Na Vila Itaim, caminhões fogem de pedágios e invadem ruas pequenas
As ruas da Vila Itaim, zona leste de São Paulo, não tiveram mais sossego depois da inauguração em 2002 do viaduto Carlito Maia que liga o bairro à avenida Marechal Tito. A região virou um atalho para motoristas dos municípios vizinhos –Itaquaquecetuba , Suzano e Poá– acessarem a rodovia Ayrton Senna sem pagar pedágio e, também, para fugir do caótico trânsito da Marechal Tito.
“Utilizo este atalho há três anos para ir à Vila Madalena. É rápido e me livro do trânsito da Marechal Tito”, diz o motorista e representante comercial Rubens Limonelli, 45. Ele mora na cidade de Suzano.
Além dos veículos leves e das quatro linhas de ônibus, trafegam na região vários caminhões e carretas que transportam mais de 12 toneladas de vergalhões e bobina de aço. A origem é o terminal rodoferroviário da MRS Logística no município de Itaquaquecetuba .
“O acesso dos caminhões não era pelo bairro do Itaim Paulista. Devido à solicitação da Sabesp, tivemos que alterar o tráfego para que pudessem realizar uma obra na estrada Walter da Silva Costa, ainda inacabada. Nosso tráfego de caminhões normalmente é no município de Itaquaquecetuba “, informou a assessoria de imprensa da MRS Logística.
No entanto, ao contrário do que foi informado, os caminhões que têm como destino a capital paulista, interior do estado e sul do país utilizam as estreitas ruas da vila Itaim para fugir do pedágio na rodovia Ayrton Senna.
“Aqui é mais fácil pegar a Ayrton Senna. Entro na vila Itaim, subo a ponte de Guarulhos na vila Any e depois de 1 km acesso a rodovia. Se fosse por Itaquaquecetuba, pagaria pedágio e rodaria mais. Ninguém me orientou sobre outro trajeto.”, disse um motorista que preferiu não se identificar. Ele transportava várias bobinas de fio-máquina com 800 kg cada.
Segundo a MRS, cerca de 80 caminhões saem diariamente do terminal transportando produtos siderúrgicos em geral, vergalhões, bobinas de aço e fio-máquina. Nos últimos dois anos a movimentação de caminhões no terminal cresceu 20%.
Duas conversões nas ruas Alfredo de Melo com a Bernardes de Chaves Cabral, sentido centro, também complicam o trânsito na região. O engarrafamento passa de um km nos dois sentidos durante o horário de pico.
“Todos os dias acontece acidente aqui. Os caminhões, que não conseguem fazer corretamente a conversão, sobem nas calçadas e, às vezes, atingem os postes e deixam a região sem luz por várias horas.” disse Euclides Mendes, 42, líder comunitário.
Procurada, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que para minimizar os problemas trazidos pela movimentação de veículos de grande porte na região foram instaladas, no ano passado, placas que proíbem o motorista de estacionar em todas as aproximações do local, que é conhecido como “curva do s”.
Também foram colocadas faixas duplas amarelas divisoras de fluxo reforçadas com tachões. A CET ainda implantou sinalização vertical que proíbem caminhões nas ruas Manoel Martins de Melo e Ambuá.
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em setembro de 2012, a Lei 15.624 que prevê o alargamento de seis ruas e o prolongamento de uma via em 145 metros, além de desapropriações de residências.
A execução da obra é da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), que não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
A Sabesp informou que a estrada Walter da Silva Costa, em Itaquaquecetuba, está liberada para o trânsito e disse que instalou um interceptor para coleta de esgoto dos bairros no entorno do terminal rodoferroviário, parte de Arujá e Ferraz de Vasconcelos, na grande São Paulo, até a estação de tratamento no bairro paulistano de São Miguel Paulista.
Vander Ramos, 51, é correspondente do Itaim Paulista.
@vander521
vander.mural@gmail.com
Sobre os caminhões, na verdade eles sempre fizeram está rota, o que ocorre é que aumento o trafico de caminhões pela via, moro a quase um quilometro da via, e sofro quando preciso sair de casa ou para acessar as vias adjacentes, o governo deve melhorara essa situação que cada vez está pior!!!!!!!
A foto é da famosa CURVA DO “S”. Geralmente quando os motoristas de carretas, sendo inexperiente e mesmo os mais acostumados com esta alternativa de desvio travam nesta curva, congestionam brutalmente o único acesso ao bairro de Vila Itaim. As vias ficam totalmente entupidas de ônibus, caminhões e veículos leves. É profundamente lamentável e isto se arrasta há mais de cinco pelo que eu presenciei. Não sei se há mais tempo.
Muito feliz e oportuna esta materia em relação a Vila itaim, os caminhos que conduzem ao bem dessa comunidade só poderá acontecer atravez da informação e de pessoas que realmente querem fazer alguma mudança e é o que não falta a essa comunidade. Parabens Vander Ramos.