Alunos se mobilizam contra goteiras em colégio na Freguesia do Ó
Desde 2013, alunos da Escola Estadual Professor Jácomo Stávale, na Freguesia do Ó, zona norte, convivem com diversos problemas diariamente: teatro fechado, infiltrações e goteiras, além de pisos, bebedouros e descargas quebrados.
Naquele ano, uma tempestade derrubou uma árvore em cima do teatro, que até hoje não teve uma reforma, e as aulas são improvisadas na sala de vídeo. Com a falta de manutenção, os problemas se acumularam. De bem conservados, restaram a biblioteca e o laboratório de ciências.
Nos últimos dois anos, engenheiros e técnicos realizaram visitas, mas os reparos não saíram do papel – apenas a pintura passa por manutenção. A direção da escola enviou quatro solicitações para a diretoria de ensino, com estimativa do valor das obras em R$ 3 milhões. O Governo do Estado repassa R$ 14 mil por ano.
A situação fez com que alunos se mobilizassem, desde a última chuva forte em outubro que voltou a causar interdições. Eles têm protestado com cartazes no colégio e nas redes sociais. “São problemas graves que precisam de solução. Fazemos isso [os cartazes] pois nos preocupamos com quem vai entrar depois da gente”, afirma a aluna Giovanna Guagliumi, 16, que diz ter a rinite atacada pelo cheiro de mofo das infiltrações.
Ainda segundo Guagliumi, os ventiladores não funcionam e as quatro quadras poliesportivas precisam de reforma. Os alunos também relatam que há lousas quase caindo, falta de papel higiênico e cestos de lixo nos banheiros.
O problema se agrava com as chuvas. Salas são interditadas e goteiras se acumulam em lâmpadas. Parte do teto do refeitório aparenta que pode ceder. “Estes são alguns dos problemas que enfrentamos todos os dias”, diz o cartaz de um dos alunos.
Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou, por meio da Diretoria de Ensino Norte 1, que em relação às salas atingidas pelas fortes chuvas de outubro, há uma obra autorizada no valor de R$1 milhão, além dos espaços que já estavam previstos para receber reparos.
A pasta, porém, não se posicionou sobre prazos de início e conclusão das obras, nem sobre o teatro fechado, as goteiras e o teto do refeitório. Apenas alega que as imagens da escola “não refletem integralmente a realidade, por ter espaços que não são atingidos pelas chuvas”.
Segundo a secretaria, não há lousas prestes a cair em nenhuma sala – há inclusive, duas lousas digitais. Sobre o estoque de papel higiênico, disse que existe uma reposição periódica e hoje há 17 fardos com oito rolos. Além disso, afirma que há um trabalho contínuo com os alunos para evitar desperdícios, pois alguns costumam jogar o papel molhado no teto e entupir as privadas.
Kelly Mantovani, 22, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
kellymantovani.mural@gmail.com
Um dia os alunos pediram papel higiênico para uma inspetora da Escola Jacomo Stavale, e ela nos deu. Momentos depois ouvimos a diretora Meire, humilhando a inspetora, sendo totalmente agressiva com as palavras. Dizendo que ela não poderia ter dado, porque não tinham muitos e era apenas para uso dos professores. (Noturno)
A escola precisa de mudanças e isso tem que começar das pequenas coisas!
Tem goteiras até nas escadas, ventiladores não pegam, lousas caídas sim! Era uma das melhores escolas da região, mas decaiu demais.
Sem estrutura alguma para ser usada como exemplo de uma boa escola pública.