Boato de toque de recolher assusta moradores do Jardim Damasceno

Agência Mural

Por Cleber Arruda

Ironia é gargalhar com um filme de terror no cinema, repleto de sustos provocados por atividades paranormais, e poucas horas depois viver momentos de real tensão onde você mora há mais de 15 anos.

Por volta das 22h30, desta segunda-feira (29), bastou me aconchegar no banco do ônibus para receber uma notícia nada engraçada: “O ônibus não está subindo até o Damasceno de cima”, avisou um homem com crachá da SPTrans aos passageiros da linha 971-D.

O “Damasceno de cima” é a parte mais alta do bairro Jardim Damasceno, na região da Brasilândia, zona norte de São Paulo.

Quis saber onde o coletivo ia parar. O funcionário se limitou a dizer que iria até o “pé do morro” e saiu. Bom, imaginei que para chegar até a minha casa, no alto do bairro, poderia ainda pegar uma lotação e esperei pra ver. Não é raro bailes funks mudarem o trajeto da linha. Mas em plena segunda-feira? Estranho?!

O ônibus tocou acelerado e parou logo após fazer a curva ao entrar no Damasceno, no primeiro ponto. Fomos avisados que ali seria o fim da viagem por conta de um toque de recolher. Travei.

Estou acostumado a subir a pé em qualquer horário, inclusive em altas horas da madrugada, há anos, tranquilamente. Só que, depois de passar o dia contabilizando mortes das últimas noites, nas periferias da capital, não gostei nada de começar aquela caminhada por ruas quase vazias.

Foi tenso. Peguei carona com um casal e pedi para acompanhá-los até onde fosse possível. Percebemos durante a subida que nenhum boteco, dos muitos que existem na região, estava aberto. Aliás, aquele silêncio diferente também tomava conta do morro vizinho e ao longo das ruas que podíamos avistar, já no alto.

Pensava nas notícias sangrentas dos últimos dias. Por sorte, as ruas estavam bem iluminadas e uma lua companheira brilhava ajudando a clarear o caminho. É preciso ressaltar que geralmente algumas vias ficam no breu, por dias.

Já em casa, mais uma surpresa: a luz do meu quarto se apagou sozinha, do nada. Como ações “paranormais” que ocorrem no filme. Nessa hora, no escuro, só me restou dar uma boa risada de alívio.

Cleber Arruda, 30, é correspondente do Jardim Damasceno.
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com

 

Comentários

    1. Polícias civil e militar são de responsabilidade do governo do Estado. Sabe a quantos anos o PSDB está no governo em São Paulo?
      Acho que não são competentes nessa área. Mas é válido você se informar antes de falar bobagem.

    2. Como vc é idiota rapaz?!!!!! oque o PSDB fez por você este tempo todo? porque não busca informações corriqueiras deste partido no tempo que atuou em SP antes de dizer besteira?!!!
      ahhh faça-me o favor…..maldita democracia em que os analfabetos usam da liberdade de expressão para dizer besteiras…

  1. Boa tarde Cleber, você tem alguma notícia se vai ocorrer mais toques de recolher por ai? Pois costumo frequentar bastante a Brasilândia, mais especificamente, a região da Terezinha ou Jd. Carumbé.

    1. Não sei te dizer. Mas hoje, pela manhã, não havia nada de anormal e espero que tudo esteja tranquilo à noite. Vou observar.
      O Jd. Carumbé tinha o mesmo silêncio inusitado que o Damasceno, ontem.

  2. Isso é coisa de anos de mau governo, e ainda tem meses com o atual prefeito, jogar isso nas costas do PT a solução imediata não é a melhor resposta no momento. è preciso sim que o PT faça algo, mas também é preciso uma ação imediata do Governador, pois não é só em Brasilandia que está assim, Osasco e Guarulhos estão com seus toques de recolher.

  3. Aqui no Taboão da Serra também está assim. Aliás moro numa região do Taboão que minha rua e Taboão e a Rua de cima é São Paulo divisa de município o toque de recolher que me informaram começa as 22:00 nem fui para a faculdade por conta disso,mas acabei sabendo hj que o toque de recolher começou mais cedo as 19:00 no bairro do Pazine onde meu onibus passa. e ocorreu 2 mortes aqui.tb.hj não sei o que fazer tenho que ir a aula e entregar na mão de Deus.Vou dizer uma coisa cheguei do Rio de Janeiro ontem pela manhã e ja estou com saudade da tranqilidade de lá,as UPPs deram muito certo vcs nem imaginam o quanto,andei de ônibus por todo canto,tirei foto sem ficar na noia. agora a noia é aqui.

  4. Claro que são boatos…
    Alguem vai ficar lá pra conferir? E a policia vai dar lá segurança pro povo nas “vilas” ?
    Todo dia morrem 5 que ainda duvidam da atual guerra urbana paulista.

  5. Boa tarde Cleber, estou um pouco distante, em Diadema, mas a nossa situação é bem semelhante, tive menos sorte, pois quando as luzes se apagaram ainda não estava em casa. Boatos ou não, as duas linhas de onibus que servem o conjunto habitacional onde moro continuam com o trajeto alterado deixando um grande número de moradores á pé pelo menos a energia foi reestabelecida.

  6. Se não existiu toque de recolher em São Paulo,ontem dia 29/10
    foi só o governo que não viu ,pois a Faculdade Santa Marcelina teve que dispensar todos os alunos e funcionários por ordem do pcc,e caso não acatasse a ordem teriam que arcar com as consequências. HILDA HORVATH

  7. É o negocio aí em SP,está feio?… E agora fazer o que? Governo não resolve isso ai não, o povo é que sofre com essa situação.

  8. Mentira esse negócio de toque de recolher. Um acha que ouviu uma coisa e fala pro outro que aumenta a história e conta algo maior pro vizinho para parecer bem informado. Aqui na minha quebrada nada fechou pq os caras riram dos boatos e ficamos de boa.

  9. Moro em Guarulhos, e trabalho no bairro do Piratininga em Itaquaquecetuba, ontem dia29/10, duas escolas estaduais, Parque Piratininiga III e II, dispensaram seus alunos mais cedo ( 21:40 hs. mais ou menos)deviso a boatos ( ou não, ????) do tal do toque de recolher, e aí vamos pagar para ver, na dúvida é melhor prevenir.

  10. hoje as 22:00 já não se via pessoas conversando nas ruas ,carros passando ,a população está com medo do Toque de recolher dessa onda de assassinatos ,que só Deus para nos salvar !! Moro em diadema e ´por aqui as pessoas estão aflitas em suas casas ,pensando quando isso vai acabar ?
    Onibus queimados ,pessoas mortas ,um terror :(..Espero que passe essa onda de assassinatos logo ,pois a viida é muita curta para ser vivida e devemos aproveit-la da melhor forma !!! ótima noite á todos que Deus esteja na casa de cada um e na viida !!!

  11. Boatos podem até ser, mas não em todos os lugares. Quem é que quer pagar pra ver? Pois aqui em Diadema, 3 dias atrás ninguém levou a sério e infelizmente muitas pessoas morreram. O mundo está nas mãos dos criminosos. Saímos para trabalhar ou até mesmo para ir ao mercado, sem a certeza da volta para casa.

  12. Oi trabalho em uma escola na brasilandia e lá esta tudo normal, ate porque a escola e as crianças nao tem nada haver com isso.

  13. Estranho é que aqui na região de São Mateus também acabou a luz, e também disseram sobre toque de recolher. Não é muita coincidência?

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