Ônibus não passa e passageiros enfrentam lotação na madrugada
Trabalho à noite. Termino o expediente de madrugada. Gosto desse turno, principalmente, por não enfrentar o trânsito infernal de São Paulo, no horário comercial.
O que não tenho gostado nos últimos tempos é do desrespeito que eu e outros trabalhadores noturnos temos enfrentado com a instabilidade na circulação da linha 8549-10, com destino a Taipas, cruzando a região da Brasilândia, onde moro, na zona norte.
A linha é a única opção de retorno para o bairro que circula de hora em hora nesse período do dia.
Hoje (22), foi um desses dias de sufoco. Por volta da 1h35, corri até o ponto para pegar o coletivo que costuma passar entre 1h40 e 1h50, na Avenida Francisco Matarazzo, região da Água Branca, zona oeste da capital.
Rua deserta. Encontro minha colega de ponto esperando o seu ônibus, que costuma passar cinco minutos antes do meu. Fico mais aliviado ao saber que ela estava ali há 30 minutos e a minha linha não havia passado.
O placar eletrônico do sistema “Olho Vivo”, na parada, anuncia a proximidade do coletivo que ela aguardava. Pontualmente, o transporte chega e ela embarca com destino ao Terminal Pirituba, na zona norte.
2h. Nem sinal do meu carro no placar. Começo a lembrar dos inúmeros “bondes” [perdas] que tive nesse horário. Mais um passageiro chega e comentamos a situação, cada vez mais rotineira. Essa foi a segunda vez que o veículo do horário falhou em menos de 15 dias.
Já sabemos que se ele não passou, só embarcaremos no próximo, que virá por volta das 2h40/2h45 “daquele jeito”, quero dizer, extremamente lotado. Vamos para um ponto mais movimentado.
Bingo! Depois de mais de uma hora de espera, o 8549 encosta no ponto carregado. Já é madrugada de sexta-feira e o final da semana começa animado, com mais baladeiros embriagados retornando que nos demais dias. Espero os oito passageiros embarcarem e, ainda, penso em desistir.
Não dá! Me apoio com metade do corpo para fora do veículo e sou puxado para dentro para que as portas possam fechar e a viagem prosseguir. Toda essa lotação potencializada pela falta do coletivo anterior. O cobrador reafirma o fato a um passageiro.
Com as ruas livres, o velocímetro do ônibus chega a alcançar 54 km/h. Bêbados, senhoras, trabalhadores e demais usuários são sacudidos, esbarram-se e apoiam-se. Nas curvas, até ouço algumas risadas da situação, no mínimo, vexaminosa.
Um senhor, que caiu no sono, ronca alto em um dos bancos. Em menos de meia hora chego ao meu destino na região da Brasilândia, zona norte. Ufa! A caminhada extra de 1 km de subida a pé até minha casa, por falta de opções no horário, fica como bônus e exercício físico.
Procurada, a SPTrans (empresa da prefeitura de São Paulo responsável pelo transporte) informou que mandará uma equipe de fiscalização para averiguar o cumprimento dos horários de partidas da linha e se a quantidade de veículos em circulação está de acordo.
Cleber Arruda, 32, é correspondente da Brasilândia
@CleberArruda
cleber.mural@gmail.com
Olha realmente e uma falta de respeito muito grande ao cidadao esta falta do onibus no horario certo.
Esperando que eles acertem este problema.
Boa sorte a todos.
As linhas de ônibus,como tudo no sistema em que vivemos,não é para atender ao cidadão e sim para fazer estratosféricos lucros aos já milionários de plantão,acorda meu povão.
Pego o carro das 02:35 hs saindo da praça do correio e de fato quando atrasa nos dias de sexta para sabado ou sabado para domingo a linha explode de tanta gente. sufoco total. pego essa linha há 3 anos. ja presenciei motoristas revoltados com passageiros, brigas com homem com faca, um mijão dentro do onibus, enfim essa linha tem historia.