Projeto leva karaokê e peças de teatro para as ruas de Pirituba

Agência Mural

Quem mora nos entornos da escola estadual Ermano Marchetti, em Pirituba, zona norte de São Paulo, provavelmente já viu uma Kombi toda colorida estacionada em frente ao colégio. O veículo pertence à Baal Demarÿ, 42, idealizador e diretor do Teatro Silva, projeto sociocultural que oferece música, dança e literatura para os moradores da região.

A ideia do educador surgiu em 1999 na cidade de Guaranésia, em Minas Gerais, mas o projeto só decolou nove anos depois, em uma escola pública do Tucuruvi. A princípio, o objetivo era montar um grupo de teatro e fazer apresentações em escolas municipais.

Após três anos no bairro da zona norte, Demarÿ se mudou para Pirituba, onde se alojou em um galpão abandonado na Vila Mirante. Em junho de 2012, a coordenadora da escola Ermano Marchetti, Neide Kazan, convidou o grupo para se reunir no espaço.

O Teatro Silva conta com 20 participantes, que tem idades entre 14 e 42 anos. Crédito: Letícia Demarÿ/Divulgação
Com sede em Pirituba, Teatro Silva possui 20 integrantes. Foto: Letícia Demarÿ/Divulgação

O coletivo conta com cerca de  20 participantes, sendo que a maioria é de alunos do próprio colégio, com idades entre 14 e 42 anos. As reuniões do grupo ocorrem às terças e quintas, das 16h às 18h. Para participar do projeto, basta comparecer aos ensaios.

A escolha do nome Silva veio da popularidade do sobrenome entre os brasileiros. Segundo o grupo, o conceito é muito mais importante, “pois Silva representa uma forma de fazer que engloba todo mundo”.

No momento, quatro projetos estão sendo desenvolvidos pelo grupo. Um deles é o CineSilva.

Como, ao menos até o começo de dezembro, Pirituba não possui salas de cinema, os integrantes do coletivo resolveram montar a sua própria telona ao ar livre. As sessões ocorrem na rua Marilac, na Vila Mirante.

Mais de dez filmes já foram exibidos para os moradores. É tudo gratuito e cada participante traz a pipoca de casa.

“Se a cultura fosse considerada importante, como é a educação e a saúde, a gente tinha um país muito melhor. As pessoas iriam entender quem elas realmente são”, diz Demarÿ.

Aparelhagem de som é montada ao ar livre e dá espaço à um karaokê a céu aberto. Foto: Letícia Demarÿ/Divulgação
Aparelhagem de som é montada ao ar livre para dar espaço à karaokê comunitário. Foto: Letícia Demarÿ/Divulgação

Outro projeto que gera curiosidade entre os moradores é o “QuemCantaOkê”. A ideia é bem simples: o grupo monta a aparelhagem de som em lugares públicos e os interessados soltam a voz no karaokê. Tudo a céu aberto e qualquer um pode brincar.

Responsável por levar arte dos palcos para a periferia, o espetáculo “Em Pé, de Passagem” é o único que possui incentivo da Prefeitura de São Paulo. A proposta consiste em fazer apresentações teatrais, musicais e literárias em locais movimentados, mas sem atrapalhar a circulação das pessoas.

Para Yasmin Gomes, 15, integrante do grupo, o aprendizado proporcionado pelos projetos “traz um discernimento maior sobre o que se vive, faz e pensa”.

 

Yago Rudá, 19, é correspondente de Pirituba
@yagoruda94
yagoruda.mural@gmail.com

Comentários

  1. O projeto é incrível e outros bairros deveriam implantar, pois essas ações contribui muito no aprendizado e desenvolvimento das pessoas que executam, mas principalmente para aqueles que tem a oportunidade de acompanhar. Parabéns pelo trabalho!

  2. Minha filha participa do Teatro Silva e curte muito. É uma atividade na qual ela aprende muito, se diverte e faz amigos também.
    Muito bom!
    Parabéns Bal!!

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