Biblioteca dentro de ônibus atrai leitores no Jardim Damasceno

Agência Mural

Por Cleber Arruda

Monteiro Lobato, Ziraldo e Mauricio de Sousa são alguns dos autores favoritos de Felipe de Andrade Santos, 12. Mas é a coleção de livros “As aventuras do Caça-Feitiço”, de Joseph Delaney, que aguça a imaginação do estudante.

“Adoro ficção e as batalhas desse livro. Já estou terminando o segundo volume, pensando no terceiro”, diz, empolgado.

Felipe conheceu a obra em uma das suas visitas semanais ao Ônibus-biblioteca, que estaciona todas as quartas-feiras na rua Grumixá, no Jardim Damasceno, zona norte de São Paulo.

Ônibus estaciona todas as quartas-feiras, na rua Grumixá

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, o serviço conta com aproximadamente quatro mil itens (entre livros, revistas, gibis, mangás e três jornais de grande circulação) e funciona no bairro desde junho do ano passado.

Até o início deste mês, 286 moradores foram cadastrados.

A dona de casa Edriana Alves, 39, é uma das frequentadoras assíduas do ônibus.

“Adoro ler e trago a minha filha sempre que posso. Acho muito legal essa biblioteca no bairro, pois a gente não tem por aqui. Antes, tinha que ir até Santana [bairro da zona norte]. Era muito longe e às vezes não dava para ir”.

Acervo tem cerca de quatro mil volumes

Para pegar algum volume da biblioteca emprestado, o morador precisa levar um documento de identificação e um comprovante de residência. Contudo, a coordenação do serviço informou que se a pessoa não tiver com os devidos documentos na hora, basta apresentar o número do RG e fazer sua ficha cadastral.

A ideia é não dificultar o acesso ao serviço.

O usuário tem direito a levar cinco livros, mais revistas e gibis, por vez. A devolução deve ser feita na semana seguinte, com direito a renovação do pedido.

Felipe, que pretende ser escritor e ter suas aventuras nas estantes dos ônibus, diz já ter lido quase 60 volumes.

“Geralmente, retiro cinco livros por semana e três gibis. O ônibus é muito bom e os atendentes são excelentes”. Contudo, o garoto ressalva: “Acho que deveríamos ter uma biblioteca fixa por perto. Se existisse uma eu ficaria lá passando o tempo”.

Cleber Arruda, 30, é correspondente do Jardim Damasceno.
@CleberArruda
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