Eleitores com mais de setenta vão às urnas na periferia
O casal de aposentados Maria Helena de Santana Bertoldo, 72, e Antonio Bertoldo Filho, 81, nasceram em Minas Gerais e há mais de 40 anos moram na mesma casa, localizada no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo.
Maria Helena vota na escola onde sua filha estudou o ensino fundamental e que fica há cinco minutos da residência, na EMEF Professora Carolina Renno Ribeiro De Oliveira. Ela conta que gosta de votar e sabe o quanto o voto dela é importante para melhorar as coisas, principalmente no bairro. Comentou ainda que o atual prefeito tem feito muitas melhorias na região e espera que o próximo a assumir, independente de qual candidato, continue pensando na periferia.
“Quando tenho alguma dúvida peço ajuda para minha filha, pois sei que melhorar o bairro e a cidade será muito útil para ela que vai aproveitar mais daqui para frente. Por isso, quero continuar votando e vou até quando tiver forças e conseguir andar”, declara.
Mesmo com 81 anos, Antonio também faz questão de votar e explica que durante muitos anos precisou ir de ônibus até à escola que vota, pois a escola ficava em Santo Amaro. Porém, para esta eleição ele preferiu pedir transferência para votar em uma escola mais próxima, a mesma em que sua esposa vota.
“Não quero parar de votar, mesmo com a minha perna ruim depois de uma cirurgia que fiz no fêmur. Eu vou e sei o quanto votar consciente faz a diferença para nós”, diz.
No Centro da cidade a o Mural encontrou outra representante da terceira idade nas eleições. Lazara Zacarias Pereira, 72, nasceu em Pindorama e veio à capital em 1972 e já morou em Higienópolis, Pacaembu, Rio Bonito e há 34 anos mora na Baixada do Glicério, onde vota, na EMEF Duque de Caxias.
“Eu ainda voto porque quero mudanças para a minha cidade. Quero ela limpa, segura, colorida com grafites, com uma educação mais inclusiva”, declara.
Para ela, todos devem ter um atendimento de saúde de qualidade também. “Eu posso pagar um convênio, mas conheço pessoas na minha idade que não. O meu voto pode ajudar e por isso escolhi um candidato que defende em seu governo essas questões”.
Já na zona norte da cidade, o aposentado Antônio Domingos Toneloto, 72, saiu de Peruíbe, onde costuma ficar mais tempo e veio para a cidade de São Paulo neste final de semana exclusivamente para votar na E.E. Antônio José Leite.
“Faço questão de votar aqui. Estou em plenas condições de exercer a minha cidadania. Temos que escolher os candidatos certos para o País melhorar”, explica.
E na mesma região, no bairro Vila Nova Cachoeirinha, a também aposentada Diolina Pereira Mendonça, 79, é outro exemplo de que para votar não tem idade.
“A gente não pode ser ignorante, temos que contribuir e dar o exemplo para as gerações dos nossos filhos, netos e bisnetos”, afirma.
Estabelecida no artigo 14 da Constituição Federal, o voto obrigatório atinge os brasileiros alfabetizados que têm entre 18 e 70 anos de idade. Para os analfabetos, os maiores de 70 e os que têm entre 16 e 18 anos, o voto é facultativo.
Carina Barros, 32, é correspondente do Glicério
carinabarros.mural@gmail.com
Cíntia Gomes, 32, é correspondente do Jardim Ângela
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Kelly Mantovani, 22, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
kellymantovani.mural@gmail.com