Fan Fest em Perus reuniu torcedores na periferia

Agência Mural

Para quem achou que, durante a Copa, as torcidas de rua só se concentravam na Vila Madalena ou no Centro de São Paulo, moradores da zona norte provaram que também podem fazer bonito perto de casa.

A Praça do Samba do bairro de Perus, zona noroeste da cidade, foi um dos palcos de transmissões dos jogos do Brasil, além de shows durante a abertura e encerramento do evento.

Inicialmente, a ‘Fan Fest’ seria patrocinada pela Fifa, mas, segundo a Subprefeitura, “não houve tempo de acertar os contratos”; de toda forma, decidiram continuar com as transmissões.

O Blog Mural esteve em alguns jogos e o clima geral era de aprovação. “Vila Nova Cachoeirinha não tem um evento desses”, observou Renê Menezes, 19, auxiliar de escritório, que foi até Perus assistir à transmissão. Entre os frequentadores, estimados nos primeiros jogos em 4.000 pessoas, também estavam moradores de Taipas e Pirituba.

O público era diversificado, contando com familiares, amigos e vizinhos. Um grupo de garis aproveitou o momento para uma pausa no expediente. Muitas crianças ignoravam o jogo para brincar na praça com os colegas. E o traje, evidentemente, era verde-amarelo. “Aqui é Brasil, dos pés a cabeça”, comemorava Lucicleide Souza, 58, aposentada.

Muitos espectadores elogiaram o local pela estrutura e fácil locomoção, facilitando a reunião de amigos e familiares. “A Praça do Samba é dez. A limpeza, a organização, tudo muito bom. Tanto é que deixo o conforto da minha casa para aproveitar a festa”, afirmava o aposentado Sebastião Oliveira, 64.

Na última transmissão do Brasil, seja pelo pessimismo da disputa do 3º lugar, ou pela temperatura chegando à marca dos 13ºC,  o público foi reduzido para cerca de 150 pessoas. O desempenho dos jogadores em campo e a escalação de Luiz Felipe Scolari foi inspiração para diversos palpites.

Para o serralheiro Bruno Dantas, 25, faltou empenho nos dois lados. “Eu esperava mais força de vontade dos jogadores”, desabafava.  Bruno também dizia que  o atual esquema tático precisava ser revisto.  “Felipão deveria ter reforçado o meio de campo, ficou vazio”, avaliava.

Com o final da Copa, vida que segue. “O brasileiro, infelizmente, acaba levando o resultado da seleção às urnas. Mas não deveria. Deveria era levar para outras situações, aprender com os erros da administração da CBF e com a ineficiência do time”, refletiu Ricardo, 47, técnico, mas de produção.

Jéssica Costa, 23, é correspondente de Taipas
@eujessicacosta
jessicacosta.mural@gmail.com

Kelly Mantovani, 20, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
@mantovanikelly
kellymantovani.mural@gmail.com

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