Cavalgada em Mairiporã resgata tradição do interior na Grande SP
Aconteceu no último domingo (27) a 9ª Cavalgada de Mairiporã, cidade situada na região norte da Grande São Paulo. O evento, que ocorre anualmente no final de setembro, reuniu centenas de cavaleiros, amazonas e charreteiros na principal praça da cidade.
Durante todo o dia o clima foi de confraternização, com rodas de amigos, churrasco e claro, muitas fotos com os cavalos, as estrelas da festa. E eles vieram em todas as cores e estilos, com tranças elaboradas na crina, rédeas coloridas, e até acompanhados de charretes “tunadas” com caixa de som e desenhos detalhados.
Cerca de 80 comitivas vieram dos ranchos e comunidades rurais da cidade e também de outras cidades da região, como Atibaia, Guarulhos, Franco da Rocha, Caieiras e até de bairros da cidade de São Paulo como Guaianases e Vila Maria.
Um dos que vieram de fora foi o assistente de logística Mario José Buarque, 55. Ele conta que sai todos os anos com sua comitiva de Caieiras, também na Grande São Paulo. “Participo desde criança de cavalgadas e romarias; é uma tradição passada pelo meu pai, por isso sempre levo crianças comigo, é ótimo poder mostrar para elas, reviver a tradição”.
Para ele, mesmo estando em plena região metropolitana, Mairiporã não seria a mesma sem a cultura do cavalo.“Mairiporã é uma cidade em que o cavalo faz parte da cultura, do dia a dia, e, enquanto for possível, estaremos aqui com a comitiva prestigiando” completa.
Por volta das 13h, como já é tradição, houve o desfile pelas principais ruas da região central, chamando atenção de muitos motoristas e curiosos. Um carro de som foi à frente dos quase 800 participantes, segundo estimativa da organização.
Quem também estava na frente era a condutora escolar Nívea Maria Fernandes, 36. Sentada em uma charrete com o marido e o filho, ela levava consigo uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. “É uma alegria participar levando a imagem da santa”, especialmente estando acompanhada do filho de 4 anos. “Apesar de pequeno adora os cavalos”.
Para uma das organizadoras, Filomena Aparecida Costa, 51, o evento dá trabalho, mas vale a pena. “Antigamente não existia algo oficial, então nós pedimos na câmara municipal que se criasse um dia para a cavalgada. Por algum tempo ela não ocorreu, nós nos unimos novamente e há 9 anos ela ocorre com muito sucesso” conta.
Esse ano o evento contou também com ajuda de um veterinário e troféus para os participantes. Filomena, ou Filó, como é conhecida, ressalta: “todos nós procuramos melhorar a cavalgada a cada ano, sempre correndo atrás para não deixar essa cultura se acabar na cidade”.
Humberto Müller, 23, é correspondente de Mairiporã
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