Bar na zona leste tem shows, saraus e serve 48 tipos de cachaça
Há 25 anos, Flávio Tavares, o Tatau, abria um bar no número 479 da avenida São Lucas, na zona leste, para vender frango assado aos moradores da região. Inaugurava-se o Bar do Frango.
Ouvindo sugestões de amigos, ele resolveu inserir mesas e servir bebidas para a clientela que aguardava o preparo do tradicional galeto. Não demorou até alguém levar um violão e, junto com sanfonistas, cantores e compositores, transformar o lugar em um espaço musical.
Hoje, o Bar do Frango é considerado um reduto cultural na região, servindo como ponto de encontro para muitos artistas populares de diversos cantos do Brasil, como a paraibana Socorro Lira, o baiano João Bá, o amazonense Antônio Pereira e o paulista Amaury Falabella. Todos, consagrados músicos regionais.
As apresentações são realizadas no último sábado de cada mês, às 20h. No dia 31/5, quem sobe ao palco é o duo Lunáticos. A entrada é gratuita.
Há também o Sarau do Bar do Frango, que ocorre no último domingo de cada mês, a partir das 19h. Todas as pessoas presentes são convidadas a mostrarem seus talentos artísticos.
“Há pessoas realmente talentosas que mostram seu trabalho, mas a ideia também é convidar todo mundo a subir ao palco e tocar aquelas duas ou três músicas que sabe”, explica Tatau. O próximo sarau será dia 25.
O ambiente é aconchegante e a decoração, composta por fotografias de Sebastião Salgado, pôsteres de ídolos da MPB e cartazes de filmes, como o icônico “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, não deixa dúvidas que neste espaço respira-se cultura.
O bar realizará diversas atividades para comemorar seu quarto de século. A festança começa em junho, com a abertura do Espaço Dércio Marques de Cultura, que promoverá apresentações e até sessões de cinema, com pipoca à vontade para as crianças, na praça em frente ao bar.
E, afinal, tem frango no Bar do Frango? Claro, o tradicional à passarinho sai por R$ 20. Há também porções de mandioca e polenta (R$ 13), caldinho de feijão (R$ 6) e carne seca com mandioca (R$25).
Isso sem contar os 48 tipos de cachaça minera, cuja dose vai de R$ 4 a R$ 23, dependo da velhice da iguaria.
E esta não é a primeira vez que o Bar do Frango ajuda a por de pé um Centro Cultural, conta Tatau. “Há alguns anos existiu o Espaço Mamberti de Cultura, que serviu como ponto de encontro de grandes músicos da MPB”, diz.
Segundo Tatau, a iniciativa foi de um grupo de lideranças do bairro e amigos do Bar do Frango que transformaram uma antiga casa em um espaço cultural e de reunião da comunidade.
O extinto Espaço Mamberti realizou mais de dez cursos e oficinas culturais gratuitas, além de shows de música e apresentações de teatro. O intuito é retomar esta experiência.
João Paulo Brito, 25, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
@JoaoP_Brito
joaopaulobrito.mural@gmail.com
(Versão ampliada do texto publicado no “Guia Folha” de 23/5/14)
Gostaria de esclacer que o Bar do Frango, quando começou, não era bar, mas uma espécie de “frangaria”, na garagem de uma vizinha ilustre, chamada Teca Amorim. Lá acabou virando um reduto de amigos da cultura e nos reuniamos no meio da rua mesmo. Onde hoje é o bar, naquela epoca era um rotisserie, que tempos depois fechou. Então o Carlinhos, aproveitou a oportunidade e alugou o espaço, quando então se inaugurou o Bar do Frango, que passou por varias mãos antes de chegar ao Tatau, que sempre foi um frequentador assíduo e grande amigo, além de violeiro cantador. A instalação elétrica foi feita por mim, que, segundo o Carlinhos, seria provisória, mas dura até hoje e do mesmo jeitinho que instalei! Bem de qualquer maneira, deixo meu salve a todos desse espaço maravilhoso que amo muito. Obrigado.