Eleições 2014: Propaganda irregular atrapalha pedestres na Grande SP

Agência Mural

Moradores da capital e de cidades da Grande São Paulo reclamam do uso irregular e abusivo de propagandas móveis por candidatos na eleição deste ano. É o que mostram cinco correspondentes do blog Mural de quatro pontos da região metropolitana.

A lei eleitoral estabelece que é proibido a veiculação de propagandas móveis em jardins e árvores de área pública, em muros e cercas,  postes de iluminação, viadutos, passarelas e paradas de ônibus.

É permitida a colocação de material de campanha em via pública, desde que não dificulte a circulação de pessoas e de veículos, porém apenas entre 6h e 22h. Mas em vários pontos, as regras não são cumpridas.

Em Guaianases, zona leste, existem pontos estratégicos em que as placas são colocadas de forma irregular. No canteiro central da rua Nagib Farah Maluf, que dá acesso à Estação José Bonifácio da CPTM, há diversos cavaletes ao longo do gramado. Na quinta-feira (18), eram 20.

“Só servem para poluir visualmente a cidade”, reclama a comerciante Eduarda Amorim, 56, que sugere a utilização da internet para esta finalidade.

Os moradores relatam que é comum ver esses materiais espalhados pelo bairro em horários noturnos, como em diversos trechos da avenida Nordestina e na Radial Leste, inclusive de madrugada.

Para driblar a regra, alguns amanhecem deitados e escondidos atrás de postes, matos e guardados em estabelecimentos.

GUARULHOS

No centro de Guarulhos, há uma grande quantidade de cavaletes fincados em pontos ‘estratégicos’ como a calçada da avenida Salgado Filho, paralela à avenida Paulo Faccini.

Essa região, juntamente com a ciclovia e o Recanto Municipal da Árvore – conhecido como Bosque Maia, tem grande movimento, principalmente, nos fins de semana, e a publicidade eleitoral atrapalha quem faz caminhada ou anda de bicicleta.

“Os pedestres acabam circulando pela ciclovia, com isso, causam transtornos com quem está disposto a andar de bicicleta ou que deseja apenas atravessar a rua”, comenta o comerciante Adriano Batista, 32.

Após as 22h, cavaletes quebrados são deixados em praças nos bairros, o que ocorre no Jardim Moreira. “Tomamos cuidado para manter a praça limpa e, do nada, ela vira depósito desses materiais”, ressalta o aposentado Paulo Bastos, 54.

CARAPICUÍBA E OSASCO

Quem desce na última parada de ônibus da avenida Inocêncio Seráfico, em Carapicuíba, na região metropolitana, se depara com placas de propaganda política nos arredores de uma pequena rotatória.

Na tarde da última quinta-feira (18), 10 deles estavam encostados e quatro caídos nas calçadas, mesmo com obras por conta de recapeamento.

“Estou chutando os cavaletes porque estão em cima das calçadas. O pior é que a avenida está em reforma, é um caos e eles [partidos] não respeitam”, reclama o empresário William Soares, 42.

No mesmo dia, o Calçadão de Carapicuíba estava tomado por 113 materiais. Porém, a maioria tem sido retirada à noite, mas alguns ainda “dormem” na via. No sábado (20), por volta das 23h, havia três deles com mais de dois metros de altura fincados.

Segundo a 303ª e 388ª Zona Eleitoral de Carapicuíba, foram recolhidos cerca de 500 materiais colocados em local irregular. No início de setembro, houve uma grande apreensão na rotatória do Km 21.

As apreensões também ocorreram em Osasco. De acordo com o cartório eleitoral da região central da cidade, cavaletes em cima de gramados e praças foram as principais infrações.

Além disso, candidatos aproveitam espaços abandonados para preencher com propaganda eleitoral. Em bens particulares é necessária autorização, mas, como os proprietários de espaços ociosos estão distantes, não há pudor em colocar a publicidade.

Na altura do número 2900 da avenida dos Autonomistas, não há restrição de partido, bandeiras ou programas de governo. Mais de 20 placas decoram a paisagem, na principal avenida do município.

ABC

Moradores do Grande ABC também reclamam do excesso de cavaletes espalhados nas calçadas, praças, árvores e em áreas públicas. É comum pessoas desviarem para não esbarrar ou tropeçar nos materiais de campanha.

No município de Santo André, o comerciante Duarte Alexandre Brito Gomes, 51, relata que na rua André Ramalho, no bairro Parque João Ramalho, existe propaganda a cada dois metros nas calçadas.  Cerca de 2 mil cavaletes foram apreendidos.

Em São Bernardo do Campo, a praça em frente a igreja Matriz é a mais cobiçada por vários candidatos.

“Os candidatos gastam muito dinheiro com a propaganda eleitoral e esquecem de obedecer  a lei.  A internet é o melhor veículo para divulgar os políticos’’, sugere Gomes.

MEU MURAL

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Anderson Ferreira, 25, é correspondente de Carapicuíba
@anderson2908
andersonferreira.mural@gmail.com

Jéssica Souza, 23, é correspondente de Guarulhos
jsouza.mural@gmail.com

Katia Flora, 34, é correspondente de São Bernardo do Campo
@katiafreis
katiaflora.mural@gmail.com

Lucas Veloso, 20, é correspondente de Guaianases
lucasveloso.mural@gmail.com

Paulo Talarico, 24, é correspondente de Osasco
@PauloTalarico
paulotalarico.mural@gmail.com

Comentários

  1. E toda a sujeira nas ruas? É vergonhoso! Deveria ser proibido esse tipo de propaganda com santinhos,e cartazes, pois ficam espalhados sujando ruas e avenidas, entupindo bueiros e bocas de lobo, potencializando alagamentos, congestionamentos, e enfeiando nossas cidades. Inclusive, político que usa esses recursos deveria pagar pela limpeza.

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