Moradores fazem manifestação contra queimadas em parque no Jaraguá
Incêndios constantes têm atingido o Parque Municipal Pinheirinho d’Água, no Jaraguá, zona norte de São Paulo. No último dia 23 de agosto, as aulas do EMEF Deputado Rogê de Ferreira, que fica ao lado parque, foram suspensas por conta da fumaça de uma grande queimada. Já na noite do dia 2 de setembro, a população conta que ocorreram três pequenos focos de incêndio em diferentes partes do local. As causas dos incêndios não são claras.
Revoltados com a destruição e uma série de outros problemas no parque, como despejo irregular de entulhos, moradores, funcionários da escola, alunos e integrantes de movimentos sociais fecharam um trecho da rua Philonilia Gonçalves dos Santos, na tarde do dia 30 de agosto, para uma aula diferente, com tom de manifestação por melhorias na manutenção e preservação do parque.

“A situação tem sido rotineira, às vezes acontecem até dois incêndios por semana. Nesse último, dois carros de bombeiros vieram e não conseguiram apagar as chamas rapidamente. Por conta disso, pediram para evacuarmos a escola, pois a fumaça tomou conta de todo o prédio. As crianças estão em risco constante”, conta o diretor da instituição, Fernando Mendonça, 49.
Pais e mães dos alunos reclamam do descaso com a situação da área verde. “Não há segurança alguma, as pontes estão quebradas e uma trilha foi aterrada. Sem contar que ele é escuro e há crianças que para atravessar no final do dia usam a lanterna do celular. É um abandono total”, conta a dona de casa Célia Cristina Del Bianco, 34, que considerou o incêndio a gota d’água para a mobilização.
O arquiteto Carlos Eduardo de Jesus, 57, conselheiro do parque e morador da região, conta que uma denúncia tramita no Ministério Público relatando o despejo de entulho que aterrou uma nascente do parque, pedindo punição e reparação aos danos ambientais causados. “O parque foi vítima de um crime ambiental e continua sendo. Esses incêndios sem explicação levam a suspeitas de que têm causas criminosas. Falta um efetivo de guardas suficiente para fazer toda a segurança do parque”, diz.

Segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), o Pinheirinho d’Água tem uma área de 250.306 metros quadrados. O diretor Fernando Mendonça diz que já foram feitas diversas reclamações às autoridades e que as manifestações serão o novo modo de reivindicar as melhorias necessárias.
“Nesse parque não há manutenção, iluminação, programação cultural, banheiros ou identificação. Não há totens dizendo que isso é um parque. Decidimos parar de fazer reuniões e mandar documentos, pois já procuramos todos os canais institucionais”.
Em nota, a SVMA informou que “devido ao tempo seco o Parque Pinheirinho D’Água tem sido alvo de queimadas” e que os funcionários estão sendo treinados para realizar o monitoramento preventivo e identificar focos de incêndio. Sobre a segurança, a pasta afirma que o parque conta com 16 vigilantes e as rondas para coibir o descarte irregular de entulhos foram intensificadas.
Cleber Arruda, 32, é correspondente do Jardim Damasceno/Brasilândia
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com
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