Avenida do Grajaú ganha faixas, mas faltam semáforos para pedestres
“Eu atravesso com os carros passando, alguns param, outros não. Quase fui atropelada duas vezes”. O relato da empregada doméstica Juscilene Alves dos Santos, 34, ilustra a ausência de semáforos em faixas de pedestres próximas dos pontos de ônibus, na avenida Dona Belmira Marin, principal via do Grajaú, na zona sul de São Paulo.
A via foi a 10ª mais perigosa no relatório de acidentes de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em 2014, e o local passou por reformas recentemente.
“Às vezes passam três ou quatro pessoas juntas. Parece que fica mais fácil e os carros param mais”, conta.
Juscilene costuma pegar ônibus às 6 da manhã e utiliza o ponto que fica na altura do número 4018 da via, onde o trecho ganhou uma faixa para pedestres pouco antes da conclusão da duplicação da avenida. A via tem 50 km de limite de velocidade e houve em agosto a entrega da ampliação da via, com o corredor de ônibus, instalação de guias, realocação de postes e implantação de sinalização.
Após as mudanças, houve melhorias na fluidez dos veículos, mas a mobilidade dos pedestres continua complicada.
“A Belmira não tem horário bom. O fluxo é muito grande o tempo todo. E os motoristas acham que faixa não é para respeitar. Se passam até no sinal amarelo, imagine onde não tem farol. É caso de conscientização também”, comenta a educadora social Irisvalda Oliveira da Silva, 37. Ela conta que quase foi atropelada por carro e moto no mesmo lugar que Juscilene.
Na altura do número 3.670, a avenida é dividida por um corredor onde ficam pontos finais de duas linhas de ônibus, canteiros com árvores e algumas barracas de comerciantes. Foi implantada faixa de pedestres, mas só há semáforos em um dos sentidos, mesmo com o movimento de escolas e do centro comercial. Como a avenida divide o distrito do Grajaú, muitos têm de atravessar a via.
Outra questão é a presença de semáforos desligados, caso do encontro entre a avenida Dona Belmira Marin e a rua Bilac.
Questionada sobre a ausência da sinalização, a CET não se manifestou até a publicação do texto. Segundo relatório da Companhia sobre acidentes, a Dona Belmira Marin foi a 10ª via mais perigosa em 2014, com 13 mortes, quatro por atropelamento. No relatório parcial do mesmo ano, haviam sido contabilizados 156 acidentes, com 192 feridos e 35 atropelamentos.
Priscila Pacheco, 27, correspondente do Grajaú
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