Moradores de São Mateus criam projeto de samba em lava-rápido
Em 2004, o carteiro Reinan Rocha, 40, decidiu fazer algo para ajudar a falta de opções de lazer para crianças e jovens adolescentes de São Mateus, na zona leste da capital. Morador do bairro, ele e um grupo de amigos fundaram a roda de samba Maria Cursi e o projeto Samba Rock.
Realizado em um lava-rápido da região, a ação também tem uma parceria com o abrigo de jovens São Mateus III, onde participam órfãos e menores infratores. “Não é só fazer um samba por fazer, a gente cobra estar bem na escola”, afirma Rocha.
Os cursos são gratuitos e realizados com recursos da comunidade, nas apresentações que ocorrem em três sábados de cada mês. Os ensaios do Samba Rock ocorrem todas as quartas-feiras à noite em um lava-rápido. “A demanda está grande. O lava-rápido está ficando pequeno, temos mais de 100 componentes”, diz.
Já os do Samba Maria Cursi, que tem 17 integrantes, são realizados aos sábados pela manhã.
Em uma roda de conversa, adolescentes que participam do projeto contam que pretendem continuar no samba além de terem suas profissões. É o caso da Tamires Alexandra, 18. “Meu sonho é ser médica e pretendo continuar no samba o resto da vida”, afirma. Para ela, a música onde mora representa “alegria, respeito e segurança”.
“Meu sonho é montar um grupo de samba”, conta o estudante Erick Jesus Gomes, 16. Já o colega Enzo Eduardo, 14, está desde os três anos de idade e pretende seguir os passos do pai Reinan Rocha. “Quando eu crescer, quero fazer um projeto desses, traz alegria para a comunidade. Meu pai é meu ídolo no samba”, diz.
A parceria com o abrigo começou em 2010 em um evento de arrecadação de alimentos na Penha e que seriam distribuídos em São Mateus. “Conversamos com o pessoal e tocamos lá. Hoje ensinamos música também a 22 jovens, de 0 a 17 anos. Temos três voluntários do Samba Maria Cursi trabalhando por lá”, diz o técnico em processos químicos Emerson Madureira, 32, que também participa da ação.
Segundo Rocha, a luta valorizou o local por ser um trabalho conjunto. “A gente ajuda quem quer ajudar, é recíproco. A luta valorizou o local, cobramos respeito”, ressalta.
Kelly Mantovani, 21, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
@mantovanikelly
kellymantovani.mural@gmail.com
obrigado a todos os envolvidos nesta materia.
fico feliz em poder fazer um pouco por nossa cultura (samba) e nossas crianças.
Realmente eu conheço este projeto e realmente o Renan e Madureira fazem em vista do possível as melhorias para Comunidade através da música.