Pacientes enfrentam superlotação em única UBS da Vila Sabrina
Na Vila Sabrina, zona norte de São Paulo, apenas uma Unidade Básica de Saúde (UBS) responde pelo bairro e outras duas comunidades vizinhas: Jardim Brasil e Jardim Julieta. Os moradores relatam que o espaço não tem infraestrutura suficiente para atender à demanda da região, o que ocasiona superlotação das 7h às 9h, demora no atendimento dos pacientes e atraso na marcação de consultas.
O único posto da região passou por reformas em 2006, com obras de realocação de salas e mudanças na estrutura, porém o espaço não foi ampliado. Foram gastos na obra R$ 235 mil, de acordo com o site da Prefeitura de São Paulo.
Há nove salas para atender 17 mil pacientes por mês, consideradas pequenas pela população, que também se queixa da falta de ventilação dos espaços. Em visita ao local, a reportagem conversou com alguns pacientes que tentavam marcar consultas e receber atendimento.
A dona de casa Felicia Fernandes, 64, reclama da exaustão que passa a cada ida a unidade. “Os enfermeiros pegam nossa carteirinha [do SUS], levam lá para dentro e demoram meia hora pra trazer de volta e, quando devolvem, não marcaram nada. Eles pegam nosso nome para ligar daqui há um mês dizendo quando vamos poder passar com o médico”.
O comerciante Antonio Rodrigues, 62, também afirma passar por estresse na unidade. “Toda vez que venho aqui preciso esperar muito tempo até chegar minha vez de falar com o médico”, diz.
Após sofrer uma amputação no pé em razão do diabetes, Rodrigues sempre vai ao posto realizar os curativos. “Em determinado dia fiquei um tempão esperando na fila, enquanto isso percebi que algumas pessoas passaram na minha frente com o aval dos enfermeiros”, conta. “Quando chegou a minha vez, o médico foi embora dizendo que já havia dado o horário dele. Nesse dia fui embora sem meu curativo renovado”, completa.
O Mural também falou com a gerente da UBS, Lucia Helena, que afirmou que o tempo de espera é consequência de um processo de melhorias que o posto tem passado, visando atendimento mais rápido e eficaz em longo prazo.
“Hoje o paciente espera meia hora um atendimento para que, no futuro, espere bem menos que isso. Prezamos que o paciente seja ouvido e tenha alguém para dividir seu problema que, em muitos casos, é psicológico. Aqui não é um pronto atendimento, é um posto de saúde”, ressalta.
Moradores da região comentam a possível construção de uma segunda UBS voltada a atender, principalmente, os pacientes do Jardim Julieta. Em resposta, a Coordenadoria Regional de Saúde Norte informou ao Mural estar ciente da superlotação do posto e, disse, ainda, que a medida já foi incluída em seus planos de expansão. A obra será feita em um prédio próprio, em terreno indicado pela subprefeitura. Contudo, o órgão ressaltou que aguarda recursos do governo federal para dar início às medidas, ainda sem prazo definido.
Andressa Gonçalves, 19, é correspondente da Vila Sabrina
@andressfontes
andressag.mural@gmail.com
Isso e o filme real do BRasil.O Br oficial e o do mais médicos. E lindo.
Pura verdade, geralmente as unidades estão vazias (vazias de médico).
Adorei pura realidade, as unidades de saúde pública são super lotadas e não tem medico suficiente para atender, e quem acaba sofrendo com isso é a população!
parabéns!!!!!!!!! nota 10000000000000000000
SOBRINHA LINDA, ADOREI A REPORTAGEM!!
Infelizmente, esta é uma realidade nas Unidades Básicas de Saúde de diversas regiões de São Paulo. E a falta de opção é outro agravante. A matéria está ótima! Parabéns!
Já frequentei essa unidade várias vezes, infelizmente. A exemplo de outras ubs de sp, falta respeito com as pessoas que precisam usara rede de atendimento pública.