Mesmo identificadas, áreas de risco no Itaim Paulista tiveram poucas intervenções
Segundo estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), divulgado em 2010, as 12 áreas de risco situadas no Itaim Paulista, bairro da zona leste de São Paulo, abrigam, aproximadamente, 16 mil pessoas. No entanto, passados dois anos do mapeamento, a situação das famílias praticamente não mudou.
“No início de 2011, a subprefeitura me informou que eu estava morando em uma área de risco e que seria removido, mas até hoje continuo aqui firme e forte”, diz o pedreiro Felix Medeiros, 44, morador de uma favela às margens do córrego Água Vermelha.
O estudo do IPT apontou que, na região, 804 famílias estão em áreas de altíssimo risco, onde é muito provável a ocorrência de acidentes. Outras 948 famílias moram em áreas onde podem ocorrer possíveis acidentes e 2.372 famílias em áreas menos vulneráveis.
Desde a apresentação do estudo, o único local que recebeu uma ação mais enérgica da subprefeitura foi a favela Mandrágoras, na Vila Curuçá, às margens do córrego Itaquera-Itaqueruna.
Apontada como área de altíssimo risco, cerca de 80 famílias tiveram de deixar suas casas às pressas logo após a divulgação do estudo. Mas, ainda hoje, cerca de 40 famílias não foram retiradas. “Meus vizinhos foram todos embora, deixando os destroços de suas casas, e eu continuo aqui, aguardando minha vez”, comenta a dona de casa Julia Silva, 35.
Do outro lado do mesmo córrego, em uma área de jurisdição da subprefeitura de São Miguel Paulista e também classificada como de altíssimo risco, não houve nenhuma remoção nos últimos dois anos. “Pensei que seria removida imediatamente, pois do outro lado estava todo mundo indo embora”, diz a operadora de telemarketing Carmem Dias, 30.
Na favela próximo ao córrego Tijuco Preto, outras 1.592 famílias esperam uma definição da prefeitura. Em abril do ano passado, quatro moradias desabaram para dentro do córrego. Em torno de oito casas foram demolidas pela prefeitura às pressas, mas, do outro lado da margem, 26 moradias continuam no mesmo lugar.
“Minha casa foi demolida pela subprefeitura por estar em área de risco. Eu apenas mudei para o outro lado do córrego, onde aguardo uma solução de moradia” diz um morador que preferiu não se identificar.
Em 2010, antes do lançamento do mapeamento, foram gastos R$ 845 mil para contenção das margens do córrego Lajeado, próximo ao parque Municipal Chácara das Flores, na avenida Dom João Nery. A Prefeitura realizou no ano seguinte serviços de topologia das 12 áreas de risco relacionadas pelo IPT. Em 2012, nenhuma atividade, além da limpeza mecânica dos córregos, foi registrada pelo órgão.
Em nota, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras afirmou que monitora as 407 áreas de risco da cidade apontadas pelo estudo do IPT, além de intensificar o monitoramento durante o período de chuvas a fim de evitar ocorrências e assegurar a integridade física da população.
“Acho que a prefeitura tem de fazer algo por nós e urgente, não ficar só tirando fotos”, comenta o servente Luiz Masseo Júnior, 51.
Vander Ramos, 51, é correspondente do Itaim Paulista.
@vander521
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na verdade não existe nenhuma ação pratica para resolver o problema, voo de helicóptero, entrega de colchões após enchentes são as únicas coisas que tenho visto o poder público fazer por aqui, novas invasões tem ocorrido e nem isso tem sido combatido ! lamentável degradação, lixo para todos os lados e usuários de drogas é só oque se vê por aqui lamentável