Bloco de Carnaval lota ruas de Cohab na zona norte de SP

Agência Mural

Das sacadas, janelas e calçadas  ou mesmo na pista acompanhando o cortejo, os moradores da Cohab de Taipas, na zona norte de São Paulo, celebraram a estreia do Carnabronks, bloco carnavalesco criado pela comunidade, no último domingo (23).

Mas esse não foi apenas mais um novo bloco do carnaval paulistano. Os organizadores aproveitaram o evento para arrecadar dinheiro com a venda de abadás –a compra era voluntária. A verba arrecadada vai para um desejo em comum: formalizar a associação de moradores AME (Arte, Música e Esportes).

“A iniciativa surgiu para unificar a comunidade. Com o que conseguirmos desta festa nós poderemos fazer a documentação da associação e buscar recursos para desenvolver diversos outros projetos”, explica Bruno Florentino, 23, coordenador de cultura da AME.

Apesar de ter sido divulgado pelo site da Prefeitura de São Paulo, o Carnabronks não recebeu investimentos públicos, mas levou cerca de 200 pessoas às ruas. O diretor do bloco, Milton Felipe da Silva, 27, explica que os ensaios começaram no início do ano e que não houve tempo para buscar apoios.

“Não conseguimos recursos por conta do prazo para entrega de documentos, infelizmente. Espero que no ano que vem a gente consiga apoio da prefeitura e de outros patrocinadores”, diz Silva.

A concentração do grupo teve início na altura do número 90 da rua João Amado Coutinho. Por volta das 15h, o cortejo saiu percorrendo um trecho da avenida Elísio Teixeira Leite, passando pela rua Egídio Felino, retornando para João Amado Coutinho e seguindo até a quadra da via David Belasco, onde o desfile foi finalizado por volta das 16h40. No local, a festa continuou com outras atrações até à noite.

Nas vias principais, os foliões desfilavam por apenas um dos sentidos, o que não prejudicou o trânsito. Policiais de uma base móvel da Polícia Militar acompanharam todo o trajeto.

A psicóloga Elaine Cristina Pinho, 37, que participava da folia, ressaltou a importância do evento na região. “A população está pobre de eventos culturais e essa é uma chance das pessoas extravasarem a alegria perto de onde moram, porque, geralmente, precisamos nos deslocar até o centro em busca de diversão. E essa é uma oportunidade cultural incrível na quebrada”.

A recepcionista Luciana Isabel Pereira, 40, também aprovou a iniciativa e comemorou a novidade. “Estávamos precisando de um divertimento sem ser o pancadão, o samba é bem melhor. É uma maravilha participar dessa festa”.

A letra do samba-enredo, que falava sobre um canto de paz e emoção, era distribuída nas ruas por onde o bloco passou. Mas uma das principais atrações, principalmente para as crianças, era a boneca mascote do Carnabronks –a Catita que, segundo os organizadores, foi inspirada em uma moradora muito popular no bairro.

 

Cleber Arruda, 32, é correspondente da Brasilândia
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com

Comentários

  1. Toda manifestação cultural é muito bem-vinda, o que não pode acontecer são os bailes funk no meio da Rua Ilha da Juventude que no sábado e na segunda fecharam as. iAd e interromperam o trânsito e o transporte público na região. Meu pai que faz hemodiálise foi impedido de sair de casa por baderneiros e bandidos que se aproveitaram da situação e depredaram o bairro e queimaram carros. Onde o poder público é omisso alguém sempre assume o controle. #acordagovernador

Comments are closed.