Incêndio em Pirituba gera susto e curiosidade em moradores

Agência Mural

Descer do ônibus e ver uma enorme coluna de fumaça desperta curiosidade. Se a fumaça vem da direção da sua casa e passam ambulâncias a toda velocidade indo naquele sentido, a curiosidade se torna, no mínimo, preocupação.

Foi o que muitos moradores de Pirituba, na zona norte de São Paulo, sentiram na noite desta segunda (31) ao retornar do trabalho. Um incêndio de grandes proporções atingiu galpões de uma fábrica de autopeças na avenida Miguel de Castro, no trecho que liga a Vila Zatt à Vila Mirante. O local ainda é chamado informalmente de “fábrica de papelão”, função do local até alguns anos atrás.

O fogo começou no início da noite e os bombeiros foram acionados às 19h40. Foram enviadas 24 viaturas ao local que se juntaram a carros de Polícia, CET, Defesa Civil e Eletropaulo. A coluna de fumaça escura atingia dezenas de metros de altura e era muito espessa, capaz de ser vista mesmo à noite.

A mangueira é ligada do caminhão-pipa em um caminhão bombeador, de onde saem outras mangueiras até o incêndio. “Olha, finalmente chegou a água de noite”, brincam os moradores, acostumados a verem torneiras secas após as 17h quase todos os dias. Mais de 300 mil litros de água foram usados pelos bombeiros.

“Tiveram duas explosões. As crianças estavam brincando na calçada e chamei todo mundo pra dentro. Deu medo, mas aí estamos aqui vendo”, conta uma senhora, de cima de uma sacada do outro lado da avenida onde fica a fábrica. Depois da apreensão, volta a curiosidade.

Ao lado dos cordões de isolamento, dezenas de pessoas observavam o trabalho de contenção do fogo, feito a certa distância dos portões da fábrica, e também das equipes de TV.

No entanto, antes dos repórteres chegarem, muitas câmeras de celulares já estavam apontadas para o fogo. “Tenho 25 minutos de imagens”, oferecia aos repórteres um vizinho da fábrica. Já outros compartilhavam e recebiam vídeos pelo WhatsApp.

Até as 23h, o fogo continuava, mas com menor intensidade. Não havia informações sobre feridos e as ambulâncias partiam vazias. Ao voltar pra casa, as pessoas davam leves olhadas para trás, para ter certeza que foi só um susto.

Rafael Balago, 26, é correspondente de Pirituba
rafaelbalago.mural@gmail.com