Eleição do Conselho Participativo é marcada por baixa adesão de moradores na zona norte
A eleição do Conselho Participativo Municipal, realizada no domingo (8), atraiu poucos moradores da Vila Guilherme, na zona norte de São Paulo. De acordo com dados da Rede Nossa São Paulo, 120 mil pessoas foram às urnas na cidade, de um total de 8,6 milhões de eleitores.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ruy Barbosa, localizada na região, além do baixo comparecimento dos moradores, não havia panfletos ou cartazes que informassem aos presentes sobre a realização, naquele dia, da votação.
A Vila Guilherme foi o bairro da Subprefeitura da Vila Maria que apresentou o menor número de candidatos ao cargo de conselheiro: sete pessoas disputaram cinco vagas disponíveis.
Ana Lúcia Geraldo de Santana, Jacqueline Copque de Sant’Anna Pereira, Michel Wiazowski Rocha, Octacílio de Oliveira Andrade Junior e Leonardo de Souza Santos foram os representantes escolhidos na região. Também foram eleitos 11 moradores na Vila Maria e 13 na Vila Medeiros.
Na primeira eleição do Conselho Participativo, criada pela gestão Fernando Haddad, somente escolas municipais foram usadas como espaços de votação. Entretanto, o Mural observou que os locais apresentavam problemas de acessibilidade.
Na escola visitada pela reportagem, o correspondente, cadeirante, precisou subir três lances de escada para conseguir votar.
Escolhida para ser presidente de mesa na escola Gabriel Prestes, localizada em Pirituba, também na zona norte, uma professora que não quis se identificar contou para reportagem que achou a eleição “muito bagunçada”.
Mesária de eleições gerais, ela destacou a baixa participação dos moradores e disse, também, que muitos eleitores que compareceram às urnas eram conhecidos dos candidatos.
Segundo ela, a prática é comum em eleições facultativas, como ocorreu na votação para conselheiro. “E a minha mesa foi a que teve mais votação: 26 eleitores, de um total de 999”, afirmou.
A professora também disse estar descrente da eficácia do novo órgão. “Estou há 4 meses reclamando de buracos próximos à escola e a minha residência. São buracos que já viraram crateras. Não solucionam o problema, não dão prazo. Não sou partidária, mas não acredito que esse conselho fará alguma diferença, entende? Espero, realmente, estar enganada”, afirmou.
Por telefone, a Secretaria de Relações Governamentais, responsável pela organização das eleições, disse ao Mural que o problema de acessibilidade na Vila Guilherme foi “isolado”. Informou, também, que estava tomando conhecimento do fato naquele momento. O órgão ressaltou que o problema será revisto nas próximas eleições.
Raphael Preto, 19, é correspondente da Vila Guilherme
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