Em Perus, idosos com mais de 70 anos não abrem mão do voto

Agência Mural

Por Jéssica Moreira

Após ir às urnas, um casal de idosos sobe a rua da Escola Estadual Dona Suzana de Campos, em Perus, zona norte de São Paulo. Isabel Siqueira tem 74 anos e Julio Siqueira, 83.

Eles não são obrigados a votar, mas participam de todas as eleições. “Quero uma pessoa que lute por Perus. Um ‘votinho’ que seja pode ajudar. Moro aqui há 70 anos. Nós não temos hospital. A saúde está uma droga. Não tem nada aqui. Perus está pedindo socorro”, lamenta Isabel.

Há 55 anos no bairro, Rosa dos Santos, 72, também não abre mão de votar. “Eu venho porque eu gosto, eu me sinto bem e acho que estou colaborando com a transformação [do bairro]”.

Na escola estadual Manuel Bandeira, também em Perus, uma avó influencia até mesmo no voto dos netos. Maria Dalva Martins, 68, mostra o seu antigo título de eleitor com orgulho. Já são 24 eleições desde 1965, quando ela votou pela primeira vez, aos 21 anos. “Pretendo continuar votando até depois dos 70 anos. Enquanto eu tiver consciência, eu vou votar”, disse.

Enquanto estava no caminho, um dos netos de Maria Dalva telefonou para perguntar o número do candidato a vereador que a avó havia indicado. “Tem jovem que acompanha, mas tem outros que dizem que não vale a pena, mas é o que eu digo: ‘se você não tentar mudar, vai ser cada dia pior. Tudo que a gente conseguiu até agora, foi  através da luta”, diz.

José Passoni, 66, morou em Perus por 63 anos. Agora vive em Sorocaba, no interior do Estado. Ainda não transferiu seu título e, por isso, acordou às 7h para votar no bairro da zona norte às 10h40.

Rosa dos Santos, 72, vota em Perus, na zona norte de São Paulo

Jéssica Moreira, 20, é correspondente de Perus.
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