famílias, com tabelas e regras para padronização”, explicou. A secretaria registra casos de funcionários municipais que atuam como parceiros das funerárias e abordam as famílias pouco depois da morte para oferecer caixões.
A prefeitura oferece gratuitamente um caixão simples, coroa de flores e outros ornamentos para o velório, caso os parentes não tenham condições de contratar um serviço particular.
Formado em Filosofia e mestre em Sociologia Política, Chiovetti foi eleito deputado estadual pelo PT em 2002 e se reelegeu em 2006 e 2010. No começo de 2013, se afastou do Legislativo para assumir a secretaria de Serviços.
A entrevista ao Mural, realizada no auditório da Folha em 20/7, também abordou outros temas. Confira abaixo:
Descarte de entulho
A prefeitura está fazendo um mapeamento com fotos de todos os locais que possuem pontos viciados, onde o descarte de entulho é frequente, para que a fiscalização possa agir com mais rigor. A secretaria estima que em toda a cidade existam 5 mil locais do tipo. “Estamos tentando trabalhar mais com os subprefeitos, porque nós gerenciamos e pagamos pela limpeza das ruas, mas quem fiscaliza são eles”, explica. A meta é que esses pontos sejam extintos até a Copa de 2014.
Ecopontos
Uma possível solução para resolver o problema dos pontos viciados é a construção de mais ecopontos – locais de entrega voluntária de resíduos como entulho, madeira, podas de árvore, móveis e materiais recicláveis. Atualmente são 68, menos de um por distrito. O objetivo da gestão Haddad é que até o final do mandato a cidade possua 152 ecopontos. Cada pessoa pode entregar lá até um metro cúbico de lixo por dia. Eletrônicos, lâmpadas fluorescentes e telhas com amianto não são aceitos.
Veja aqui a lista de ecopontos em São Paulo
Wi-fi em parques e praças
A Secretaria de Serviços pretende criar pontos de acesso gratuitos à internet pela cidade. Diferentemente da proposta inicial de 42 pontos, São Paulo terá 120 locais de internet sem fio, na maioria parques e praças. Dependendo do local, o sinal poderá alcançar também casas e estabelecimentos próximos. Segundo Chiovetti, cada distrito deverá ter ao menos um local de acesso, sendo 23 no centro, 36 na zona leste, 18 na zona norte, 26 na zona sul e 17 na zona oeste. O projeto Praças Digitais já está em fase de licitação, feita pela Prodam. O acesso deve estar disponível para a população a partir de outubro.
Para garantir a segurança das pessoas que estarão com seus celulares e tablets nas praças e parques com wi-fi, a prefeitura abrirá concurso para contratar mais 2.000 guardas civis. “Não podemos ficar com medo de roubo, se não é impossível fazer”, considera o secretário. Ele também promete melhorar o serviço de iluminação nesses locais e fazer um seminário internacional para troca de experiências com países que já adoraram esse método em locais públicos.
Planos para a Copa
O secretário em parceria com a vice-prefeita Nádia Campeão (PC do B) apresentou para o Corinthians um plano de limpeza e coleta seletiva. “Estamos discutindo com o clube como essas questões serão tratadas. A ideia é fazer uma Copa sustentável”. Além disso, o BNDES abriu linhas de investimento para as cidades que vão sediar a Copa do Mundo possam ampliar a coleta seletiva e a reciclagem. “Vamos investir esse recurso nas reformas das atuais centrais de reciclagem. A expectativa é que aumente a renda e amplie o número de trabalhadores”. O secretário solicitou ao BNDES o valor de R$108 milhões.
Lixeiras
No ano passado, 150 mil unidades de papeleiras – lixeiras colocadas nos postes – foram instaladas nas ruas. Elas possuem vida útil de 10 anos se não forem depredadas. “Foi acertado que em casos de depredação as empresas contratadas para esse serviço têm a obrigação de repor as lixeiras, mas apenas 20% delas ao ano”, explicou.
Outra sugestão foi a implantação de contêineres para evitar que os cidadãos depositem os resíduos nas ruas. A ideia da pasta é ampliar o serviço de contêineres que são abertos por cartões magnéticos. “Ainda é uma tecnologia muito cara que chega a custar 800 mil reais. Estamos pensando em um jeito de baixar esse valor”, disse.
(Texto: Jéssica Souza e Olívia Freitas/ Foto: Camila Ribeiro/ Produção: Raphael Preto/ Edição: Rafael Balago).