População discute como acabar com acúmulo de lixo no Jardim Damasceno
A aposentada Andira Gonçalves Eduardo, 71, perdeu as contas das vezes que precisou limpar a sujeira despejada na calçada ao lado da sua casa, na altura do número 29, da rua Feliciano Malabia, no Jardim Damasceno, zona norte de São Paulo.
“Deixam tábua, sacolas, entulho e até cachorro morto. Cansei de varrer. Acho que precisam limpar e colocar uma placa de proibido jogar lixo”, diz dona Andira.
Pensando em expor suas ideias e debater os problemas com o lixo no bairro, ela se reuniu com outros moradores, representantes da Subprefeitura da Freguesia do Ó, empresa Loga (responsável pela coleta local), Secretaria do Verde e Meio Ambiente, entidades e prestadores de serviços da região, na segunda-feira (10), no Espaço Cultural do Jardim Damasceno.
Entre as propostas, a população sugeriu um mapeamento dos pontos viciados de lixo no bairro e apontou cinco situações críticas nas ruas Talha Mar, Gregório Pomar, Hugo Ítalo Merigo, Feliciano Malabia e Daniel Cerri.
Outra ideia foi trabalhar a conscientização ambiental na comunidade e implantar lixeiras nas vielas próximas da rua Talha Mar. A proposta busca a retirada de uma caçamba que, atualmente, atende a demanda, mas é alvo de despejo de pessoas de outras regiões.
Os representantes da subprefeitura e Loga marcaram, provisoriamente, o dia 10 de maio para o desfecho com um mutirão de limpeza, do chamado Projeto Bairro Limpo, após uma semana de ações planejadas para conscientização ambiental. O projeto agradou os moradores que colocaram algumas ressalvas.
“É preciso pensar em ações que tenham continuação. Não adianta fazer uma mobilização, plantar árvores, chamar a atenção e não fazer nada depois, é importante trabalhar a consciência das pessoas sobre essa questão do lixo para que funcione a longo prazo”, observou Maria Regina Cabral, 51, técnica em saúde bucal.
A população criticou, ainda, a falta de um Ecoponto próximo e a revisão do cronograma da Operação Cata-Bagulho, com a especificação das ruas onde serão realizadas as ações.
De acordo com site da Prefeitura de São Paulo, não há atualmente Ecopontos na Brasilândia, região do bairro. Os mais próximos estão nos distritos da Vila Nova Cachoeirinha e Freguesia do Ó.
Cleber Arruda, 32, é correspondente do Jardim Damasceno
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com
ADORO O JEITO QUE VOCE EXPÕE OS FATOS, DE MANEIRA BEM CLARA, MATERIA MUITO BEM REDIGIDA .
Achei super legal a atuação da Andira com 71 anos de idade e trabalhando pela melhora do lugar onde vive. As propostas estão boas e a discussão lembrou pontos importantes. Espero que vocês consigam resolver o problema.
Sabemos que o lixo é problema não só no Jardim Damasceno no Distrito da Brasilândia é gritante e exige uma política publica mas eficaz, passa por uma questão cultural e educacional, daí o desafio.
Valeu Cleber Arruda .
Muito boa a iniciativa da Dona Andira.
A Matéria também foi muito bem redigida.
Esperamos que as propostas sejam realmente implantadas e que haja sempre fiscalização para que sejam cumpridas.
sou professora no bairro e o problema do lixo é cronico, pois a quantidade de pessoas é muito grande e a coleta tres vezes por semana é insuficiente, a falta de “cata bagulho” também. As ações no bairro precisam ser permanentes para surtirem efeito.