Aposentada cobra equipamentos públicos para terceira idade em SP
A aposentada Clarice Macedo de Almeida, 74, moradora da Casa Verde, na zona norte de São Paulo, e recém-eleita para o Grande Conselho Municipal do Idoso (GCMI), concorda que a cidade não está se preparando para o envelhecimento populacional.
Além dela, outros 44 integrantes com mais de 60 anos de idade foram empossados como representantes da população idosa do município, em cerimônia realizada no dia 12 de maio, na Câmara dos Vereadores.
O conselho tem como uma de suas atribuições encaminhar reivindicações à prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), órgão ao qual está vinculado. Dona Clarice e sua equipe, que será presidida pelo coronel da reserva da Polícia Militar Rubens Casado, ex-subprefeito da Mooca, deverão orientar a população idosa sobre os seus direitos e monitorar o funcionamento de casas de repouso (instituições de longa permanência).
Para a nova conselheira, há desrespeito aos mais velhos que, segundo dados da Fundação Estadual de Análise de Dados (SEADE), compõem 12,8% do total de habitantes da capital. Ela aponta que as principais deficiências da cidade estão na área da saúde, que geram problemas diários principalmente para os idosos que vivem na periferia.
“A situação é triste: além de não ter um bom atendimento [público] de saúde, sofrem com a locomoção, enfrentam ônibus lotados [de casa até as instituições de saúde] e, quando é caso de emergência, não têm dinheiro para pegar um taxi,” explica Dona Clarice.
Diante do crescente aumento na expectativa de vida dos brasileiros, a conselheira acredita que os equipamentos públicos existentes na cidade são insuficientes para atender a demanda.
“Precisamos, por exemplo, de mais um CRI [Centro de Referência do Idoso], pois um só na zona norte não dá conta e os idosos precisam ficar aguardando muito tempo por vagas”, diz.
A demora nos atendimentos e agendamentos de consultas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a baixa oferta de medicamentos gratuitos oferecidos pelo SUS também são outros problemas apontados por ela.
A eleição para o biênio 2014-2016, realizada no dia 12 de abril nas 32 subprefeituras, reuniu apenas 2.605 eleitores. A pouca representatividade do conselho devido ao fato de grande parte da população paulistana ainda ignorar sua existência, que completa 22 anos, preocupa a Dona Clarice, eleita com 33 votos.
“Há pouca divulgação sobre as atividades da entidade. A população idosa precisa saber que existe um conselho que os representa e que defende seus direitos”, conclui.
João Paulo Brito, 25, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
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