Com aval da prefeitura, ‘rolezinho’ é aceito em CEU da zona norte de SP

Agência Mural

Que shopping que nada! No último sábado (25), as portas do CEU (Centro Educacional Unificado) Paz, no Jardim Paraná, zona norte de São Paulo, foram abertas para a realização de um “rolezinho”.

Equipamentos de som foram liberados e MCs da região, a maioria ex-alunos da unidade, convidados para tocar funks durante a tarde.  Atração principal, a Família Robin Hood, formada por mais de oito artistas, com idades entre dez e 20 anos, marcou sua estreia em um palco.

“O CEU não abria para gente, estudávamos aqui e não tínhamos essa abertura. Agora temos. Isso é muito bom para divulgarmos nossa música, ficarmos conhecidos”, observaram os MCs Dinho e Fefe Boladão, nomes artísticos dos estudantes Vanderson Moisés, 17, e Felipe Santino, 15, respectivamente.

Por volta das 14h, o som ecoava alto funks de ostentação, com suas letras repletas de carrões, roupas de grifes e projeções de uma vida luxuosa, contrastando com a simplicidade do cenário e realidade local. Com ótima infraestrutura, o equipamento cultural está rodeado por uma comunidade que emergiu de forma irregular, sem transporte público próprio ou algum tipo de unidade de saúde.

Família Robin Hood estreia em palco do CEU Paz, zona norte de SP
Família Robin Hood estreia em palco do CEU Paz, zona norte de SP (Foto: Divulgação/Ceu Paz)

O público era tímido, formado principalmente por crianças, adolescentes e familiares. Em compensação, o grupo de MCs eufórico revezava os microfones e equipamentos dispostos, com composições próprias e de outros artistas do gênero. Pelo menos dez músicas eram de autoria dos jovens artistas, uma delas do estudante Mateus Couto Marcolino Vital (MC Teteu), de apenas dez anos –o mais novo da turma.

Segundo a coordenadora de projetos culturais do CEU Paz, Rosani Nadia de Alencar, 37, a expectativa em torno do evento era grande. “Muita gente não sabe que pode se apropriar desse espaço e a ideia é aproximar a comunidade, pegando onda nos “rolezinhos”. Esse é o primeiro show de funk desse tipo nos CEUs e isso com autorização da prefeitura, até por conta do horário.”

No mesmo dia, um som foi colocado para animar os frequentadores das três piscinas da unidade e um “rolezinho literário” antecedeu os shows de funk, com dinâmicas de leitura. Mas um apagão no bairro acabou com a festa mais cedo. Prevista para ir até as 18h, os equipamentos de som foram guardados por volta das 16h40.

Contudo, os organizadores esperam que os “rolezinhos” se multipliquem. “Avisamos para o grupo que se tudo ocorresse de forma tranquila, o evento poderia acontecer mais vezes. E, de repente, expandir a ideia para outros equipamentos, outros CEUs. Afinal, o funk é cultura da periferia”, observou Carlos Vitor Alves da Silva, 21, morador do bairro e membro do conselho gestor do CEU Paz.

Cleber Arruda, 32, é correspondente do Jardim Damasceno
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com

Comentários

  1. Porque não sugerir o “relezinho” nos corredores do Metro, no vão do MASP ou em frente a prefeitura. A Prefeito vai adorar e o Governador TAMBEM!

  2. Típico dos que adoram PÃO E CIRCO: não tem SAÚDE, NÃO TEM TRANSPORTE, MAS TEM UM LIXO QUE CHAMAM DE MÚSICA, INCUTINDO SONHOS IMPOSSÍVEIS NA CABEÇA DE QUEM NÃO TEM JUÍZO.
    Já viram no que vai dar isso, né?

  3. Ter que ler uma noticia dessas e “ter que aceitar” tais barbáries. Sinceramente já não sei mais o que pensar. Políticos tendo que submeter a um pedido desses; ou estão mal intencionados ou estão de rabo preso com essa corja.

  4. Mais um fora do incompetente do Prefeito. Não pode ver uma marola que quer surfar.
    Deveria seguir o ditado que diz em boca fechada não entra mosca. Da dele só sai besteiras, o cara mal assessorado.

  5. É o rolezinho pode ir pro CEU mesmo, já que a cidade de São PAulo já está indo pro INFERNO com esse prefeitinho de cidade playmobyl…

  6. isso mesmo, é melhor no estacionamento, não são dignos de entrar no shopping, parece brincadeira que a prefeitura apoia uma ação desta, o preconceito social é o pior dosa preconceitos, temos que combater isso com todas as forças, todos nos temos o direito de entrar no shopping, sendo pobre ou rico.

  7. Boa iniciativa da Prefeitura de São Paulo em abrir um espaço público para ser usado pelo mesmo.
    A maior reclamação pelos rolêzinhos serem marcados em shoppings era a questão dos arrastões promovidos por participantes do evento.
    Agora qual será o problema em liberar área de lazer para promover festas? Que seja de funk, pagode, rap, rock, sertanejo.
    Proibir qualquer tipo de música é um absurdo, pois é discriminar o outro por não gostar do mesmo que você. Ouvir música ainda não é considerado crime, ou daqui um tempo, para agradar os que odeiam funk, será?

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