Um desafio a mais para as mulheres que são camelôs em São Miguel Paulista
Por Vander Ramos
A subprefeitura de São Miguel Paulista, bairro da zona leste da capital paulista, vem adotando uma série de medidas para revogar todos os Termos de Permissão de Uso do Solo (TPU) dos 314 camelôs do centro comercial do bairro. O TPU é uma licença concedida pela Prefeitura onde autoriza os camelôs a comercializarem produtos nas ruas.
Até o final de fevereiro já foram revogadas 163 autorizações pela subprefeitura do bairro. Destas, 70 permissões pertencem a mulheres. Outras 64 mulheres foram notificadas, verbalmente, sobre a perda da permissão que foi concedida em 2007.
Os camelôs promoveram um encontro com o subprefeito do bairro, Luis Massao Kita, na segunda-feira, 5/3, na tentativa de buscar alternativas. No encontro, o que mais se viu foram mulheres preocupadas, elas que ficam sempre escondidas dentro das barracas azuis do centro comercial.
“Eu acho que a cidade de São Paulo vive um novo momento, uma nova época, e nós, camelôs, não fazemos parte da cidade dos sonhos do prefeito”, afirma a ambulante Benedita Jacinto de Almeida, 76.
Sem acordo com a subprefeitura, elas prometem fazer parte da grande manifestação dos camelôs em São Miguel Paulista na próxima terça-feira, 13/3, e lutar pelo direito ao trabalho.
“Há duas semanas que não temos cabeça para nada e não temos mais sossego em casa. Não consigo dormir direito de tanta preocupação”, diz Ivanilda Pereira Amorim, 44, mãe de três adolescentes. Ivanilda trabalha como camelô há 28 anos vendendo cintos.
As mulheres são donas de 42% das barracas que, em média, estão ali há mais de 20 anos, nas ruas Serra Dourada e Capitão Francisco Isaias Carvalho.
“Passo aqui todos os dias e quase sempre compro toalhas e roupas das barracas que têm preços mais acessíveis. Acho que os camelôs devem permanecer, pois ajudam no movimento do comércio”, diz a publicitária Ana Paula Raquel, 32.
Josefa Maria da Silva, 72, está 32 anos nas ruas e comercializa lingerie. “Todo mundo está triste, pois querem tirar nossas barracas que sustentaram nossas famílias por anos. Como vou me lembrar do dia da mulher?”.
Vander Ramos, 51, é correspondente do Itaim Paulista.
@vander521
vander.mural@gmail.com
politica de intolerância repressão de administrador publico que não conhece as necessidades do bairro e suas demandas, logo logo vai embora e deixa um enorme estrago nas vidas de muitas pessoas.
é uma sacanagem!! hj em dia os ambulantes nao vendem mais pirataria!! e tem muito ambulante sem condiçao de arranjar emprego!!
É triste perceber que para a Prefeitura de são Paulo prefere perseguir e punir o trabalhador do do que o bandido. Que lógica tem isso???
É triste perceber que para a Prefeitura de são Paulo prefere perseguir e punir o trabalhador do que o bandido. Que lógica tem isso???