Passageiros disputam a sombra por falta de estrutura em pontos de ônibus na zona norte

Agência Mural

Superlotação, ausência de estrutura nos pontos de ônibus e demora entre as viagens de coletivo. Estes são alguns dos problemas relatados pelos moradores que dependem do transporte público em Taipas, Vila Zilda e Freguesia do Ó, regiões da zona norte e noroeste de São Paulo.

A estudante Camila Rodrigues, 21, moradora do bairro Vitória Régia, em Taipas, utiliza a linha 957T-10 Itaim Bibi/Cohab de Taipas para ir à faculdade. Mas o que mais a incomoda é a demora dos ônibus e o excesso de passageiros.

Segundo Camila, o coletivo passa em intervalos de, no mínimo, 20 a 30 minutos. O percurso é demorado e, com o trânsito na volta para a casa, ela já chegou a ficar mais de três horas dentro de um veículo num percurso que leva 1h40 para ser feito.

Moradores de Taipas enfrentam sol em abrigo sem cobertura, na avenida Cantidio Sampaio, altura do número 5.000

Este não é o único problema relatado por ela, que aponta, também, a falta de estrutura dos pontos de ônibus da região. “Na verdade, acho que em Taipas só tem dois pontos que podem ser chamados assim, mas eles nem são bons”, diz.

Com o sol forte, algumas pessoas disputam a sombra feita pelo poste de energia e, quando chove, quem está sem guarda-chuva se molha.

O auxiliar administrativo Felipe Belgo, 25, que mora no Jardim Donária e trabalha na Barra Funda, zona oeste, também mostra insatisfação com a estrutura dos pontos. “São bem precários. Têm alguns com coberturas, mas a maioria são aqueles postes só para fazer a marcação”.

Em Taipas, na rua Monte Alegre do Sul, altura do número 1.200, morador aguarda ônibus sentado em  mureta

É a mesma reclamação do morador da Freguesia do Ó, o vendedor Leonardo Oliveira, 32. “Normalmente, em bairros como a Freguesia, Casa Verde, só tem um pedaço de madeira mal pintado como ponto de ônibus”, afirma.

A operadora de caixa Ieda de Jesus, 27, moradora da Vila Zilda, também reclama do transporte em seu bairro. “As linhas 1771/10 Vila Zilda/Metrô Santana e 1772/10 Filhos da Terra/Metrô Tucuruvi são muito demoradas. Colocaram mais uma linha que faz 1771-21 JD. Fontális/Metrô Tucuruvi, mas só funciona de segunda a sexta. Depois da abertura do shopping, esses ônibus vivem mais cheios do que antes”, reclama.

Questionada, a São Paulo Transporte (SPTrans) informou ao Mural que não tem previsão de implantação de corredores de ônibus nos bairros de Taipas e Vila Zilda, o que melhoria o tempo de viagem dos passageiros. Mas afirmou que até o fim de 2016 planeja entregar mais de 150 quilômetros de novos corredores em toda a cidade.

Sobre a demora nos intervalos dos itinerários, o órgão disse que as linhas citadas na reportagem têm intervalos de 15 minutos nos horários de pico. Mas ressaltou que, em virtude da reportagem do Mural, a empresa irá analisar a área reclamada para verificar os cumprimentos das partidas.

A SP Obras, responsável pela manutenção e troca de pontos de ônibus na cidade, destacou que os bairros da periferia estão recebendo novos pontos de ônibus e que todos serão substituídos. Contudo, não foi dado prazo para a troca. O órgão reforçou, ainda, que foram realizadas 134,8 mil vistorias e feitas 561 novas instalações e 745 abrigos com cobertura.

 

Bianca Pedrina, 29, é correspondente de Taipas
@pedrita
biancapedrina.mural@gmail.com

 
Priscila Gomes, 29, é correspondente da Vila Zilda
@prigomes1983
priscilagomes.mural@gmail.com

Comentários

  1. Este problema não é privilégio de bairros mais distantes do centro. Onde moro , Higienópolis , foram desativadas várias coberturas ao longo da Av. Angélica e não vieram coberturas novas a mais de 1 ano. Os usuários deste trajeto tem um mix de pessoas que incluem muitos idosos . em dia de chuvas fortes vira uma tragédia.
    Muito se falou de novas e futuristas coberturas para os pontos de ónibus mas, como sempre nada foi feito e o povo infelizmente não reclama. É um povo acomodado e por isso que as autoridades fazem o que bem entendem.
    sds,
    Marco Antonio

  2. Os ônibus das linhas 1771 e 1772, assim como outras da região, até que saem nos horários corretos a maioria das vezes. Os problemas maiores são o trânsito intenso em vias estreitas e tortuosas, onde não há como se fazer um corredor, e o grande volume de passageiros. No terminal do metrô Tucuruvi os ônibus da linha 1772 saem um atrás do outro, mas com muito mais gente do que deveria, e as filas parecem não terminar nunca. O problema é muito maior que os ônibus, é o emprego distante demais das casas das pessoas, que as faz circularem muito mais do que deveriam. Se os deslocamentos fossem menores, com certeza o fluxo de todas as linhas diminuiria, mas esse é um problema bem além das forças da população. O buraco é bem mais em baixo…

  3. Os arquitetos de pontos de ônibus são péssimos trocaram um ponto ônibus antigo na avenida oratório por um novo ficou pior.

  4. “A SP Obras, responsável pela manutenção e troca de pontos de ônibus na cidade, destacou que os bairros da periferia estão recebendo novos pontos de ônibus e que todos serão substituídos. ”

    Os pontos de ônibus (daqueles antigos com cobertura de telha amianto) aqui próximo a Penha estão sendo retirados e em seu lugar, estão colocando apenas o poste! É um absurdo! Preferimos os pontos antigos do que ficar sem proteção no sol e na chuva! Que tipo de pessoas trabalham na SP Obras?!

  5. Para piorar a prefeitura está trocando os pontos de onibus que tinham “abrigo” local para sentar e cobertura, por postes que mal identificam o local com um ponto de onibus.

  6. Sombra de qualidade se consegue com a arborização urbana. Além da infra-estrutura nos pontos de ônibus são necessárias árvores nas proxidades dos pontos de ônibus. com árvores a cidade fica mais bonita e agradável.

  7. Moro em Campinas e acontece a mesma coisa nos bairros com poucos abrigos nos pontos de ônibus. Mesmo na cidade esses abrigos são muito mal feitos e qualquer chuva de vento molha a gente. Os abrigos dos bairros são piores. Campinas está horrível no centro da cidade nas vias de acesso onde tem mais pontos de ônibus: abrigos ruins, pouco espaço para caminhar e muita gente aglomerada, trânsito de ônibus péssimo.

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