Em bairro da zona norte, postes ficam fora das calçadas

Agência Mural

Por Aline Kátia Melo

Na rua Portal II, no bairro de Jova Rural, zona norte de São Paulo, alguns postes estão na rua e não nas calçadas.

O bairro foi asfaltado no ano 2000. Por conta disso, algumas calçadas ficaram curtas, já que as casas ocuparam o espaço primeiro, algumas de forma desordenada. Assim, os postes foram colocados na rua.

“Alguns postes daqui parecem até improvisados assim como a própria Jova foi um bairro que começou no improviso”, diz o estudante Washington Lopes (34).

“Não tem como os pedestres caminharem por algumas calçadas pela falta de espaço e, consequentemente, são obrigados a caminhar pela rua, correndo risco até de atropelamento. Mas, de quem é a culpa? Da companhia de energia elétrica? Da prefeitura? Dos moradores?”, questiona a estudante Viviane Rodrigues (24).

Postes ficam depois das calçadas, já na rua

“O Estado praticamente não alcança as zonas periféricas e, quando aparece por aqui, é de uma forma capenga e mal executada. Só na época de eleições é que nossos administradores se lembram um pouco mais de nós, de resto, o melhor é abraçarmos os postes para não sermos atropelados”, conclui Washington.

Na região da rua Portal II, todos os postes são de madeira. Alguns são usados até para propagandas dos comércios locais com pinturas e cartazes.

“Por ser uma região de periferia, a prefeitura não se importa com os problemas vividos pela população e deixou os moradores ultrapassarem o limite de construção de suas casas invadindo as calçadas, o jeito foi instalar os postes na rua”, justifica Viviane.

No dia 29/3, abri um protocolo no site da Prefeitura de São Paulo no SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão). Até hoje não obtive resposta.

O site da Eletropaulo mostra que a responsabilidade pela iluminação pública é da Prefeitura do Município de São Paulo. A ouvidoria da Eletropaulo respondeu por email que a manutenção na iluminação das vias públicas na capital é realizada pela Ilume, Departamento de Iluminação Pública também da Prefeitura de São Paulo.

A Ilume respondeu que postes de madeira eram responsabilidade da Eletropaulo. Por telefone, a Eletropaulo disse que, para pedir a remoção de um poste, é necessário solicitar o serviço pessoalmente em uma das lojas.

 

Aline Kátia Melo, 28, é correspondente da Jova Rural.
@alinekatia
alinekatia.mural@gmail.com

Comentários

  1. A prefeitura não se importa com os “problemas vividos pela população” ou esta mesma não está nem aí quando constrói barraco em cima da calçada?

    1. em momento algum disse que se importavam. Mas se querem postes em seu devido lugar, não construa casas em cima da calçada. Ou sera que preferem ficar sem energia?

  2. repararam onde está o portão da casa…ou a rua foi alargada ou a casa avançou no terreno, porque calçada não tem, se não tem calçada o poste tem que ficar na rua mesmo, ou então sem poste e sem energia eletrica

  3. É que vocês não viram na região de Campinas…tem poste no meio da rua e ainda por cima pintam de amarelo para chamar a atenção…..esse ai até que está bem posicionado…rs

  4. Ainda bem que tem os postes!!

    Já que não há calçada, os postes almenos servem para proteger o pedestre do tráfego de veículos. Os pedestres, apesar de serem os mais vulneráveis, são sempre esquecidos.

  5. Fala serio, o que a prefeitura pode fazer nesse caso?
    A unica coisa que a prefeitura pode fazer é multar os proprietarios das casas irregulares e obriga-los a reduzirem suas casas, liberando as calçadas.
    Mas ai os moradores vão fazer uma manifestação, não aceitarão a mudança, e vai demorar meses, ou até anos para conseguirem regularizar as calçadas do local.
    Como a prefeitura sabe que isso vai ocorrer, prefere ignorar o problema, é mais facil!

  6. Parabéns á Aline por se preocupar e mostrar o que é uma periferia de São Paulo, deve mesmo divulgar e cobrar melhorias, esse bairro, como tantos outros, é originário de uma ocupação irregular, de uma invasão, não tenho dúvida, e a prefeitura é conivente, ela nada faz no início, depois do pessoal instalado, fica difícil resolver os problemas, nesse caso, parece não ser tão difícil de resolver, a rua passa a ser mão única(?), e faz uma calçada, força Aline.

  7. O Estado não é culpado, a culpa é dos moradore (invasores), onde existe invasão não existe planejamento, nós brasileiros só pensamos em invadir, tirar vantagens em tudo; que tal começarmos a nos planejar, é facil viver às custas do Estado e mais facíl ainda é cobrar direito que não temos…Agora enchente, transito é tudo culpa das prefeituras? Vamos colocar a mão na conciência e realmente nos culparmos pelas nossas cagadas…

  8. Será que os moradores estão dispostos a ceder o terreno para a prefeitura ?

    Sem calçada fica difícil.

  9. Servico publico e’ assim mesmo, um empurra pro outro. Ha’ muita ma’ vontade em respeitar o cidadao.

    Na cidade de Itanhaem, onde morava, muitos postes tambem estao na rua pelo mesmo motivo. De um quarteirao para outro, calcadas podem variar de 1,5 metro a 30 cm de largura apenas.

    Moradores invadem espaco publico. Ate’ o vereador chamado Gordo, no bairro do Suarao, extendeu sua propriedade ate’ as areias da praia. Obviamente, isso e’ ilegal.

  10. “O melhor é abraçarmos os postes para não sermos atropelados”… até por conta dos motociclistas que correm alucinandamente pra arrancar a mãe da forca.

  11. Jova Rural é área de invasão, ninguém tem escritura, ninguém paga IPTU, como exigir algo do poder público, o que tem já é demasiadamente bom, são terrenos da Santa Casa que foram invadidos.

  12. A culpa foi da prefeitura em não derrubar a casa quando foi instalar o poste.

    A área é invadida? sim … tinha calçada qdo invadiram? Claro que não … com a demarcação de terreno da prefeitura antes de fazer o asfalto foram comprovadas as irregularidades nas construções? ÓBVIO!

    Então é simples assim: Quer ter luz em casa? Recue a sua casa 2 metros para a instalação dos postes, orelhoes e tudo mais que for necessário e aí sim voltaremos aqui e faremos o asfalto da sua rua.

    Mas sabe como é né, algum vereador ganhou alguns votos ao mandar asfaltar a rua do jeito que tivesse e o povo ignorante logico que vai aceitar por ser conveniente em não ter que refazer uma obra estrutural na casa dele.

    1. É bem por aí mesmo. Se esta fosse uma cidade séria, teria sido feito um projeto de regularização que contemplasse a demolição de algumas casas para que pudesse acomodar o arruamento. Mas São Paulo nunca foi assim. Só se enxerga o “tirar casa do pobre não dá voto” e não “temos que educar o pobre e darmos condições para que ele possa adquirir uma casa digna”.

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