Extintores de condomínio no Jardim Redil são desinstalados e ficam guardados em quarto
Após a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrida em janeiro, o medo de um incêndio tomou conta dos moradores do condomínio Portal Dom Bosco, localizado no Jardim Redil, na zona leste de São Paulo.
O condomínio, que é um projeto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), não tem extintores de incêndio instalados na maioria dos blocos, sinalizadores de emergência nem hidrantes.
“Fico pensando se vai precisar acontecer uma tragédia em um CDHU para alguém pensar em falar sobre prevenção”, afirmou a recepcionista Rita Sanches, 40.
A CDHU informou que o conjunto habitacional, que tem 500 apartamentos, foi entregue no ano 2000 com todos os itens de segurança exigidos e também com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
No entanto, o Mural verificou que, apesar de os extintores terem sido entregues, eles estão guardados em pequenos quartos dos prédios.
O síndico de um edifício, que preferiu não se identificar, disse que não há segurança suficiente para deixar os equipamentos instalados pelo condomínio por conta dos frequentes furtos.
Uma solução, segundo o pedreiro Milton dos Reis, 58, seria implantar uma base da Polícia Militar para trazer mais segurança.
“Já ouvi a opinião de muitos vizinhos e todos pensam que esta é uma forma de evitar [a circulação] de pessoas estranhas. Mas isto é difícil de se conseguir”, disse.
A responsabilidade de fiscalização dos equipamentos de segurança é da prefeitura, que informou que o responsável legal pelo condomínio responde criminalmente por qualquer acidente que venha a ocorrer no local.
A prefeitura esclareceu também que quando recebe alguma denúncia, encaminha ao síndico ou responsável pelo condomínio as recomendações técnicas sobre as normas mínimas de segurança, acompanhada da cópia da denúncia.
Katia Lemos é correspondente de Itaquera
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