Todos são bem-vindos no sarau de Heliópolis

izabela moi

Por Pablo Souza

Nem a noite fria de 19 de junho faz a poesia emudecer naquele canto da Cidade Nova Heliópolis ou simplesmente Heliópolis. Após seguidos convites, rumei para a Estrada das Lágrimas, no final do Ipiranga, zona sul da capital paulista.

Passava das 20h e cerca de 30 pessoas se juntavam para, entre uma apresentação e outra dos MC’s da região, recitarem seus versos. São pessoas da comunidade que escrevem seus textos e ansiosamente aguardam a terceira terça-feira do mês para mostrar as obras a seus pares.

Lews Barbosa é um desses artistas de Heliópolis e fundador do projeto. Ele improvisa, escreve crônicas e letras de rap. Para participar do sarau, diz que a única exigência é que a pessoa se inscreva na lista das apresentações.

 

 

Moradores esperam sua vez para se apresentar no Ter Sarau

 

 

“O encontro tem a finalidade de ser um espaço voltado para o desenvolvimento da literatura e arte dentro da comunidade. O Ter Sarau tem microfone aberto para o público recitar seus poemas ou mesmo obras de outros autores.”

Parece que tem dado certo. Desde 18 de outubro de 2011, quando nasceu a iniciativa, mais de 200 pessoas já passaram pelo microfone do Ter Sarau.

A pequena Emilly Vitória, 10, filha de um DJ da região, começou recitando pequenos versos em sua primeira participação no sarau. Hoje ela escreve suas próprias poesias.

 

Emily Vitória, 10, participa do Ter Sarau, em Heliópolis

 

Quem quiser conhecer o Ter Sarau é só chegar, sempre na terceira terça-feira do mês, a partir das 20h, no Teatro do Polo Cultural de Heliópolis, estrada das Lágrimas, 2385 (ao lado do Instituto Baccarelli e da ETEC Heliópolis).

 

Pablo Souza, 33, é correspondente do Ipiranga.
@pablorfsouza
pablosouza.mural@gmail.com