Brasilândia recebe festival de cinema
Por Cleber Arruda
Neste fim de semana, os moradores da Brasilândia, na zona norte, podem conferir gratuitamente diversos curtas e longas metragens do 7º Festival Cine Favela de Cinema. A mostra competitiva acontecerá na Casa de Cultura da Brasilândia, localizada na praça Benedicta Cavalheiro, a partir das 19h deste sábado (10) e domingo (11).
O tema desta edição é a América Latina. O roteiro foi criado na própria oficina com atores de comunidades populares, como Heliópolis, Capão Redondo, Cidade Tiradentes, Brasilândia e Grajaú.
O Mural conversou com Daniel Gaggini, diretor geral e curador do 7º Festival Cine Favela de Cinema. Leia alguns trechos:
Mural: Como funciona a mostra competitiva?
Daniel Gaggini: A mostra reúne 14 curtas-metragens latinoamericanos, dez inéditos no Brasil. Os filmes foram selecionados entre os 463 títulos inscritos e são divididos em duas grades de programação. Serão exibidos filmes do Brasil, Chile, Uruguai, Colômbia, México, Argentina e Cuba. As sessões acontecem em cinco comunidades de São Paulo (Heliópolis, Cidade Tiradentes, Capão Redondo, Grajaú e Brasilândia) e o público, por meio do voto popular, elegerá o melhor filme do Festival.
Mural: O que as pessoas podem esperar do festival?
DG: Pretendemos oferecer um panorama da produção periférica latinoamericana e apresentar ao público o cinema realizado por ONGs, associações, comunidades, coletivos artísticos e produtores independentes e periféricos.
Mural: E por que?
DG: Nossa intenção é usar o cinema como uma ferramenta de inclusão sociocultural. Por isso, o festival não se limita à exibição de filmes. Também temos como foco a capacitação de jovens por meio de oficinas e faremos sessões em escolas públicas e instituições de reabilitação, levando a arte também para quem não tem acesso a ela.
Mural: A Brasilândia é um dos locais alvos da Operação Saturação da PM, onde a onda de violência tem gerado diversas vítimas. Qual a relevância de um evento como esse ser realizado agora?
DG: Não só a Brasilândia é alvo da ação da polícia, outras comunidades onde o festival está sendo realizado também sofreram intervenção. A relevância neste caso ainda é maior, pois a promoção/difusão da cultura é uma forma de inclusão social, e a violência, na maioria dos casos, está ligada à marginalização.
Mais detalhes sobre o festival aqui.
Cleber Arruda, 31, é correspondente do Jardim Damasceno.
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com
Muito legal essa iniciativa. É importantíssimo levar cultura para comunidades que nem sempre têm acesso a eventos como essa mostra de cinema. Acredito que seja uma ótima oportunidade para que os moradores ampliem a sua cultura e vejam além da sua realidade, algo tão difícil para quem não tem o hábito de consumir produtos culturais.