Em São Miguel, artista compõe sobre a Copa e faz sucesso
Nascido em São Miguel Paulista, mas nordestino de alma, Zé da Lua, ou Wagner Ufracker, 38, vive como ativista da cultura nordestina no bairro da zona leste de São Paulo. No início do ano, ele e seu grupo Trio da Lua lançaram “Paixão Popular Brasileira”, composição feita por ele para a Copa do Mundo e que lhe rendeu o show de abertura do Tour da Taça da Copa do Mundo, em Itaquera. O clipe da música teve cerca de 100 mil visualizações no Youtube.
O refrão da música faz uma homenagem à seleção. “Bola no pé, batuque na mão. Tá chegando a Copa do Mundo, Salve a nossa Seleção! Nosso povo brasileiro vai gritar: É Campeão!”
Com o estádio ainda em obras, Zé da Lua e seus colegas lançaram o CD dedicado à Copa em uma festa do Corinthians no Itaquerão. Mas a oportunidade de chegar ao Mundial veio em uma reunião da vice-prefeita, Nádia Campeão, na subprefeitura de São Miguel. Nádia elogiou o trabalho e pediu o clipe para reproduzir em outros encontros sobre o campeonato.
“Antes do Tour da Taça procurei ela de novo e pedi para nos apresentarmos. Ela aceitou na hora e tocamos na abertura para mais de mil pessoas. Além dos índio caribocas, professores, estudantes e modelos de São Miguel que convidamos”, lembra Zé, orgulhoso do show.
Perto do término da Copa, Zé da Lua continua frequentado o estádio de Itaquera e também as Fan Fests para dar uma palhinha de sua música. Na semana passada chegou a cantar um trecho da canção para um canal da TV aberta.
O lado nordestino de Zé da Lua nasceu por causa dos migrantes da região que moram em São Miguel.
Em 2003, ele foi para Fortaleza para estudar cultura nordestina. “Conheci o Maracatu, Reizado, Bandas Cabais, Bumba Meu Boi e Coco”, diz ele. Na época, Zé era somente Wagner. “De repente começaram a me chamar de Zé e depois conheci um álbum do Mestre Lua, antigo nome artístico de Luiz Gonzaga. Isso me inspirou e pegou”, conta.
Junto das descobertas e da atuação como incentivador cultural, Zé diz que chegou a passar fome em Fortaleza. “Para ajudar a mim e outras pessoas, fiz palestras sobre como aumentar a renda familiar a partir da confecção de embalagens de materiais reciclados, fiz eventos onde pedia um quilo de alimento para distribuir em favelas. Assim fui levando e depois tudo deu certo.”
De volta a São Paulo há cinco anos, o cantor fundou o primeiro Maracatu de referência Cearense da cidade e começou a trabalhar na área da comunicação do bairro. Hoje ele é produtor de TV de uma faculdade da região e é dono das TVs São Miguel e Itaquera.
Renata Asp, 23, é correspondente de Itaquera
@renataasp_
renataasp.mural@gmail.com
Vander Ramos, 54, é correspondente do Itaim Paulista
@vander521
vander.mural@gmail.com