Falta de limpeza em córrego no Carandiru causa problemas em São Paulo

Agência Mural

A empregada doméstica Luciana Henriques, 40, tenta fazer sua parte. Varre e tenta manter limpa a calçada da casa, que fica próxima ao conjunto habitacional Cingapura, na zona norte da capital, e do córrego Carandiru. O problema é que o entorno do local se tornou um ponto de descarte para moradores das proximidades. Nem mesmo um ecoponto a poucos metros dali evitou a degradação.

“Aqui eles (a prefeitura) só limpam uma vez por ano. Foi em janeiro”, comenta. Localizado na rua Dom José Maurício, há 35 prédios e 700 apartamentos no bairro que leva o nome do córrego. Sem área de lazer, crianças dividem espaço com um food truck, um bazar e carros.

Perto dali, a situação é diferente. O córrego tem cerca de 600 metros de extensão e, segundo a prefeitura, está totalmente canalizado, passando pela habitação popular e também pelo Parque da Juventude, onde está limpo.

“Vejo eles limparem no Parque da Juventude pelo menos duas vezes por mês, devem fazer isso porque lá é um local visível, ninguém passa por aqui”, reclama o estudante Bruno Rodrigues, 23, que mora há 4 anos no bairro e se impressiona com a diferença.

 

Além do mato alto, há muita sujeira no córrego que passa pelo Conjunto Habitacional Cingapura (Foto: Raphael Preto)

Não há nenhum acesso direto dos blocos de apartamentos para o Parque da Juventude.

Próximo da habitação popular, existe um terreno que é de propriedade do Governo do Estado e utilizado pela Eletropaulo. A multa para quem jogar entulho é de R$ 12 mil.

Morador há 38 anos, o mecânico Marcelo de Souza, ainda se lembra da construção das moradias. “Quando nós chegamos aqui, era tudo favela, não tinha nada”, relembra ele, que chegou na cidade em 1977. Também afirma que a má conservação do espaço causa muitos riscos. “Nesse mato alto já apareceu até cobra, e quase pegou um colega meu.”

A prefeitura regional de Santana/Tucuruvi é a responsável pela limpeza da área e pela canalização. A secretaria municipal das prefeituras regionais afirmou, em nota, que a limpeza é feita periodicamente e que será realizada “novamente, ainda neste semestre” sem especificar a data. Também sustentou que faz “ações de zeladoria” a cada duas semanas, sem especificar quais.

Raphael Preto é correspondente da Vila Guilherme

raphaelpreto.mural@gmail.com

Comentários

  1. Ótima matéria Raphael! Precisamos vigiar e cobrar da prefeitura e órgãos responsáveis, mais cuidados com a nossa cidade! Mas também é necessária a conscientização e colaboração da população, em descartar o lixo em local apropriado!

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