Moradores se arriscam para pegar ônibus em terminal de Itapevi

Agência Mural

O Terminal Rodoviário Municipal de Itapevi, na Grande São Paulo, não comporta mais a demanda de passageiros nem o tráfego de ônibus da cidade, segundo admitiu a própria prefeitura do município, que conta com cerca de 200 mil habitantes. O reconhecimento do problema surgiu após a cobrança dos usuários por adequações na área de embarque.

“Não podemos chamar de cobertura um local que quando chove você se molha e quando está sol não proporciona sombra”, afirmou a costureira Sandra Souza, 45, que usa o transporte público diariamente.

“Um dia estava um sol forte, fiquei esperando o ônibus embaixo da cobertura do orelhão. Protegeu mais do que a plataforma mal construída do principal local de parada dos ônibus municipais da cidade”, disse.

Apesar do crescimento de Itapevi nos últimos 10 anos, a infraestrutura não se desenvolveu o suficiente para dar conta do transporte público, gerando diversos riscos e dificuldades para a população.

A administração municipal reconhece o problema, mas espera pela liberação de verbas da União para poder dar início a uma reforma, que inclui a cobertura do local e a construção de alças de acesso ao viaduto José dos Santos Novaes.

RISCOS

O Terminal Rodoviário Municipal de Itapevi é uma construção com três pequenas plataformas. A via de parada dos ônibus é larga e frequentemente dois coletivos param lado a lado. Isto faz com que os passageiros se aglomerem no meio da rua, correndo risco de atropelamento.

Os motoristas são obrigados a buzinar e a entrar devagar para não causar um acidente enquanto os usuários tentam embarcar em outro veículo.

“Como não existe um local específico de parada para cada linha, já aconteceu mais de uma vez de eu estar esperando e não perceber que o coletivo passou. Estava com problema na perna nessa época e não conseguia levantar toda hora para ver o destino dos ônibus que estacionavam sem identificação”, contou a atendente, Ana Elisa, 19.

Além da falta de organização no embarque, a informação também é precária. Não existe um local de orientação para os passageiros.

“Moro em Carapicuíba, é a primeira vez que venho à cidade. Estou perdida, porque aqui não tem uma sinalização clara. Fiquei 15 minutos procurando um fiscal da Benfica, quando encontrei, além da falta de educação e antipatia, a informação a respeito do horário de partida do ônibus não foi correspondente com a realidade”, afirmou Maria Pereira, 23, recepcionista.

A população ainda enfrenta outros problemas no terminal, como muita sujeira espalhada pela chão, falta de lixeiras e o único sanitário público não fica sempre aberto. Quando funciona, está em situações precárias de higiene, segundo os usuários.

O Mural entrou em contato com a empresa de ônibus Benfica, mas não recebeu resposta até o fechamento dessa reportagem.

Narayhana Pereira, 23,  é correspondente de Itapevi
@narayhana
narayhana.mural@gmail.com

Comentários

  1. Como é visível, não é só em nossa cidade, mas em todo o país, principalmente em cidades periféricas como Itapevi, vejo esse quadro de descaso com a população se repetir, o engraçado é que o carnê do IPTU 2014 ja chegou, e esta la prontinho pra ser cobrado, caso não esteja em dia… Brasil, um país de poucos…

  2. Moro na cidade de Itapevi há mais de trinta anos e a desorganização é total em todos os setores,já fiz várias reclamações referente a este suposto terminal de ônibus, mais a prefeitura não esta nem ai com o povo.

  3. Ja nao e de hoje que Itapevi passa por isso uma total falat de respeito com as pessoas em toda cidade nao so no terminal prefiro vir a pe pra minha casa no suburbano do que esperar o onibus que demora e as vezes nao vem na saude a nesma coisa fui no no pronto socorro retirei a senha imaginem so minha senha 465 e ainda estava na 217 uma vergonha total e quanto ao terminal vai ficar assim mesmo ja que aqui em itapevi quem manda mesmo no terminal e a benfica ela faz o que quer aqui nessa cidade.
    Pessoal aprendam a votar pelo amor de DEUS.
    abraco a todos

  4. Isso sem contar que a CPTM desativou as principais estações da região (movendo a Santa Rita para local desapropriado e desativando a Cimenrita que era principal ponto de embarque dos moradores do CDHU) e desativou a passarela na estação Itapevi, aumentando os riscos aos pedestres.

  5. Há ainda um outro agravante: pela precariedade do espaço físico, os ônibus estacionam (nos momentos de descanso) sobre a faixa de pedestres entre o terminal e o viaduto, inviabilizando a travessia do pedestre.

  6. Em geral o serviço de transporte oferecido a Itapevi é precário não são as instalações o único problema.
    O serviço é monopólio onde somente a Benfica oferece um serviço de pouca qualidade, onde moradores são obrigados a esperar ônibus no tempo minimo de 40 minutos.
    Enquanto a Benfica for a unica prestadora de serviço ao transporte publico em Itapevi, e a prefeitura continuar aceitar o monopolismo em nossa cidade não haverá evolução para esse serviço.

  7. Moro em Itapevi há 20 anos, quando minha avó ficou internada no Hospital Estadual, só há uma linha de onibus, sendo que em dias de semana só tem 2 onibus operando, e nos finais de semana é um só. Ou seja, leva mais de uma hora, se você perder, só depois de uma hora ou mais, pq o motorista, desce faz uma pausa e parte (o mesmo). É muito mal estruturado, sem falar na estação de trem da CPTM, o engenheiro que projeto eles com certeza comprou um diploma.

Comments are closed.