Santinhos, sujeira e um trocado
Por Cleber Arruda
Essa foi a segunda eleição em que a dona de casa Lurdes G., 42, aproveitou para ganhar dinheiro trabalhando na campanha de um candidato a vereador em Osasco, na Grande São Paulo.
“Não foi fácil. Ganhei R$ 30 por dia para caminhar até umas horas neste sol e aguentando desaforos. Mandaram eu fazer cada coisa com esses santos. Sem contar um senhor que botou a gente pra correr por ter colocado uns no portão dele. E pior é que o dinheiro não deu para nada”, diz Lurdes.
No domingo, ela conta que recebeu instruções para ter cuidado e não ficar muito próximo aos colégios eleitorais, mas foi na esquina da Escola Estadual Francisco Matarazzo Sobrinho, no Jardim Munhoz Junior, que o Mural a encontrou panfletando.
“Não tem jeito, tinha gente até dentro da escola. Outros jogando os papéis pra cima nas ruas. Mas teve um cara que foi levado pela polícia e ficou várias horas preso”.
Lurdes não estava só na labuta. Seu marido, suas duas filhas e os namorados delas também passaram o domingo nas ruas. A mais velha, de 19 anos, estava a cerca 10 metros de sua mãe. Já a mais nova, de 15, conta que ganhou R$ 50 para trabalhar somente no domingo, das 11h às 16h, na frente de uma escola em Barueri, também na Grande São Paulo.
Lurdes conta ter votado no candidato para o qual trabalhou, mas desaprova a “sujeirada” que ajudou a deixar nas ruas. “É uma porcalhada. Teve até um senhor que escorregou nesse lixo, mas não deu nem para dar risada porque a mulher dele estava com ele. Rimos escondidos depois”, revela.
Cleber Arruda, 30, é correspondente do Jardim Damasceno.
@CleberArruda
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Pois é. Essa sujeirada foi generalizada mesmo. Do Caburaí ao Chuí ao que me parece. O que teve de gente escorregando e caindo não está escrito. Complicado!