Giannazi fala de seus planos para a periferia de São Paulo

Agência Mural

Por Leonardo Brito e Lívia Lima

O blog Mural, que em novembro completará dois anos hospedado na Folha, ouviu sete candidatos a prefeito de São Paulo sobre alguns temas relacionados às periferias da cidade. As perguntas são as mesmas para todos os candidatos.

Nesta terça-feira, é a vez do candidato Carlos Giannazi (PSOL).

Mural – Grande parte dos equipamentos culturais públicos está na região central. Você tem algum projeto para levar mais equipamentos culturais para as periferias da cidade?

Carlos Giannazi – Na verdade, sempre que tinha a aprovação do orçamento, quando eu era vereador, fazia isso do ponto de vista municipal, mas agora, como deputado estadual, sempre apresento emendas e proposta justamente para construção de equipamentos de cultura, lazer, esporte na área de educação nas periferias. Para que haja essa descentralização. Eu mexo no orçamento diretamente.

Com o crescimento do número de carros da cidade, o trânsito nos bairros da periferia piorou também. Em alguns casos, os dados sequer são medidos pela CET. Você tem alguma proposta para enfrentar esse problema?

A proposta que nós defendemos e que tanto lutamos é para que haja transporte sobre trilhos, que tenha um choque de investimento na construção de estações de metrô e de trem. As grandes cidades do mundo amenizaram o problema dos engarrafamentos com aumento da oferta do transporte sobre trilhos. Depois, vem outras opções importantes como os corredores para ônibus, para bicicleta. No entanto, se não houver esse primeiro investimento, não tem outra saída para São Paulo, não tem fórmula mágica.

Qual sua proposta de política habitacional para os moradores em áreas de risco? E qual vai ser a primeira medida nessa situação?

Primeiramente, quem está em área de risco tem que sair de lá. As pessoas devem ter acesso a uma moradia digna. Já as pessoas que estão em moradia sub-humana, sem infraestrutura mínima, devem ter direito a uma reurbanização dessas áreas. O poder público tem que investir na reurbanização. As pessoas trabalham nessa região, os filhos estudam nas escolas próximas. Deslocar essas pessoas causa um prejuízo e um transtorno social irreparável.

Há grandes distritos das periferias que não têm leitos hospitalares e o atendimento básico de saúde é precário. Como pretende mudar essa situação?

Cnstruindo mais hospitais e postos de saúde na periferia. Ao mesmo tempo, abrindo concurso público de prova e títulos para contratar médicos, enfermeiros, pessoas técnicas da área da saúde e implantando um plano de carreira que valorize esses profissionais. Pagando salários dignos. É levar bons médicos para onde eles são mais necessários, que são as periferias. E valorizar ainda mais os médicos que trabalhem nas regiões mais distantes: quanto mais longe seu local de trabalho, maior será seu salário.

Na atual administração as subprefeituras perderam boa parte de suas antigas atividades. Ficaram basicamente com o serviço de zeladoria. Como funcionarão as subprefeituras se você for eleito?

Vamos implantar a eleição direta para subprefeito. Nada de coronel, ex-prefeito de outras cidades na subprefeitura. Nós queremos eleições diretas. A  pessoa tem que morar e militar na região. Ela vai ser eleita pela população. Vamos implantar o que já está na lei, que é o conselho de representantes. A ideia e democratizar e dar autonomia para a subprefeitura.

Como planeja reverter os benefícios da Copa do Mundo para os moradores locais?

Primeiramente fiscalizando, porque tanto a prefeitura como os estádios estão investindo milhões de reais que são oriundos dos orçamentos públicos. Assim sendo, temos que ter um controle social desses equipamentos. Queremos saber se teremos um retorno. Não podemos repetir o que aconteceu na África do Sul e em tantos outros países que realizaram Copa e Olimpíada e depois deixaram esses equipamentos abandonados. Eles foram elefantes brancos sem destinação social. Temos que pensar que antes desse investimento, temos que controlar socialmente, se não corremos o grande risco de desperdiçar todo esse dinheiro público.

O transporte público é uma das reclamações dos moradores da periferia. Ônibus que atrasam, que não passam, a superlotação. Quais suas propostas para melhorar essa situação?

Uma fiscalização mais rigorosa pela SPTrans, pois a secretaria de transporte não fiscaliza de verdade. As empresas de ônibus mandam no governo, porque elas financiam as campanhas de prefeito, de vereadores, tendo uma forte influência política e econômica na prefeitura. Esse é um ponto estratégico. Ao mesmo tempo, temos que reorganizar as linhas de ônibus. Eu defendo uma reorganização, mas uma que ela seja feita com consulta popular. Os usuários serão ouvidos para apontar qual é a melhor forma de reorganizar os ônibus. Vamos melhorar os corredores e aumentar a frota, que, em minha opinião, é pequena.

Leia as entrevistas com Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT) e Celso Russomanno (PRB).

 

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Comentários

  1. Acho de uma bobagem total fazer essas reportagens sobre “programas de governo”com esses candidatos que nao tem nem um por cento das intenções de votos!!! Afinal prá quê? Todos sabemos que esses candidatos estão na “briga”apenas para vender seu pouco apoio no segundo turno!!!!

  2. Plano de governo prá que?
    O cara não vai vencer mesmo, pior que todo mundo sabe e fica o imbecil aí fazendo propaganda e enchendo o saco do eleitor.
    Vamos acabar com esses partidinhos mequetrefes e fazer uma política limpa.
    Tres partidos é o ideal….

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