Coletivo leva a arte de brincar para crianças do Jardim Laura

Agência Mural

Brincadeira. Esse foi o tema da terceira edição do Cine Sapo, do coletivo Quebrada Ativa, que aconteceu no último domingo (20/9), no Jardim Laura, em São Bernardo do Campo. O chão batido da comunidade do campinho, conhecida pelos moradores como Favela Sapo, virou palco para brincadeiras com perna de pau, oficina de estêncil e apresentações de palhaços.

O evento reuniu crianças e jovens da comunidade. Também participaram artistas convidados, como a Oficina de Malabares e o Grupo de Rap 111. Todos são voluntários que conhecem o trabalho do coletivo e resolveram contribuir de alguma forma para levar cultura para a periferia.

Com a ideologia de liberdade e de fazer intervenções para atrair o público, o coletivo Quebrada Ativa começou há sete meses e conta com a participação de seis pessoas, que trabalham sem fins lucrativos.

O eletricista Wesley Oliveira Dantas, 23, fundador do Quebrada Ativa, mais conhecido como Freddy, explica que o nome do coletivo vem da ideia de periferia em atividade, em movimento. O lema do trabalho é: “ser a mudança que você quer ver no mundo’’, diz Freddy.

Malabarismo da Trupe Malabares - Foto: Presley Targino
Malabarismo da Trupe Malabares – Foto: Presley Targino

Durante o evento, as crianças ganharam pipoca, doces e pipas. Tudo comprado pelos organizadores.

Em um ato contra a redução da maioridade penal, durante o evento, Rafael Moura, 19, grafiteiro e tatuador, desenhou um garoto atrás de grades de lápis, tentando pegar cadernos e livros. Segundo ele, que começou a grafitar aos 15 anos, o trabalho leva uma reflexão para os moradores e muda o visual do local.

Uma das atrações que mais chamou atenção do público, foi a participação dos palhaços, que fizeram apresentação de malabares e brincadeiras. As crianças ficavam sentadas no chão de terra e prestavam atenção em cada movimento. ‘’Não tem preço ver uma criança sorrir e interagir com o palhaço. Isso é muito gratificante”, ressalta o malabarista e palhaço Rodrigo Schoeps, 28, que trabalha há 8 anos na ONG Pró Circo.

Carla Jarra,26, artista circense e arte educadora, diz que para fazer atividades culturais ao ar livre é preciso ter criatividade, pois não tem iluminação adequada e nem cortina. “O artista tem que driblar e realizar o melhor trabalho para o telespectador.”

A moradora Roberta Limeira, 32, auxiliar de limpeza, mãe de quatros filhos acompanhou o evento do coletivo e diz ficar feliz por essa iniciativa no bairro. Segundo ela, é uma forma de distração para os jovens.

O Grupo de Rap 111 foi a penúltima apresentação que aconteceu durante o evento. Eles cantaram músicas e fizeram rimas em protesto ao sistema atual imposto à população. “O rap é a voz do povo”, diz Albert Leandro Américo de Jesus, 21, pintor e músico, parabenizando a ação do coletivo na organização do evento.

Ao cair da noite, a terceira edição do Cine Sapo finalizou com o filme Tarja Branca, do diretor Cacau Rhoden, que fala sobre a arte de brincar.

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Kátia Flora, 34, é correspondente de São Bernardo do Campo
@katiafreis
katiaflora.mural@gmail.com

Comentários

  1. Participei das três edições do evento e está sendo lindo e crescendo cada vez mais. Estamos na semana mundial da arte de rua e ver artistas engajados no avanço social é demais, eventos como este não são apenas para lazer, mas também para conectar atores sociais e refletir sobre formação politica de ação real.
    Alias uma dica para a edição, neste domingo terá um cabaré de circo organizado pelo grupo Circo do Asfalto no parque Raphael Lazzuri, em prol do coletivo circense de SBC, parque que está sendo ocupado artisticamente por este coletivo a mais de três anos sem apoio da secretaria de cultura.

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