Na Grande SP, Poá faz 68 anos impulsionada pelo ‘poder’ de suas águas
Com 68 anos, a dona de casa Maria Butignoli é uma mulher de convicções. Mudou-se de Aparecida do Norte, no interior do estado, para Poá, na Grande São Paulo, ainda jovem, nos anos 1960. Ela e a cidade que escolheu como lar possuem uma curiosidade em comum: a idade. Ambas nasceram em 1949.
Ao me receber, dona Maria e seu marido, Paulo, gentilmente me convidam para tomar café. Porém, o assunto na mesa é outra bebida: a água. A poucos quilômetros dali, a chamada fonte Áurea teria papel decisivo na consolidação de um novo município.
Ontem (26), Poá comemorou mais um aniversário de sua autonomia, que teve forte ligação com o líquido.
Considerado com alta qualidade radioativa, a água da cidade chegou a ser tratada como milagrosa e opção para tratamento de doenças gastrointestinais. Foi na exploração do recurso que o então distrito de Mogi das Cruzes conseguiu encontrar uma vocação econômica para se tornar uma cidade.
“Antes não existia a indústria [que atualmente embala e vende o líquido], apenas uma gruta onde saía a água purinha. A turma toda ia lá buscar, era bom demais”, recorda Maria.
As águas de Poá ficaram famosas pelo Brasil, mas não necessariamente pela qualidade. Na época em que o município ainda era um distrito, fiéis de todas as partes do país chegavam em busca dos supostos milagres operados pelo padre holandês Eustáquio van Lieshout.
“O padre Eustáquio curava as pessoas com a água. As pessoas vinham de todos os lugares e faziam fila para beber a água que ele benzia. A nossa cidade ficou muito famosa”, lembra.
Como o município não comportava receber tantos turistas, Eustáquio acabou sendo transferido para Belo Horizonte.
CRESCIMENTO
Maria lembra bem quando a cidade começou a crescer. “Foi nos anos 1970. A época da Copa do Mundo. Por aqui só tinha terreno vazio e terra. A cidade era um atoleiro e a gente podia contar quantas casas tinha. Antes só tinha um supermercado, um armazém e uma loja de fotos aqui no centro”.
Foi nessa época que Poá descobriu a sua principal vocação econômica: o turismo. Graças à fonte, a cidade recebeu o título de estância turística hidromineral.
Hoje, ao completar 68 anos, o município de 114 mil habitantes pensa alto e sonha em construir um complexo turístico ao redor da famosa fonte. Segundo a prefeitura, o complexo terá quiosques de artesanato, orquidário e equipamentos de turismo ecológico.
Porém, apesar do desenvolvimento econômico, Maria diz preferir como era antigamente. “Era uma calmaria só, uma beleza. Não tinha tantos carros, podíamos andar tranquilamente. Conhecíamos todo mundo”, diz. E completa: “Era melhor que agora, você acredita?”.
Lucas Landin é correspondente de Poá
FIAMOS FELIZES COM ESSA NOTICIA…AFINAL SOMOS UMA ONG
CHAMADA AMIGOS DA AGUA…A AGUA É VIDA,MAS A MAIORIA DAS
PESSOAS ESQUECERAM OU DESCONHECEM A IMPORTANCIA DA
AGUAPARA OSER HUMANO E O MEIO-AMBIENTE
ESTAMOS NO FACE…
Realmente a água é muito boa e a cidade era muito mais tranquila.