Mostra cultural e seminário discutem estéticas da periferia
Por Leandro Machado e Lívia Lima
Entre os dias 21 e 30/8 aconteceu o segundo seminário “Estéticas das Periferias – Arte e cultura nas bordas da Metrópole”, realizado pela ONG Ação Educativa em parceria com o Centro Cultural da Espanha, o Sesc SP e a Prefeitura, entre outros apoiadores.
Em sua primeira edição, em 2011, o evento, cujo objetivo é discutir a cultura artística criada nas periferias, privilegiou os trabalhos acadêmicos. Neste ano, a curadoria, formada por mais de 50 pessoas, foi mais abrangente.
“Foi um avanço até na própria concepção, ano passado ele foi ‘Estética da periferia’, este ano virou ‘Estéticas das periferias’, esse avanço se deve à participação dos artistas”, afirma Antonio Eleilson Leito, coordenador do Programa de Cultura da Ação Educativa.
Nos dia 21, houve um show com os músicos Criolo, Rodrigo Campos e Kiko Dinucci no Centro Cultural Ruth Cardoso, na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte). No dia 26 foi a vez do Berço do Samba de São Mateus e Comunidade Samba da Vela dividirem o palco do Auditório Ibirapuera, com a participação de Osvaldinho da Cuíca e do escritor Paulo Lins.
Mais de 20 mil pessoas participaram das atividades das mostras culturais, que incluíram literatura, cinema, música, teatro, artes visuais, fotografia.
“Achei interessante porque trouxe um pouco do que está acontecendo, as atividades culturais, mas também pela participação dos coletivos”, comenta Pedro Oliveira, membro do grupo Arte Maloqueira, de Guaianazes (zona leste).
Nos dias do seminário, entre 27 e 30/8, houve quatro debates que abordaram temáticas relacionadas à configuração geográfica da cidade e ao uso das tecnologias digitais.
Os 430 participantes transitaram por espaços diferentes em Heliópolis, Santo Amaro (ambos na zona sul), o centro e Belém (zona leste).
“Foi uma inovação porque, ao mesmo tempo em que as pessoas participavam de uma reflexão, elas circulavam pela cidade”, comenta Antonio Elielson.
“É uma iniciativa muito boa colocar no mesmo espaço de discussão produtores culturais, acadêmicos e gestores tratando de um tema sob pontos de vistas diferentes”, diz Dr. José Guilherme Magnani, coordenador do laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana da USP.
Leandro Machado, 23, é correspondente de Ferraz de Vanconcelos.
@machadoleandro
leandro.machado@grupofolha.com.br
Lívia Lima, 24 anos, correspondente de Artur Alvim.
@livialimasilva
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