Moradores de Itaquera reclamam da falta de mercado municipal no bairro

Agência Mural

Desde janeiro de 2011, quando o Diário Oficial de São Paulo publicou um decreto declarando de utilidade pública, para desapropriação, imóveis particulares do distrito de Itaquera para implantar um mercado municipal, os moradores do bairro da zona leste aguardam a realização da obra.

O terreno para o mercado foi escolhido pela prefeitura na mesma época e R$ 1,5 milhão foi aprovado para dar início às obras, mas quem mora na região diz que, de lá para cá, as únicas movimentações no local foram a retirada de algumas árvores e a presença de seguranças.

Para os moradores, a necessidade existe porque, além de ser um dos maiores e mais populosos bairros de São Paulo, os mercados municipais mais próximos estão nos distritos de São Miguel Paulista e Guaianases e no município de Guarulhos. “Acabo indo em São Miguel para fazer uma boa feira e encontrar outros produtos. Mas no centro de Itaquera seria ótimo porque tem muita variedade de ônibus. Espero que não desistam porque é uma melhoria na qualidade de vida da gente também”, fala a aposentada Idaila Ramos, que mora há 32 anos na Parada XV de Novembro.

A área confirmada para o “mercadão” tem 15.996,23 m² e fica no centro comercial do bairro, entre as ruas Augusto Carlos Bauman e Sábado D’Ângelo, próximo ao 32º Distrito Policial. Contudo, por conta da demora no início das obras, surgem rumores de que outros terrenos estão sendo avaliados. O cabeleireiro Silvio Ricardo Souza, de 42 anos, diz: “Parece que deu algum problema e querem mudar para um terreno no Pq. Do Carmo. Não dá para saber direito, mas como não fizeram nada até agora deve ser isso mesmo”.

A área confirmada para o “mercadão” tem 15.996,23 m² e fica no centro comercial do bairro

Flávio Antônio do Nascimento é morador da Vila Santana e tem 52 anos. Ele diz que os pontos positivos do mercado vão fazer a obra sair do papel. “Vai gerar emprego, vai fazer o bairro crescer, vai ser um bom lugar para frequentar, comer, ter mais opções de alimentos e frutas e ainda vai ocupar o lugar de um espaço que está totalmente ocioso”.

No projeto, o futuro mercado apresenta um mecanismo de reutilização de água, um centro gastronômico e uma área para produção e venda de alimentos orgânicos.

Obras travadas

Há quase três anos, a prefeitura divulgou em seu site um texto dizendo: “Itaquera terá Mercado Municipal no padrão do Mercadão da Cantareira”. Lá, a informação é de que o terreno já está decretado como de utilidade pública e desapropriado. Porém, a subprefeitura de Itaquera informa que, na verdade, o local ainda não foi totalmente desapropriado e por isso as obras estão travadas. Ela também diz que conclusão do mercado está prevista para 2017, mas ainda não tem previsão para o início das obras.

Renata Asp, 22, é correspondente de Itaquera
@Renata_Asp
renataasp.mural@gmail.com

Comentários

  1. Finalmente agora sabemos a quantas anda esse projeto que não saia. Aliás, nem desapropriado foi, como a gente aqui do bairro pensava. Achei o prazo ruim. Se desde 2011 tivessem desapropriado de verdade, a obra já estaria rolando há tempos. Vamos continuar cobrando até sair.

  2. Olha o tamanho desse terro em frente da delegacia , reportagem pela sobrinha da guida jornalista da folha de são paulo

  3. Os moradores da Zona Leste aguardam ansiosos a oportunidade de poderem fazer uso de um espaço nos padrões do já tão conhecido Mercado Municipal Cantareira, pois além de gerar empregos e valorizar a região e propiciar ao morador ter acesso a produtos alimentícios de alta qualidade bem perto de suas casas, também abrirá um espaço onde as pessoas poderão se reunir com seus familiares e amigos, uma vez que espaços adequados para esse fim são raros na região de Itaquera.
    Que não fique somente no papel como muitas outras propostas de melhorias para a região, pois Itaquera precisa avançar no tempo e a Zona Leste merece toda a consideração e retribuição, principalmente pelos altos impostos recolhidos.
    Parabéns Renata Asp pela excelente abordagem jornalística mostrando ao povo o que se passa em sua região.

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