Jovem quer mostrar a sua realidade com o funk
Filho de Ivani Querino da Silva Souza e José Henrique de Souza, Vinicius Henrique de Souza, 21, é recepcionista e MC. Trabalha em um prédio comercial na avenida Paulista de segunda a sexta, em uma rotina de 12 por 36, ou seja, dia sim, dia não.
“Pra chegar lá no centro às 7h, tenho que sair daqui umas 5h50. Acho a viagem cansativa, em se tratando de trem, porque é tudo lotado e todo mundo reclama. É um pouco cansativo”, reflete.
Vinicius nasceu em 1993 em um dos hospitais mais populares da zona leste da capital: o Santa Marcelina, em Itaquera. Cresceu rodeado por outras crianças, entre primos e suas seis irmãs. A mãe, que na época não trabalhava fora, cuidava de todos.
Entre tudo o que viveu na infância, a música esteve sempre muito presente. Costuma dizer que sua raiz é feita de samba rock e de umbanda, religião muito presente em sua vida.
Artistas como Bezerra da Silva, Tim Maia, Roberto Carlos e Caetano Veloso sempre foram preferência dos pais e passaram a ser suas também. Segundo ele, “Azul da cor do mar”, de Tim Maia, é a canção que mais diz sobre sua vida. “Eu tenho o que mostrar para o público com a minha música”, afirma.
Segundo o jovem, a vida de MC é corrida. Afinal, tem que conciliar o trabalho de recepcionista com os shows. Além disso, precisa treinar o repertório e fazer ensaio de fotos. Ele segue essa rotina agitada porque gosta do que faz. Consegue ganhar um pouco de dinheiro, mas a sua maior motivação é o amor que sustenta pelo funk.
Um dos maiores desafios da vida de Vinicius foi fazer um clipe musical, que hoje já conta com 45 mil acessos. A ideia surgiu de uma conversa com um amigo. “Para fazer o clipe foi muito esforço. Eu me impressionei com os números do vídeo no Youtube”, diz.
Cantando sua realidade, Vinicius, ou MC Vini da Leste, quer ser reconhecido. “Guaianases é um bairro tranquilo, mas falta muita coisa. Na Paulista, por exemplo, tem teatro, e aqui mal tem um bom prato. Falta muito por parte da cultura. Falta polícia e quando tem, também, só serve para esculachar quem vive aqui. Aqui não tem oportunidade. E querem investir em cadeia. Investe em estudo”, sugere. “Quem vai sofrer com a [redução da] maioridade é o pessoal de comunidade.”
Lucas Veloso, 20, é correspondente de Guaianases
lucasveloso.mural@gmail.com