Do Tietê a Jânio Quadros, a Vila Maria festeja 100 anos de história
“A Vila Maria antiga era um brejo, com muita água. Nas enchentes do rio Tietê, chegamos a pegar peixe na rua!”. Com revelações surpreendentes como essa – e uma pitada de saudosismo – os barbeiros Domenico Lombardi, 82, e Antônio Melillo, 67, trazem as recordações de uma vida inteira no bairro. A Vila Maria completou o centenário de fundação no dia 17 de janeiro, e, segundo historiadores, o nome original seria uma homenagem a dona Maria, mulher de um dos primeiros donos da área.
Uma das características da Vila Maria são os imigrantes, primeiro vieram os portugueses e italianos, e, mais recentemente, os latinos, atraídos pela proximidade com o mercado de confecção têxtil, nos bairros do Brás e Pari. Além disso, há uma forte ligação que as pessoas mantêm com o bairro e com os vizinhos, como mostra a relação dos barbeiros com seus clientes.
Ambos italianos, os barbeiros, trabalham juntos há 56 anos, e lembram do passado “janista” do bairro. “A infraestrutura geral melhorou, a água foi ligada”, contam. Hoje, Domenico e Antônio atendem a terceira geração de clientes das mesmas famílias. “Cortamos o cabelo do pai, depois dos filhos e agora dos netos”, afirmam sorridentes.
Nas décadas de 1950 e 1960, o bairro obteve projeção nacional pelo percentual recorde de votos dados a Jânio Quadros, nas diversas eleições que o político disputou. “Povo de Vila Maria, de Vila Maria Baixa, de Vila Maria Alta e, por que não, de Vila Maria do Meio!”, era assim, que o prefeito (duas vezes), governador e presidente Jânio Quadros quase sempre iniciava seus discursos na região. Se ele estivesse vivo, também estaria completando 100 anos, no mesmo mês do bairro.
Para comemorar o centenário, várias atividades foram programadas até domingo (21). Ao som de música variada, a atração maior é o Festival Gastronômico 100 Anos de Vila Maria, na praça em frente à igreja Nossa Senhora da Candelária, marco histórico do bairro.
“Nasci e sempre morei na Vila Maria”, diz o jornaleiro Nilton Brito, 51, que tem uma banca no coração do bairro. Ele avalia que o padrão de vida na região melhorou, mas critica a falta de opções de lazer. “Gosto muito daqui, conheço todo mundo, mas estamos muito atrás de outros bairros da zona norte. A Vila Maria não tem cinema e nem shopping. Festas como a de aniversário do bairro são poucas”, ele diz. Mesmo assim, o jornaleiro ainda não decidiu se vai à festa do centenário.
Confira a programação:
20/01 (6ª.feira)
19h30 – abertura solene e homenagem da Associação Comercial de São Paulo a personalidades e entidades locais. Apresentações do Coral Oficina de Arte e Cultura e da Escola de Samba Unidos de Vila Maria.
18h às 22h – Festival Gastronômico
21/01 (sábado)
12h às 22h – Festival Gastronômico
22/01 (domingo)
11h – Missa de Ação de Graças
12h às 22h – Festival Gastronômico
19h – Bingo Beneficente
Sidney Pereira, é correspondente de Vila Maria
sidneypereira.mural@gmail.com
nasci na vila maria em 02/01/1953 bairro vista alegre antiga vila maria alta estudei o primário na escola leão XIII na praça da alegria e o ginásio na escola estadual senador Paulo egydio de Oliveira Carvalho atualmente resido na Penha mas minha mãe reside na vila maria no
bairro do jardim Japão sou do tempo em que a avenida Guilherme conchinhas era de via única e desfilávamos no dia da pátria no sete de setembro bons tempos.