“Associar funk e hip-hop à marginalidade é um equívoco”, diz secretário de Cultura de SP
A próxima Virada Cultural, nos dias 18 e 19 de maio, terá forte presença de cultura da periferia em sua programação. Funk, hip-hop, saraus e coletivos culturais estarão dispersos entre palcos e pistas. Em entrevista coletiva no último sábado (11), no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, o secretário Municipal de Cultura, Juca Ferreira (PT), afirmou que esta é uma maneira de introduzir e respeitar o protagonismo cultural existente nestas regiões.
Segundo Ferreira, trazer o funk e o hip-hop para o evento foi uma tarefa difícil. “Associar o funk e o hip-hop à violência e à marginalidade é um equívoco”, considera o ex-ministro da Cultura.
O funk vive uma polêmica à parte na cidade de São Paulo. Foi aprovada em primeira votação na Câmara a proibição de bailes do gênero nas áreas públicas da cidade. Agora, a proposta passará pela segunda votação e, por último, dependerá da sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) para que entre em vigor.
O secretário da Cultura se posiciona contra a proibição dos bailes. “Isso não garante, nem caminha na direção de mais segurança, pelo contrário. Caminha na direção de colocar o Estado e a polícia de um lado e do outro, a população”, opina. “O funk é uma manifestação da juventude da periferia, é preciso compreender essa diversidade cultural da cidade. Criminalizar ações culturais é uma ideia equivocada”, completa.
Valorização e capacitação cultural na periferia
Desde fevereiro, a Secretaria de Cultura desenvolve um projeto chamado “Existe Diálogo em SP”, com o intuito de colher as demandas de coletivos culturais diversos. Quando perguntado sobre quais as impressões ao decorrer dos encontros e o que precisa ser feito para garantir o acesso à cultura nas periferias, Juca Ferreira respondeu ao Mural que é preciso descentralizar os equipamentos públicos culturais.
“O diálogo tem muito mais importância para a periferia, pois ela nunca é ouvida, nunca é considerada. Temos que estender a estrutura cultural pública até estes bairros. Os teatros, bibliotecas e centros culturais da cidade são muito concentrados. É preciso disponibilizar cultura para essa população”, argumenta ele.
De acordo com Ferreira, sua proposta também é valorizar o que é produzido localmente e criar meios de capacitação e formação cultural. “A periferia de São Paulo é muito rica culturalmente, com manifestações tradicionais, contemporâneas. Fui à um sarau, recital e me surpreendi com a qualidade. Há uma vida cultural intensa, mas isso é invisibilizado pelo poder público”, afirma.
Levar aos extremos eventos de porte como a Virada Cultural é outro projeto do secretário, mas ainda está em fase de estudo. “O São João e a comemoração ao Dia do Samba são alguns exemplos”, revela. Além disso, ele acrescenta que seu plano é “montar sistemas culturais, programas e circuitos direcionados especificamente às periferias”.
Aline Kátia Melo, 29, é correspondente da Jova Rural.
@alinekatia
alinekatia.mural@gmail.com
Olívia Freitas, 22, é correspondente de Guarulhos
@Liila_Freitas
oliviafreitas.mural@gmail.com
Tamiris Gomes, 22, é correspondente de Poá.
@tamigomes_
tamirisgomes.mural@gmail.com
Ele diz isso (manchete) porque ainda não assistiu a um PANCADÃO, regado a drogas, sexo e bebedeiras, inclusive por menores, praticados com frequência na periferia abandonada.
Para quem mora na periferia sabe que a realidade é FUNK É SIM ORQUESTRADO PELO CRIME.
E é lei: PERTURBAÇÃO DO SOCEGO PUBLICO É CRIME…existem outros assuntos realmente sérios a serem resolvidos.
E para quem é mesmo a surpresa???
Não que seja exatamente dessa maneira que as coisas acontecem, porém, o maior evento cultural da cidade perde totalmente sua visão e sobre tudo seu propósito de “CULTURA”. Dizer que estão dando espaço para adversidade cultural é o maior absurdo se pode ouvir, mas, assim o fez o nosso engajado politico Secretário da Cultura do estado de São Paulo Juca Ferreira. A sensação do memento se passa diante dos olhos da sociedade como se tudo e nada fosse exatamente a mesma coisa. Estamos vivendo uma fase em que a opinião do outro não conta em nada. Fizeram a maior palhaçada colocando por meses nomes de artistas que seriam escolhas da população para a VIRADA CULTURAL e finalizam com uma tremenda balela… “Associar funk e hip-hop à marginalidade é um equívoco” diz secretário de Cultura de SP…?
Que autonomia tem essa pessoa para falar de cultura uma vez que o pancadão do Funk não acontece em sua porta e tampouco interdita sua rua? E o que falar do que dizem e vivem os Rappers, com raras exceções em suas letras, não falam exatamente de amor, nem de luta. Somente de vida “fácil”… Um corre daqui e outro corre dali. Entendeu ou quer que eu desenhe? Viver na periferia não quer dizer que temos que nos alienar aos canais de tevê sensacionalistas, nem nos prender na novela achando que se trata da sua vida ou de alguém conhecido. Não podemos deixar que ditem o que é regra ao ponto de não nos sobrar mais nada… Já temos uma população que pouco se interessa pela política e só sabem votar nos que mandam para não perderem os seus “benefícios” ( bolsa família), porque a dignidade já perdeu até o nome… É fácil falar de cultura, SR Secretário, quando se mora no Morumbi ou em Alphaville e em qualquer bairro nobre da cidade, pois, ao primeiro sinal de Funk tocando é só acionar a Policia Militar por saber que a mesma irá chegar em menos de 30 segundos. Da mesma maneira que diz nosso Ministro da Justiça José Eduardo que “menores infratores, são apenas crianças”, (que por viverem dificuldades e não terem uma família estruturada se rendem ao crime)… Não é a “classe” politica que está nas ruas sem segurança, que suam para conseguir sustentar suas famílias com o salário mínimo de cada mês. Não andam nos transportes públicos que segundos eles, vai bem obrigado! Assim fica fácil falar em segurança, enquanto estão todos no conforto de seus carros blindados contra a própria ignorância… Agora não me venham chamar essa palhaçada de VIRADA CULTURAL! Agiram todos com tremenda falta de respeito com grandes artistas e seu publico. Tiraram o que pouco ainda tínhamos a preservar. Na verdade Cultura custa caro, então, peguem o pacote básico é exatamente o que se tem pra hoje! Quero o que é meu por direito. Saúde e segurança, Educação de qualidade e Cultura de verdade! O resto pode ficar pra vocês
RARAS EXCEÇÕES NO RAP? Ok, você não tem escutado muito esse tipo de música, não é? o Rap, na verdade, é um ”tapa na cara da sociedade”, o Rap surgiu de caras que realmente batalharam pra ganhar o seu, que correram e correm atrás, o Rap em si não é drogas, não é sexo, dinheiro, ou seja, ”vida fácil”, entendo que muitos rappers falam disso sim. Mas esses rappers que são as exceções, até porque muita rima de merda por aí com uma batida pesada não pode ser chamado de Rap, seria um desrespeito à cultura. Eu concordo com todo o resto que você falou, mas por favor, não fale de uma cultura se você não conhece de fato.