Em entrevista, Russomanno fala de suas propostas para a periferia
Por Flavio Munhoz e Mônica Oliveira
O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.
Nesta segunda-feira, é a vez de Celso Russomanno (PRB).
Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?
Celso Russomanno – Nos finais de semana, vamos entregar as escolas às comunidades, às associações de bairro, ou seja, à sociedade organizada. E teremos peças teatrais, bibliotecas, esporte, bailes para terceira idade, cursos dos mais variados, inclusive de artesanato. Com isso, nós evitamos que aos finais de semana, as crianças e os adolescentes pulem o muro, destruam as escolas e usem drogas lá dentro. Quando os professores chegarem com a diretora, não vão encontrar a escola totalmente destruída. Além disso, através da Secretaria de Cultura, nós vamos buscar mais espaços. Nós temos em nosso projeto a construção de 30 CEUs.
Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?
A nossa proposta é descentralizar a cidade, gerando empregos nas periferias. Com isso, você vai gerar economia local, diversão local, lazer. E você evita uma movimentação imensa de carros que todos os dias saem de três pontos da cidade: zona norte, zona leste e zona sul, para o centro da cidade. Quanto mais você diminui o deslocamento, melhora mais o trânsito. Além disso, nós vamos incentivar o uso da bicicleta, fazer transporte coletivo de qualidade, principalmente nas periferias. Se a gente melhora o transporte coletivo, a gente agrega também valor, as pessoas deixam seus veículos em casa.
Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida nessa situação?
Primeiro vamos criar um exército de pessoas para a Defesa Civil. Aqui, em São Paulo, ela é muito desestruturada. E está desmotivada. Você não encontra nas subprefeituras pessoas treinadas para agir num momento em que a cidade tem algum tipo de catástrofe. Então nós queremos fazer o que os outros países fazem, que é ter o agente da defesa civil voluntário. Vamos criar um exército para isso. Nas áreas de risco nós vamos trabalhar com a Cohab para a construção de habitações e vamos remover essas pessoas dessas localidades evitando antecipadamente os acidentes.
Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?
Nossa prioridade é desafogar o sistema. E vamos trabalhar com prevenção. Quando você trata o paciente na prevenção, você evita o congestionamento no pronto-socorro, na UTI, na internação. Na primeira etapa, que terá 90 dias, vamos fazer um mutirão de consultas e exames. Depois, vamos reaparelhar os hospitais, as unidades da AMA e as UBS. Vamos retomar alguns hospitais que estão desativados, como o Hospital Sorocabana, na Lapa [zona oeste]. A partir daí, identificado a necessidade de leitos, nós vamos construir outros hospitais.
Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?
Da seguinte forma: a sociedade organizada, clube dos lojistas, Rotary, associações de bairro, vão fazer uma lista tríplice com três pessoas competentes que morem no bairro há pelo menos 10 anos, que tenham currículo, que tenham ficha limpa. E aí nós vamos decidir entre os três quem é o melhor para exercer o cargo. As subprefeituras vão voltar a ter orçamento. E quero que esse orçamento tenha participação da sociedade civil. Ou seja, vamos analisar o que é mais importante, o que a sociedade quer de mais urgente e vamos fazer as obras e as políticas públicas necessárias.
Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?
Uma forma de trabalhar essa população local é capacitar esse pessoal, treiná-lo, dar cursos de inglês e de espanhol para aproveitar essas pessoas e depois usá-las no projeto que a gente tem na cidade, que é torná-la a capital mundial dos eventos. Aí vamos aproveitar essa mão de obra para a segunda etapa, que é gerar empregos através da maior indústria de empregos do mundo, que é a do turismo.
O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?
Vamos trabalhar em cima dos corredores, com semáforos inteligentes, mas também melhorar a qualidade do ônibus, ou seja, eles serão montados em monobloco: motor atrás, com ar-condicionado, com piso baixo, porque o piso alto é o maior inimigo dos deficientes e das pessoas idosas. Se a gente mostrar que o corredor funciona e que o ônibus tem velocidade, que as pessoas não perdem todo o tempo para chegar em casa ou para sair para o trabalho, as pessoas começam a abandonar os seus carros e andar no transporte coletivo.
Leia as entrevistas com Paulinho da Força (PDT) e Gabriel Chalita (PMDB).
Quer ser um correspondente comunitário do blog Mural? Saiba como clicando aqui.
Flavio Munhoz, 34, é correspondente do Grajaú.
@flaviomunhoz
flaviomunhoz.mural@gmail.com
Mônica Oliveira, 47, é correspondente de Carapicuíba.
@idmonica
monicaoliveira.mural@gmail.com
falastrão como os outros. oferecem migalhas para o povo, quando deveriam ficar com elas já que ninguém pede para que sejam nossos representantes. é mera rotina do jogo político.
Prefeitos estão acostumados a punir o povo por seus erros, mais os errados são os administradores. Todos os cartórios estão na região central, deveriam ser por zonas. A Sptrans esta localizada no Pari, os transportes tem fazer vistorias lá. Como a prefeitura pretende melhora o transito se ela não decentraliza os seus serviços.
Porque todos os candidados falam em melhorar os transportes publicos, mas ninguem fala em mudar este criterio cretino da SPtransportes de colocar 5 pessoas por metro quadrado nos onibus de Sao Paulo.
Sera que é tão dificil entender que enquanto faltar onibus para população , a população vai ter que alçar mão de seus veiculos.
Sera que a condução mais cara do planeta Terra R$ 3,00 não tem condições de colocar mais onibus para atender a população?
Estou aqui no México e tive a oportunidade de utilizar transporte público.
Metro $ 3 pesos = R$ 0,50 com integração não é lindo mais funcional
Bus em corredor $ 5 pesos = R$ 0,80 bus novinho e bi-articulado não demora 2 minutos para chegar.
Agora vem o sofrimento bus só o pó R$ 5,50 pesos quase R$ 1 esse é para corajosos que são pequenos, velhos, funcionais e de 2 minutos passa um.
Táxi super barato não passa de R$ 20 com trânsito infernal pior que SP.
Onde vamos parar pq temos a Petrobras e somos autosuficientes?