Moradora da Cachoeirinha faz artesanato com materiais recicláveis
Artesã autodidata. Assim se define Patrícia Rodrigues Lodi, 36, moradora da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo. Não é à toa que a sua casa de pequenos cômodos é toda customizada com materiais recicláveis, desde a porta de entrada aos mínimos detalhes nos potes de tempero.
Na sala, o ambiente fica mais descontraído com as fotos da família em CDs, o papel de parede colorido e o espelho decorado. No quarto, as flores são feitas de garrafas PET e o guarda-roupa é enfeitado com embalagens de presente. As lembrancinhas e o porta-joias também são destaque.
Casada, a artesã é mãe de Victor,11, e Natasha, 4. Ela divide o seu tempo entre o artesanato, as tarefas de casa e a empresa de panfletagem que é dona. Patrícia também faz lembrancinhas para eventos e o trabalho complementa uma pequena parcela da renda familiar.
Seu lado detalhista se reflete no trabalho, onde laços e cores são cuidadosamente escolhidos e combinados. Caixas de leite, papelão, CDs, garrafas PET, vidro, madeira e miçangas estão entre os diversos materiais utilizados por ela.
Patrícia sempre teve curiosidade de saber como eram produzidos os artesanatos. Em março de 2013, começou a assistir tutoriais em blogs. “Quis aprender como montava e desmontava. Passei madrugadas vendo vídeos”, conta.
Um mês antes do aniversário de dois anos da filha, a artesã decidiu tentar fazer a decoração da mesa para a festa. “Não tive um tema definido. Apostei e deu um bom resultado. Todos os convidados aprovaram”, orgulha-se. Dois anos depois, aprimorou o trabalho e criou uma decoração inspirada em uma personagem da Disney.
Segundo Patrícia, determinação e paciência são essenciais para obter bons resultados no trabalho artesanal. “De começo a gente erra bastante. Conserta daqui, conserta de lá, faz de novo. Depois que pega prática leva menos tempo”, ressalta.
De tanto trabalhar com isso, a filha Natasha também pegou gosto pelas artes e ajuda a mãe na confecção. “Quando ela vê uma garrafa PET na rua, sempre diz: que dó, mãe. Vamos pegar para fazer algo?”
Patrícia não pretende abrir uma loja física ou mesmo expandir para a internet. Sonha em ter uma estrutura para investir na região onde mora. “Quero ajudar a comunidade dando aulas”, conta. Atualmente, ela é voluntária em casas de repouso e asilos.
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Kelly Mantovani, 21, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
kellymantovani.mural@gmail.com
@mantovanikelly_